CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS CARDURAN XL
Propriedades Farmacodinâmicas
Hiperplasia1 Prostática Benigna
A administração de doxazosina - comprimidos de liberação controlada - a pacientes com hiperplasia1 prostática benigna (HPB) sintomática2 resulta na melhora significante nos sintomas3 e na urodinâmica. Acredita-se que esse efeito no tratamento da HPB seja devido ao bloqueio seletivo dos adrenoreceptores a localizados na musculatura do estroma4, na cápsula da próstata5 e no colo6 da bexiga7.
Hipertensão8
A administração de doxazosina - comprimidos de liberação controlada - a pacientes hipertensos causa uma redução clinicamente significante na pressão sangüínea9 como resultado da redução da resistência vascular10 sistêmica. Acredita-se que este efeito seja resultado do bloqueio seletivo dos adrenoreceptores alfa-1 localizados nos vasos sangüíneos11. Com uma posologia de dose única diária, reduções clinicamente significantes na pressão sangüínea9 são mantidas durante o dia e 24 horas após a dose. A maioria dos pacientes é controlada com uma dose inicial de 4 mg de doxazosina - comprimidos de liberação controlada. Nos pacientes com hipertensão8, as reduções na pressão sangüínea9 durante o tratamento comdoxazosina - comprimidos de liberação controlada - foram semelhantes tanto na posição sentada quanto na posição ereta.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção
Após administração oral de doses terapêuticas, a doxazosina - comprimidos de liberação controlada - é bem absorvida com níveis de pico plasmático atingidos gradativamente após 8-9 horas da administração. Os níveis de pico plasmático são aproximadamente 1/3 dos observados com a administração da mesma dose de doxazosina sob a forma de comprimido simples. Os níveis de vale em 24 horas são, no entanto, semelhantes.
As características farmacocinéticas da doxazosina - comprimidos de liberação controlada - resultaram em um perfil plasmático mais suave.
A relação pico/vale da doxazosina - comprimidos de liberação controlada - é menor que a metade da observada com a doxazosina sob a forma de comprimido simples.
No estado de equilíbrio (steady state), a biodisponibilidade relativa da doxazosina sob a forma de comprimidos de liberação controlada, comparada com a forma de comprimidos simples, foi de 54% para a dose de 4 mg e de 59% para a dose de 8 mg.
Os estudos de farmacocinética com a doxazosina - comprimidos de liberação controlada - em idosos não apresentaram alterações significantes em comparação aos pacientes mais jovens.
Biotransformação/Eliminação
A eliminação plasmática é bifásica, com uma meia-vida de eliminação terminal de 22 horas, o que fornece a base para a administração em dose única diária. A doxazosina é amplamente metabolizada e menos de 5% é excretado como fármaco12 inalterado.
Os estudos farmacocinéticos com a doxazosina sob a forma de comprimido simples em pacientes com insuficiência renal13 demonstraram não apresentar alterações significantes em comparação aos pacientes com função renal14 normal.
Há apenas dados limitados em pacientes com insuficiência hepática15 e sobre os efeitos dos fármacos de influência conhecida sobre o metabolismo16 hepático (p. ex., cimetidina). Em um estudo clínico com 12 indivíduos com insuficiência hepática15 moderada, uma dose única de doxazosina resultou em um aumento de 43% na área sob a curva (AUC17) e uma redução de 40% no clearance oral aparente. Assim como com qualquer outro fármaco12 completamente metabolizado pelo fígado18, o uso de doxazosina em pacientes com disfunção hepática19 deve ser feito cuidadosamente (vide "Advertências").
Aproximadamente 98% da doxazosina encontram-se ligados às proteínas20 plasmáticas.
A doxazosina é metabolizada primariamente por o-desmetilação e hidroxilação.
Dados de Segurança Pré-Clínicos
Carcinogênese
Administração crônica de doxazosina na dieta (até 24 meses) na dose máxima tolerada de 40 mg/kg/dia para ratos e 120 mg/kg/dia para camundongos não revelou evidências de potencial carcinogênico. As doses mais altas avaliadas em estudos com ratos e camundongos são associados com AUCs (medida de exposição sistêmica) que são 8 vezes e 4 vezes, respectivamente, a AUC17 humana na dose de 16 mg/dia.
Mutagênese
Estudos de mutagenicidade não revelaram efeitos relacionados ao fármaco12 ou seus metabólitos21 em nível cromossômico ou sub-cromossômico.
Alterações na Fertilidade
Estudos em ratos mostraram redução na fertilidade de machos tratados com doxazosina em doses orais de 20 mg/kg/dia (mas não com 5 ou 10), cerca de 4 vezes a AUC17 obtida com dose humana de 12 mg/dia. Este efeito foi reversível dentro de 2 semanas da retirada do fármaco12. Não há relatos de qualquer efeito de doxazosina na fertilidade do homem.