ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÔES PLATISTINE CS
Geral
Platistine® CS (cisplatina) é um fármaco1 altamente tóxico com um índice terapêutico
relativamente estreito. É improvável que ocorra efeito terapêutico sem alguma evidência de
toxicidade2. Portanto, recomenda-se que Platistine® CS seja administrado a pacientes em
ambiente hospitalar sob supervisão de um médico experiente em quimioterapia3
antineoplásica.
Atenção: este medicamento contém açúcar4, portanto, deve ser usado com cautela em
diabéticos.
Cuidados especiais devem ser observados nas seguintes áreas, durante o uso de
Platistine® CS:
Função renal5
Platistine® CS produz nefrotoxicidade6 cumulativa. A principal toxicidade2 dose-limitante de
Platistine® CS é a nefrotoxicidade6 cumulativa, que tem sido associada ao dano tubular
renal5. As alterações mais comumente observadas são queda na taxa de filtração glomerular,
refletida por elevação nos níveis de creatinina7 sérica e redução no fluxo plasmático renal5
efetivo. A função renal5 e os níveis de eletrólitos8 séricos (magnésio, sódio, potássio e cálcio)
devem ser avaliados antes da instituição do tratamento e antes de cada ciclo subseqüente
da terapia.
Para manter o volume urinário e reduzir a nefrotoxicidade6, recomenda-se que Platistine® CS
seja administrado em infusão intravenosa por 6 a 8 horas (vide "Posologia"). Além disso,
deve-se instituir, como pré-tratamento, uma hidratação intravenosa com 1-2 litros de fluido
por 8 a 12 horas, seguida de uma hidratação adequada nas 24 horas seguintes.
Não se deve repetir os ciclos do tratamento a menos que o nível de creatinina7 sérica esteja
abaixo de 1,5 mg/100 mL ou que os níveis de uréia9 estejam abaixo de 50 mg/100 mL.
Foi relatada hipomagnesemia, provavelmente devido ao dano tubular renal5, que leva à
perda de íons10 magnésio. Pode ocorrer hipocalcemia11 secundária, com conseqüente tetania12.
Cuidados especiais devem ser tomados com pacientes tratados com Platistine® CS
concomitantemente com outros medicamentos potencialmente nefrotóxicos (vide "Interações
Medicamentosas").
A função renal5 deve retornar ao normal antes da administração de doses
subseqüentes.
Platistine® CS não deve ser administrado com freqüência maior do que uma vez a cada 3
ou 4 semanas.
Função Neurológica
Platistine® CS pode induzir neurotoxicidade, por isso, exames neurológicos são necessários
em pacientes recebendo Platistine® CS. Há relatos de neuropatias graves em pacientes que
receberam doses mais elevadas e com freqüência maior do que aquelas recomendadas,
embora tenham ocorrido sintomas13 neurológicos após uma dose única. Essas neuropatias
podem ser irreversíveis e são observadas como parestesias14 localizadas nas extremidades
dos membros inferiores e superiores, arreflexia e perda da propriocepção15 e sensação
vibratória. Registrou-se também perda da função motora. Uma vez que a neurotoxicidade
pode resultar em dano irreversível, recomenda-se a suspensão do uso de Platistine® CS se
ocorrerem sinais16 ou sintomas13 relacionados à toxicidade2 neurológica.
Função Auditiva
Platistine® CS pode causar ototoxicidade17 cumulativa, que é mais provável em regimes de
altas doses. Manifesta-se por zumbido e/ou perda da audição de altas freqüências e,
ocasionalmente, surdez. A função auditiva deve ser monitorada antes do início do
tratamento e antes da aplicação de cada ciclo terapêutico; audiogramas repetidos devem
ser realizados caso ocorram sintomas13 auditivos ou apareçam alterações clínicas na audição.
Deterioração clinicamente significativa da função auditiva pode requerer modificações da
dose ou descontinuação do tratamento.
Efeitos Hematológicos
Deve-se monitorar com freqüência as contagens do sistema sanguíneo-periférico; a
toxicidade2 hematológica é dose-dependente e cumulativa. Os níveis mais baixos de
plaquetas18 e leucócitos19 circulantes geralmente ocorrem entre 18 a 23 dias (faixa de 7,3 a 45),
com a maioria dos pacientes se recuperando após 39 dias (faixa de 13 a 62). Leucopenia20 e
trombocitopenia21 são mais pronunciadas com doses de Platistine® CS superiores a 50
mg/m2. Embora a hematotoxicidade seja geralmente moderada e reversível, podem ocorrer
trombocitopenia21 e leucopenia20 graves. Recomenda-se precauções especiais em pacientes
que desenvolvam trombocitopenia21: cuidados na realização de procedimentos invasivos,
pesquisa por sinais16 de sangramento ou hematomas22; testar a urina23, fezes e vômitos24 quanto à
presença de sangue25 oculto; evitar o uso de ácido acetilsalicílico ou outros antiinflamatórios
não-esteróides. Pacientes que desenvolvam leucopenia20 devem ser cuidadosamente
observados quanto a sinais16 de infecção26 e podem exigir uma terapia de suporte com
antibióticos e transfusões sangüíneas. Não se deve instituir ciclos subseqüentes de
Platistine® CS até que as plaquetas18 atinjam níveis superiores a 100.000/mm3 e, os glóbulos
brancos, níveis superiores a 4.000/mm3. O hemograma deve ser realizado semanalmente.
Pode ocorrer anemia27 (redução superior a 2 g/dL de hemoglobina28) em um número
significativo de pacientes, geralmente após vários ciclos de tratamento. Em casos graves
podem ser necessárias transfusões sangüíneas. Foi relatada anemia hemolítica29 com
presença de Coombs-direto positivo durante tratamento com Platistine® CS. Ciclos
posteriores com Platistine® CS em pacientes sensibilizados podem causar hemólise30
aumentada.
Outros Efeitos
Em quase todos os pacientes tratados com Platistine® CS ocorrem náuseas31 e vômitos24,
algumas vezes tão graves que se torna necessário diminuir a dose ou descontinuar o
tratamento.
Pacientes recebendo Platistine® CS devem ser observados quanto a possíveis reações
anafilactóides. Foram relatadas reações anafiláticas32 secundárias ao tratamento com
Platistine® CS (vide "Reações Adversas"). Essas reações ocorreram minutos após o início
da administração a pacientes previamente expostos à Platistine® CS e podem ser tratadas
com adrenalina33, corticosteróides e anti-histamínicos. Pacientes com histórico familiar de
atopia apresentam risco especial. Equipamentos e medicações apropriados devem estar
disponíveis para tratar tais reações.
O potencial carcinogênico de Platistine® CS foi estudado em animais de laboratório. O
desenvolvimento de leucemia34 aguda associado ao uso de Platistine® CS foi raramente
relatado em humanos. Nesses relatos, o Platistine® CS foi geralmente administrado em
combinação com outros agentes leucemogênicos.
Homens utilizando Platistine® CS devem utilizar métodos contraceptivos de barreira.
Uso na Gravidez35
A segurança da cisplatina na gravidez35 não foi estabelecida. A cisplatina pode cruzar a
barreira placentária. Foi demonstrado que a cisplatina é teratogênica36, embriotóxica e
carcinogênica em camundongos e embriotóxica e leucemogênica em ratos. Portanto, a
cisplatina é considerada potencialmente danosa ao feto37 quando administrada a mulheres
grávidas. Se o fármaco1 for administrado durante a gravidez35 ou se a paciente engravidar
enquanto estiver recebendo o fármaco1, ela deve ser informada do dano potencial ao feto37.
Mulheres em idade fértil devem ser aconselhadas a evitar a gravidez35 durante a terapia com
cisplatina.
Uso durante a Lactação38
Não está claramente estabelecido se a cisplatina é excretada no leite materno, mas dados
limitados sugerem que a distribuição no leite não ocorre. No entanto, devido ao risco
potencial de reações adversas em crianças caso o fármaco1 passe para o leite, a
amamentação39 não é recomendada durante a terapia.