REAÇÕES ADVERSAS PLATISTINE CS
Nefrotoxicidade1
A toxicidade2 renal3 aguda, que foi altamente freqüente no passado e representava a principal
toxicidade2 limitante da dose da cisplatina, foi consideravelmente reduzida com o uso das
infusões em 6 a 8 horas, assim como pela hidratação intravenosa concomitante e diurese4
forçada. No entanto, a toxicidade2 cumulativa permanece um problema e pode ser grave. A
insuficiência renal5, que é associada com dano tubular, pode ser notada durante a segunda
semana após uma dose e se manifesta pelo aumento da creatinina6 sérica, uréia7, ácido úrico
sérico e/ou diminuição no clearance da creatinina6. A insuficiência renal5 é geralmente leve a
moderada e reversível em doses habituais do fármaco8 (como regra, a recuperação ocorre
dentro de 2-4 semanas); entretanto, doses altas ou repetidas de Platistine® CS (cisplatina)
podem aumentar a gravidade e a duração da disfunção renal3 e causar insuficiência renal5
irreversível (algumas vezes fatal). Relatou-se insuficiência renal5 resultante de instilação
intraperitoneal do medicamento.
Platistine® CS pode causar distúrbios eletrolíticos graves, principalmente representados por
hipomagnesemia, hipocalcemia9 e hipocalemia10 relacionados a danos nos túbulos renais.
Podem ocorrer hipomagnesemia e/ou hipocalcemia9 que se manifestam por irritabilidade
muscular ou cãibras, clônus11, tremores, espasmo12 carpopedal e/ou tetania13.
Ototoxicidade14
Podem ocorrer zumbidos e/ou perda da audição na faixa de alta freqüência (> 4.000 Hz), em
aproximadamente 10% dos pacientes. Pode ocorrer também diminuição da capacidade
auditiva na faixa de conversação normal. A perda auditiva pode ser unilateral ou bilateral e é
dose-dependente e cumulativa. A ototoxicidade14 pode ser mais grave em pacientes muito
jovens e em idosos. A ototoxicidade14 pode ser acentuada com irradiação craniana prévia ou
simultânea e pode estar relacionada ao pico de concentração plasmática de Platistine® CS.
Não está claro se a ototoxicidade14 induzida por Platistine® CS é reversível. Tem-se relatado
também a ocorrência de toxicidade2 vestibular15. A função auditiva deve ser controlada
cuidadosamente antes e durante o tratamento com Platistine® CS (vide "Advertências e
Precauções" e "Interações medicamentosas").
Hematotoxicidade
Mielossupressão freqüentemente ocorre durante o tratamento com Platistine® CS, mas na
maioria das vezes é leve a moderada e reversível nas doses habituais. Contudo, leucopenia16
e trombocitopenia17 são dose-relacionadas e podem se tornar clinicamente relevantes em
pacientes recebendo altas doses de Platistine® CS ou tratamentos mielossupressores
anteriores. O nadir de plaquetas18 e leucócitos19 geralmente ocorre após cerca de 2 semanas,
mas o retorno dos níveis aos valores pré-tratamento ocorre dentro de 4 semanas na maioria
dos pacientes. Pode ocorrer também anemia hemolítica20 Coombs-direto positivo; a
incidência21, gravidade, importância relativa desse efeito em relação a outra toxicidade2
hematológica e dose-relatividade não foram estabelecidas, mas deve-se considerar a
possibilidade de um processo hemolítico no caso de pacientes que estejam recebendo
Platistine® CS e que apresentem uma queda inexplicável na hemoglobina22.
Toxicidade2 gastrintestinal
Na maioria dos pacientes tratados com Platistine® CS ocorrem náuseas23 e vômitos24, às vezes
tão graves que exigem suspensão do tratamento. As náuseas23 e vômitos24 geralmente têm
início dentro de 1 hora após o tratamento e podem persistir por 24 horas ou mais. Vômitos24,
náuseas23 e/ou anorexia25 podem durar até uma semana após o tratamento. Ocorreram
náuseas23 e vômitos24 prolongados (iniciando ou persistindo 24 horas ou mais após a
quimioterapia26) mesmo em pacientes sob controle emético completo no dia do tratamento
com Platistine® CS. Esses efeitos colaterais27 são apenas parcialmente aliviados por
antieméticos28. A gravidade dos sintomas29 pode ser reduzida dividindo-se a dose total por ciclo
em doses menores administradas uma vez ao dia por 5 dias. Também se relatou diarréia30.
Neurotoxicidade
Ocorrem neuropatias periféricas, com pouca freqüência, nas doses habituais de Platistine®
CS. Embora os sinais31 e sintomas29 se desenvolvam geralmente durante o tratamento, podem,
raramente, começar após a última dose de Platistine® CS. A neuropatia32 pode progredir após
a interrupção do tratamento. As neuropatias periféricas podem ser irreversíveis em alguns
pacientes; entretanto pode ser parcialmente ou completamente reversível em outros
pacientes quando ocorre a descontinuação da terapia. Têm sido relatadas: ocorrência do
sinal33 de Lermitte, mielopatia34 da coluna dorsal, neuropatia autonômica35; também foram
relatadas cãibras de início súbito e curta duração, perda do paladar36, fala pastosa, perda de
memória e convulsões.
Toxicidade2 ocular
Observou-se visão37 turva e percepção alterada de cores, geralmente após tratamento com
doses superiores às recomendadas. Neurite38 óptica, edema39 papilar e cegueira cortical foram
raramente relatados em pacientes recebendo Platistine® CS. Esses eventos são geralmente
reversíveis após suspensão do tratamento.
Hepatotoxicidade40
Raramente, podem ocorrer elevações pequenas e transitórias das enzimas hepáticas41 (TGO
e TGP) e bilirrubina42.
Hipersensibilidade
Foram, ocasionalmente, relatadas reações anafiláticas43 e anafilactóides como rubor, edema39
facial, zumbido, broncoconstrição, taquicardia44 e hipotensão45. Essas reações podem ocorrer
dentro de minutos após o início da administração. Raramente foram observadas erupções
cutâneas46 dos tipos urticariformes e maculopapulares. Foram relatadas reações do tipo
anafilática em pacientes previamente expostos ao Platistine® CS. As reações consistem
principalmente de edema39 facial, zumbido, taquicardia44, hipotensão45 e erupções cutâneas46 e
geralmente ocorrem poucos minutos após a administração de Platistine® CS. Essas
reações podem ser controladas com adrenalina47 IV, corticosteróides e anti-histamínicos.
Outros efeitos
Também foram relatadas anormalidades cardíacas (doença coronariana48 arterial,
insuficiência cardíaca congestiva49, arritmias50, hipotensão45 postural, microangiopatia trombótica51,
etc.), hiperuricemia, hiponatremia52/síndrome53 da secreção inapropriada do hormônio54
antidiurético, mialgia55, pirexia56, deposição gengival de platina, elevação dos níveis séricos de
amilase, soluços, erupções cutâneas46 e alopecia57 leve. Raramente têm sido relatadas
toxicidades vasculares58 coincidentes com o uso de Platistine® CS em combinação com
outros agentes antineoplásicos. Esses relatos incluem infarto do miocárdio59, doenças
coronarianas, arritmias50, hipotensão45 postural, acidente vascular cerebral60, microangiopatia
trombótica51, síndrome53 hemolítico-urêmica ou arterite cerebral. Há também relatos de
fenômeno de Raynaud61 em pacientes tratados com a combinação de bleomicina, vimblastina,
com ou sem Platistine® CS. Até o momento não se detectou a causa do fenômeno nesses
casos. Raramente foi observada toxicidade2 local do tecido62 mole após extravasamento de
Platistine® CS. Infiltração de soluções de Platistine® CS pode resultar em celulite63 tissular64,
fibrose65 e necrose66. Também foi relatada toxicidade2 pulmonar em pacientes tratados com
Platistine® CS em combinação com bleomicina e 5-fluorouracila.
Podem ocorrer efeitos locais como flebite67, celulite63 e necrose66 tecidular (após extravasamento
do medicamento).
Platistine® CS pode afetar a fertilidade masculina: relatou-se prejuízo na espermatogênese
e azoospermia68. Embora o prejuízo na espermatogêse possa ser reversível, homens em
tratamento com Platistine® CS devem ser alertados quanto à possibilidade de efeitos
adversos na fertilidade masculina.
Pode ocorrer hiperuricemia, particularmente quando são administradas doses superiores a
50 mg/m2. Os níveis séricos máximos de ácido úrico ocorrem 3-5 dias após a administração
de Platistine® CS. Pode-se administrar alopurinol para uma redução eficaz dos níveis de
ácido úrico.