INFORMAÇÕES TÉCNICAS DICLOFENACO RESINATO GOTAS GENÉRICO
Farmacodinâmica:
Grupo farmacoterapêutico:
Antiinflamatório não-esteróide (AINE).
Mecanismo de ação:
O diclofenaco é um composto não-esteróide com acentuadas propriedades analgésica, antiinflamatória e antipirética.
O diclofenaco possui um rápido início de ação, o que o torna particularmente adequado para o tratamento de estados dolorosos e/ou inflamatórios agudos. A inibição da biossíntese das prostaglandinas1, demonstrada experimentalmente, é considerada fundamental no mecanismo de ação do diclofenaco. As prostaglandinas1 desempenham papel importante na gênese da inflamação2, dor e febre3.
O diclofenaco in vitro, nas concentrações equivalentes àquelas alcançadas no homem, não suprime a biossíntese de proteoglicanos nas cartilagens4.
Efeitos farmacodinâmicos:
Por meio de ensaios clínicos5 foi possível demonstrar que o diclofenaco exerce pronunciado efeito analgésico6 em estados moderados ou severamente dolorosos. Na presença de inflamação2 devida, por exemplo, a trauma ou após intervenção cirúrgica, o diclofenaco alivia rapidamente tanto a dor espontânea quanto a relacionada ao movimento e diminui o inchaço7 inflamatório e o edema8 do ferimento. Estudos clínicos também revelaram que na dismenorréia9 primária o diclofenaco é capaz de aliviar a dor e reduzir o sangramento.
Farmacocinética:
Absorção:
O diclofenaco é completamente absorvido. A absorção inicia-se imediatamente após a administração. O pico da concentração plasmática de cerca de 0,9 mcg/ml (2,75 mcmol/L) é atingido em uma hora, após administração única das gotas em dose correspondendo a 50 mg de diclofenaco potássico.
Como aproximadamente metade do diclofenaco é metabolizado durante sua primeira passagem pelo fígado10 (efeito de "primeira passagem"), a área sob a curva de concentração (AUC11) após administração oral é cerca de metade daquela observada com uma dose parenteral equivalente.
O comportamento farmacocinético não se altera após administrações repetidas. Não ocorre acúmulo desde que sejam observados os intervalos de dosagem recomendados.
Distribuição:
99,7% do diclofenaco liga-se a proteínas12 séricas, predominantemente à albumina13 (99,4%).
O volume de distribuição aparente calculado é de 0,12 - 0,17 L/Kg.
O diclofenaco penetra no fluido sinovial, onde as concentrações máximas são medidas de 2 - 4 horas após serem atingidos os valores de pico plasmático. A meia-vida aparente para eliminação do fluido sinovial é de 3 - 6 horas. Duas horas após atingidos os valores de pico plasmático, as concentrações da substância ativa já são mais altas no fluido sinovial que no plasma14, permanecendo mais altas por até 12 horas.
Biotransformação:
A biotransformação do diclofenaco ocorre parcialmente por glicuronidação da molécula intacta, mas principalmente por hidroxilação e metoxilação simples e múltipla, resultando em vários metabólitos15 fenólicos (3'-hidroxi-, 4'-hidroxi-, 5-hidroxi-, 4',5-hidroxi- e 3'-hidroxi-4'-metoxi-diclofenaco), a maioria dos quais são convertidos aos conjugados glicurônicos. Dois desses metabólitos15 fenólicos são biologicamente ativos, mas em extensão muito menor que o diclofenaco.
Eliminação:
O clearance (depuração) sistêmico16 total do diclofenaco do plasma14 é de 263 + 56 mL/min (valor médio + DP). A meia-vida terminal no plasma14 é de 1 - 2 horas. Quatro dos metabólitos15, incluindo os dois ativos, também têm meia-vida plasmática curta de 1 - 3 horas. Um metabólito17, 3'-hidroxi-4'-metoxi-diclofenaco, tem meia-vida plasmática maior. Entretanto, esse metabólito17 é virtualmente inativo.
Cerca de 60% da dose absorvida é excretada na urina18 como conjugado glicurônico da molécula intacta e como metabólitos15, a maioria dos quais são também convertidos aos conjugados glicurônicos. Menos de 1% é excretado como substância inalterada. O restante da dose é eliminada como metabólitos15 através da bile19 nas fezes.
Características em pacientes:
Não foram observadas diferenças idade-dependentes relevantes na absorção, metabolismo20 ou excreção do fármaco21.
Em pacientes com insuficiência renal22, não se pode inferir, a partir da cinética23 de dose-única, o acúmulo da substância ativa inalterada, quando se aplica o esquema normal de dose. A um clearance de creatina < 10 mL/min, os níveis plasmáticos de steady-state (estado de equilíbrio) calculados dos hidroxi metabólitos15 são cerca de 4 vezes maiores que em indivíduos normais. Entretanto, os metabólitos15 são ao final excretados através da bile19.
Em pacientes com hepatite24 crônica ou cirrose25 não-descompensada, a cinética23 e metabolismo20 do diclofenaco é a mesma de pacientes sem doença hepática26.
- Experiência pré-clínica
Mutagenicidade, carcinogenicidade e toxicidade27 sobre a reprodução28:
O diclofenaco não influencia a fertilidade das matrizes (ratos) nem o desenvolvimento pré- peri- e pós-natal da prole. Não foram detectados efeitos teratogênicos29 em camundongos, ratos e coelhos. Não foram demonstrados efeitos mutagênicos em vários experimentos in vitro e in vivo, e nenhum potencial carcinogênico foi detectado em estudos de longo prazo em ratos e camundongos.