
PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS SERETIDE DISKUS
Não existem evidências de que a administração conjunta de salmeterol e propionato de fluticasona, por via inalatória, altere a farmacocinética de cada droga. Portanto, para fins farmacocinéticos, cada droga será considerada separadamente. Apesar do baixo nível plasmático de SERETIDE®, interações potenciais com outros substratos e inibidores de CYP 3A4 não devem ser excluídas. Salmeterol: O salmeterol atua localmente nos pulmões1, e por isso, os níveis plasmáticos não contribuem para o efeito terapêutico. Além disso, existem apenas dados limitados sobre a farmacocinética do salmeterol, devido à dificuldade técnica de se dosar a concentração plasmática, tendo em vista ser esta muito baixa em doses terapêuticas (aproximadamente 200 pg/ml ou menos), encontrada após a inalação. Após a inalação de doses regulares de xinafoato de salmeterol, o ácido hidroxinaftóico poderá ser detectado na circulação2 sistêmica, atingindo, no estado de equilíbrio, concentrações de aproximadamente 100 ng/ml. Estas concentrações são até 1.000 vezes menores do que os níveis no estado de equilíbrio observados em estudos de toxicidade3. No tratamento regular de longa duração (mais do que 12 meses) nenhum efeito maléfico foi observado em pacientes com obstrução das vias aéreas. Um estudo in vitro demonstrou que o salmeterol é intensamente metabolizado ao a-hidroxi-salmeterol (oxidação alifática) pelo citocromo P-450 3A4 (CYP3A4). Entretanto, um estudo com salmeterol e eritromicina em voluntários sadios não demonstrou alterações clínicas significativas nos efeitos farmacocinéticos do salmeterol com doses de eritromicina de 500 mg, 3 vezes ao dia. Propionato de fluticasona: A biodisponibilidade absoluta do propionato de fluticasona, por via inalatória, varia entre 10%-30% da dose nominal, dependendo do dispositivo utilizado. Em pacientes com doenças obstrutivas reversíveis das vias respiratórias ou DPOC, foi observado um pequeno grau de exposição sistêmica ao propionato de fluticasona. A absorção sistêmica do propionato de fluticasona ocorre, principalmente, através dos pulmões1, sendo inicialmente rápida e depois prolongada. O restante da dose inalada pode ser ingerido, mas sua contribuição para a exposição sistêmica é mínima, devido à baixa solubilidade em água e ao metabolismo4 de primeira passagem, resultando em uma disponibilidade oral menor que 1%. Existe um aumento linear na exposição sistêmica quando se aumenta a dose por via inalatória. A distribuição do propionato de fluticasona é caracterizada por alto clearance plasmático (1.150 ml/min), alto volume de distribuição no estado de equilíbrio (aproximadamente 300 l) e uma meia-vida terminal de, aproximadamente, 8 horas. A ligação às proteínas5 plasmáticas é de 91%. O propionato de fluticasona é removido rapidamente da circulação2 sistêmica, principalmente pelo metabolismo4 a um metabólito6 ácido carboxílico inativo, pela enzima7 CYP3A4 do citocromo P-450. O clearance renal8 do propionato de fluticasona é desprezível (< 0,2%) e o de seu metabólito6 inativo de menos de 5%. Deve-se ter cuidado ao co-administrar inibidores CYP3A4, uma vez que existe um potencial de exposição sistêmica aumentada ao propionato de fluticasona.