
REAÇÕES ADVERSAS NAROPIN
Geral
O perfil de reações adversas de NAROPIN é similar a de outros anestésicos locais de longa duração do tipo amida.
As reações adversas causadas pela ropivacaína são difíceis de se distinguir dos efeitos fisiológicos do bloqueio nervoso (ex.: hipotensão1, bradicardia2), eventos causados diretamente (ex.: trauma nervoso) ou indiretamente (ex.: abscesso3 peridural4) pela introdução da agulha.
Tabela de reações adversas (dados agrupados de todos os tipos de bloqueio)
a Estas reações são mais frequentes após anestesia5 espinhal.
b Estes sintomas6 ocorrem, em geral, por injeção7 intravascular8 acidental, superdosagem ou absorção rápida (ver item Superdosagem).
c A hipotensão1 é menos frequente em crianças (>1/100).
d O vômito9 é mais frequente em crianças (>1/10).
Reações adversas relacionadas à classe terapêutica10
Esta seção inclui complicações relacionadas com a técnica anestésica independente do anestésico local utilizado.
Complicações neurológicas
Neuropatia11 e disfunção medular (ex.: síndrome12 da artéria13 espinhal anterior, aracnoidites, síndrome da cauda equina14) têm sido associadas à anestesia5 peridural4.
Bloqueio espinhal total
O bloqueio espinhal total pode ocorrer se uma dose peridural4 é inadvertidamente administrada intratecalmente ou se uma grande dose é administrada.
Toxicidade15 Sistêmica Aguda
As reações sistêmicas tóxicas envolvem, primariamente, o SNC16 e o Sistema Cardiovascular17. Tais reações são causadas pela alta concentração sanguínea do anestésico local, que pode ocorrer devido à injeção7 intravascular8 (acidental), superdosagem ou por absorção excepcionalmente rápida de áreas altamente vascularizadas (ver item Precauções e Advertências). As reações do SNC16 são similares para todos os anestésicos locais do tipo amida, enquanto que as reações cardíacas são mais dependentes do fármaco18, tanto quantitativamente quanto qualitativamente.
A toxicidade15 do SNC16 é uma resposta gradual com sinais19 e sintomas6 de gravidade crescente. Em geral, os primeiros sintomas6 são: alucinações20, parestesia21 perioral, dormência22 da língua23, hiperacusia, zumbidos e alterações visuais. Disartria24, contraturas musculares ou tremores são mais graves e precedem o início de convulsões generalizadas. Estes sinais19 não devem ser confundidos com comportamento neurótico. Em sequência, podem ocorrer inconsciência25 e convulsões do tipo grande mal, podendo durar de poucos segundos até muitos minutos. Hipóxia26 e hipercarbia ocorrem rapidamente durante as convulsões devido ao aumento da atividade muscular, em conjunto com a interferência com a respiração e possível perda da função respiratória. Em casos graves, pode ocorrer apnéia27. A acidose28, hipercalemia29, hipocalcemia30 e hipóxia26 aumentam e prolongam os efeitos tóxicos dos anestésicos locais.
A recuperação é devido à redistribuição do anestésico local no SNC16 e subsequente metabolismo31 e excreção. A recuperação pode ser rápida a menos que tenha sido administrada uma grande quantidade de anestésico.
A toxicidade15 do sistema cardiovascular17 pode ser vista em casos graves e, em geral, é precedida por sinais19 de toxicidade15 no SNC16. Em pacientes sob sedação32 pesada ou recebendo anestesia5 geral, podem ser ausentes os sintomas6 prodrômicos33 do SNC16. Podem ocorrer hipotensão1, bradicardia2, arritmia34 e até mesmo parada cardíaca como resultado de altas concentrações sistêmicas de anestésicos locais, mas casos raros de parada cardíaca ocorreram sem efeitos prodrômicos33 do SNC16.
Em crianças, os sinais19 iniciais de toxicidade15 do anestésico local podem ser de difícil detecção quando elas não conseguem se expressar verbalmente ou quando elas são submetidas à anestesia5 geral.
Tratamento da Toxicidade15 Sistêmica Aguda
Se sinais19 de toxicidade15 sistêmica aguda aparecer, a administração do anestésico local deve ser interrompida imediatamente e sintomas6 do SNC16 (convulsão35, depressão do SNC16) deve ser tratado imediatamente com suporte ventilatório adequado e a administração de fármacos anticonvulsivantes.
Em caso de parada circulatória, instituir ressuscitação cardiopulmonar imediatamente. Adequada oxigenação, ventilação36 e suporte cardiovascular bem como o tratamento da acidose28 são de importância vital.
Se ocorrer depressão cardiovascular (hipotensão1, bradicardia2), deve-se considerar um tratamento adequado com fluidos intravenosos, vasopressor e/ou agentes inotrópicos. Crianças devem receber doses proporcionais à idade e ao peso.
Se ocorrer parada cardíaca, podem ser necessários esforços de ressucitação prolongados para que se obtenha um resultado satisfatório.
- POSOLOGIA E MODO DE USAR
NAROPIN deve apenas ser utilizado por ou sob a supervisão de médicos experientes em anestesia5 regional.
Adultos e maiores de 12 anos de idade
A tabela a seguir é um guia de dose para os bloqueios mais usados. A dose deve ser baseada na experiência do anestesista e no conhecimento da condição física do paciente.
Em geral, a anestesia5 cirúrgica (ex.: administração peridural4) requer o uso de altas concentrações e doses. Para analgesia recomenda-se o uso de NAROPIN 2 mg/ml, exceto para a administração intra-articular onde NAROPIN 7,5 mg/ml é recomendado.
Vias de administração:
NAROPIN® POLYAMP ® 2 mg/ml: peridural4 lombar, peridural4 torácica e bloqueio de campo.
NAROPIN® POLYAMP ® 7,5 mg/ml: peridural4 lombar para cirurgia e cesárea, peridural4 torácica, bloqueio nervoso maior, bloqueio de campo e injeção7 intra-articular.
NAROPIN® POLYAMP ® 10 mg/ml: peridural4 lombar para cirurgia.
Recomendação de dose para NAROPIN em adultos e maiores de 12 anos de idade
n/a: não se aplica.
1 a dose para bloqueio nervoso maior deve ser ajustada de acordo com o local de administração e a condição do paciente. Os bloqueios interescalênico e do plexo braquial37 supraclavicular podem estar associados a frequência maior de reações adversas graves, independentemente do anestésico local utilizado (ver item Precauções e Advertências).
2 se for utilizada quantidade adicional de ropivacaína por outras técnicas no mesmo paciente, não exceder a dose limite de 225 mg.
As doses apresentadas na tabela acima são aquelas consideradas como necessárias à produção de bloqueio com sucesso, devendo ser utilizadas como guia para uso em adultos. Podem ocorrer variações individuais no início e duração do efeito. Os dados mostram a faixa de dose média necessária. Literatura padrão deve ser consultada para fatores que afetam as técnicas específicas de bloqueio e para necessidades individuais do paciente.
A fim de evitar a injeção7 intravascular8 recomenda-se aspiração cuidadosa antes e durante a administração da dose principal, a qual deve ser injetada lentamente ou em doses crescentes, na velocidade de 25-50 mg/min, sempre observando atentamente as funções vitais do paciente e mantendo contato verbal. Quando se pretende administrar uma dose peridural4, recomenda-se uma dose teste prévia de 3-5 ml de lidocaína com epinefrina (lidocaína 1-2%). A injeção7 intravascular8 acidental pode ser reconhecida pelo aumento temporário da frequência cardíaca e em caso de injeção7 intratecal acidental, por sinais19 de bloqueio espinhal. A injeção7 deve ser interrompida imediatamente se ocorrerem sintomas6 tóxicos.
Em bloqueio peridural4 para cirurgia, doses únicas de até 250 mg de ropivacaína foram usadas e são bem toleradas.
Quando bloqueios peridurais prolongados são utilizados, tanto por infusão contínua como por administração repetida em bolo, devem ser considerados os riscos de indução de lesão38 neural local ou de atingir concentração plasmática tóxica. Doses acumulativas de até 800 mg de ropivacaína administradas em cirurgia e analgesia pós-operatória por mais de 24 horas foram bem toleradas em adultos, assim como infusão peridural4 contínua pós-operatória de até 28 mg/h por 72 horas.
Para o tratamento da dor pós-operatória recomenda-se a seguinte técnica: a menos que seja instalado antes da operação, induzir o bloqueio peridural4 com NAROPIN 7,5 mg/ml (0,75%) pelo catéter peridural4. A analgesia é mantida com infusão de NAROPIN 2 mg/ml (0,2%). Os estudos clínicos demonstraram que velocidades infusão de 6-14 ml/h (12-28 mg/h) proporcionam analgesia adequada com somente leve bloqueio motor não-progressivo na maioria dos casos de dor pós-operatória de grau moderado a grave. Com essa técnica, foi observada redução significativa da necessidade de opióides.
Em estudos clínicos uma infusão peridural4 de NAROPIN 2 mg/ml isolado ou associado a 1-4 mcg/ml de fentanila foi administrada por até 72 horas para o controle da dor pós-operatória. NAROPIN 2 mg/ml (6-14 ml/h) proporcionou alívio da dor adequado para a maioria dos pacientes. A combinação de NAROPIN e fentanila proporcionou melhor alívio da dor, mas causou efeitos colaterais39 de opióides.
A administração peridural4 de ropivacaína em concentrações de 10 mg/ml não foi documentada para uso em cesárea.
Quando bloqueios nervosos periféricos prolongados são aplicados, seja por infusão contínua ou através de injeções repetidas, os riscos de atingir a concentração plasmática tóxica ou induzir a lesão38 neural local, devem ser considerados. Em estudos clínicos, o bloqueio do nervo femoral40 foi estabelecido com 300 mg de NAROPIN 7,5 mg/ml e o bloqueio interescalênico com 225 mg de NAROPIN 7,5 mg/ml, respectivamente, antes da cirurgia. Então, a analgesia foi mantida com NAROPIN 2 mg/ml. Taxas de infusão ou injeções intermitentes41 de 10-20 mg/h durante 48 horas proporcionaram analgesia adequada e foram bem toleradas.
Pacientes pediátricos
Recomendações de dose de NAROPIN em pacientes pediátricos com 0 a 12 anos de idade
A dose na tabela serve como guia para uso em pediatria, pois ocorrem variações individuais. Em crianças com peso corpóreo alto, em geral, é necessária redução gradual da dose com base no peso corpóreo ideal. O volume para um único bloqueio peridural4 caudal e o volume para administração peridural4 em bolo não deve exceder 25 ml em nenhum paciente. Literatura padrão deve ser consultada para fatores que afetam técnicas específicas de bloqueio e para as necessidades individuais do paciente.
Recomenda-se aspiração cuidadosa antes e durante a injeção7 para prevenir a administração intravascular8. As funções vitais do paciente devem ser observadas de perto durante a administração. Se ocorrerem sintomas6 de toxicidade15, a injeção7 deve ser imediatamente interrompida.
Uma injeção7 peridural4 caudal única de ropivacaína 2 mg/ml produz analgesia pós-operatória adequada abaixo de T12 na maioria dos pacientes quando é usada uma dose de 2 mg/kg em volume de 1 ml/kg. Em crianças acima de 4 anos de idade, doses de até 3 mg/kg têm sido usadas com segurança. O volume da injeção7 peridural4 caudal pode ser ajustado para obter uma distribuição diferente do bloqueio sensório, conforme recomendado na literatura padrão.
O fracionamento da dose calculada do anestésico local é recomendado, qualquer que seja a via de administração.