INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DICLORIDRATO DE LEVOCETIRIZINA
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Dicloridrato de levocetirizina apresenta em sua formulação o dicloridrato de levocetirizina, que é o R-enantiômero do racemato cloridrato de cetirizina, podendo ser utilizado no tratamento dos sintomas1 associados com as condições alérgicas tais como: rinite2 alérgica sazonal, incluindo
sintomas1 oculares, rinite2 alérgica perineal e urticária3 crônica.
Farmacodinâmica: A levocetirizina é um antagonista4 dos receptores da histamina5 H1, ativo quando administrado por via oral, potente, seletivo e de longa duração. A levocetirizina é similar à cetirizina, livre de efeitos anticolinérgicos e baixo potencial de efeito sedativo.
Através de estudos realizados com cetoconazol, eritromicina, azitromicina, cimetidina e pseudoefedrina, demonstrou-se que estes fármacos não interagem com a cetirizina e vice versa.
Uma diminuição de 20% no clearance da cetirizina foi verificado quando administrado com a teofilina. Porém, esta alteração não foi considerada de relevância clínica. A disposição da levocetirizina é similar quando administrada como o enantiômero único ou como o racemato. A levocetirizina acompanha a mesma farmacodinâmica e atividade anti-H1 da cetirizina; a levocetirizina é fracamente metabolizada e não possui nenhum efeito nas atividades do citocromo CYP do fígado6. Deste modo, nenhum estudo de interação específica droga-droga foi conduzido com a levocetirizina.
A levocetirizina é excretada tanto por filtração glomerular como secreção tubular. O potencial de drogas como a probenicida, em afetar a excreção renal7, não foi estudado. Entretanto, o impacto máximo esperado deve ser de 50% da redução no clearance renal7.
Absorção: A levocetirizina é rápida e extensivamente absorvida após administração oral. Após uma dose oral de 5 mg radiomarcada, 85,4% e 12,9% da dose são recuperadas na urina8 e nas fezes, respectivamente.
O balanço da excreção foi verificado como estando perto de 100%, um valor mais alto se comparado com aquele medido para a cetirizina previamente (79,7% da dose). O Tmax é alcançado aproximadamente uma hora após a administração. O Cmax da levocetirizina foi equivalente quando administrado a uma dose equivalente como enantiômero simples ou como racemato. A rápida e extensiva absorção da levocetirizina é consistente durante os estudos conduzidos tanto com a levocetirizina quanto com a cetirizina.
A influência de uma farta refeição na farmacocinética da levocetirizina foi avaliada e foi verificado que o alimento prolonga a absorção por 1,25 h, reduzindo o Cmax em 35%, enquanto a AUC9 não foi afetada. Estes efeitos não foram considerados como clinicamente importantes e a levocetirizina pode ser administrada com ou sem alimentos.
A ligação às proteínas10 com a levocetirizina radiomarcada, medida por ultrafiltração in vivo, foi de 96,1% em 1 hora, estando muito próximo da verificação in vitro das ligações às proteínas10 plasmáticas nas concentrações de 0,2 a 1 μg/ml no mesmo estudo (94,8 a 95,0%).
Eliminação/Excreção: A levocetirizina é eliminada por excreção renal7 em uma grande extensão. O metabolismo11 é uma menor rota de eliminação. Os metabólitos12 são primariamente excretados na urina8. O total recuperado excretado nas fezes e urina8 após uma dose de 168 horas foi de 98,3% da dose. A meia-vida em voluntários adultos sadios é de aproximadamente 8 horas (aproximadamente 40% maior que o do enantiômero S).
Tem sido demonstrado que a cetirizina é excretada no leite materno. É esperado que a levocetirizina também seja excretada no leite materno.
Deste modo, a administração da levocetirizina a mulheres que estiverem amamentando é contra-indicada.
Populações Especiais: Pacientes com insuficiência renal13 – dois estudos foram conduzidos em indivíduos com comprometimento renal7. O primeiro foi um estudo de dose única com indivíduos com diferentes graus de insuficiência renal13 e o segundo, um estudo de dose única em indivíduos sendo submetidos à hemodiálise14.
Como esperado, o clearance corporal total e o clearance renal7 da levocetirizina estiveram reduzidos em indivíduos com comprometimento da função renal7 em 40%, naqueles com um CLcr médio de 62 ml/min/1,73 m2 e em 70% naqueles com um CLcr de 26 ml/min/1,73 m2 . O clearance da levocetirizina está correlacionado com o CLcr.
Em indivíduos anúricos (estágio final da doença renal7), o clearance corporal total de levocetirizina está diminuído em aproximadamente 80% quando comparado a indivíduos normais (CLcr > 90 ml/min/1,73 m2) e a meia-vida foi de 41 horas.
A ligação da levocetirizina às proteínas10 plasmáticas não foi alterada em indivíduos com função renal7 comprometida. Entretanto, em indivíduos anúricos a ligação às proteínas10 plasmáticas no Tmax foi de 86,6% quando comparado a 90% em indivíduos normais.
Pacientes com função renal7 comprometida necessitam de doses diárias de levocetirizina reduzidas e/ou intervalos de dose maiores quando comparados com os pacientes com função renal7 normal.
Nenhuma dose suplementar em pacientes se submetendo a hemodiálise14 deve ser administrada.
Pacientes com insuficiência hepática15 – a levocetirizina é metabolizada no fígado6 em pequena extensão (<20%), sua faixa terapêutica16 é ampla e aproximadamente 86% da dose é excretada não modificada. Deste modo, é improvável que reduções modestas no clearance levarão a uma
toxicidade17 direta ou por aumento de sua interação com outras drogas.
Entretanto, em pacientes com comprometimento hepático e concomitante redução na função renal7, ajustes da dose são recomendados.
Estudos clínicos publicados mostraram que a levocetirizina foi eficaz no tratamento dos sintomas1 da rinite2 alérgica, aliviando todos os sintomas1 relatados (espirro, coriza18, prurido19, congestão nasal, assim como, lacrimejamento, prurido19 e vermelhidão dos olhos20). A incidência21
de eventos adversos informados foi comparável entre o tratamento com levocetirizina e grupo placebo22.
Na dose recomendada de 5 mg ao dia, não houve incidência21 excessiva de sonolência em comparação ao grupo de tratamento com placebo22.
Nas doses terapêuticas recomendadas, a levocetirizina não interferiu com o desempenho psicomotor23 e/ou sobre a capacidade de dirigir veículos nos estudos clínicos.
- INDICAÇÕES:
Dicloridrato de levocetirizina está indicado no tratamento dos sintomas1 associados a enfermidades alérgicas, como: rinite2 alérgica sazonal (incluindo os sintomas1 oculares), rinite2 alérgica perene e urticária3 crônica idiopática24.