
COMPOSIÇÃO ROSUCOR
Cada comprimido revestido de ROSUCOR 10 mg contém:
rosuvastatina cálcica............................................................ 10,40 mg
(equivalente a 10 mg de rosuvastatina)
Excipientes: lactose1 monoidratada, celulose microcristalina, crospovidona, estearato de magnésio, hipromelose, triacetina, dióxido de titânio e óxido de ferro vermelho.
Cada comprimido revestido de ROSUCOR 20 mg contém:
rosuvastatina cálcica............................................................ 20,80 mg
(equivalente a 20 mg de rosuvastatina)
Excipientes: lactose1 monoidratada, celulose microcristalina, crospovidona, estearato de magnésio, hipromelose, triacetina, dióxido de titânio e óxido de ferro vermelho.
II - INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE2
1. INDICAÇÕES
ROSUCOR deve ser usado como adjuvante à dieta quando a resposta à dieta e aos exercícios é inadequada.
Em pacientes com hipercolesterolemia3 ROSUCOR é indicado para:
• Redução do LDL4-colesterol5, colesterol5 total e triglicérides6 elevados; aumentar o HDL7-colesterol5 em pacientes com hipercolesterolemia3 primária (familiar heterozigótica e não familiar) e dislipidemia combinada (mista) (Fredrickson tipos IIa e IIb). ROSUCOR também diminui ApoB, não-HDL7-C, VLDL-C, VLDL-TG, e as razões LDL4-C/HDL7-C, C-total/HDL7-C, não-HDL7-C/HDL7-C, ApoB/ApoA-I e aumenta ApoA-I nestas populações.
• Tratamento da hipertrigliceridemia isolada (hiperlipidemia8 de Fredrickson tipo IV).
• Redução do colesterol5 total e LDL4-C em pacientes com hipercolesterolemia3 familiar homozigótica9, tanto isoladamente quanto como um adjuvante à dieta e a outros tratamentos de redução de lipídios (por ex.: aférese de LDL4), se tais tratamentos não forem suficientes.
• Retardar ou reduzir a progressão da aterosclerose10.
2. RESULTADOS DE EFICÁCIA
A rosuvastatina cálcica reduz os níveis elevados de LDL4-colesterol5, colesterol5 total e triglicérides6 e aumenta o HDL7-colesterol5. Também reduz a ApoB, o não-HDL7-C, o VLDL-C e o VLDL-TG e aumenta a ApoA-I (ver Tabelas 1 e 2) (Olsson AG et al. Cardiovasc Drug Rev 2002; 20: 303-28).
A rosuvastatina cálcica reduz ainda as razões LDL4-C/HDL7-C, C-total/HDL7-C, não-HDL7-C/HDL7-C e ApoB/ApoA-I (Olsson AG et al. Cardiovasc Drug Rev 2002; 20: 303-28; Rader DJ et al. Am J Cardiol 2003; 91 (Suppl): 20C-24C).
Uma resposta terapêutica11 à rosuvastatina cálcica é evidente em 1 semana após o início da terapia e 90% da resposta máxima é alcançada geralmente em 2 semanas. A resposta máxima é geralmente obtida em até 4 semanas e mantida após esse período (Brown W et al. Am Heart J 2002; 144: 1036-43; Olsson AG et al. Am Heart J 2002; 144: 1044-51).

Os dados das Tabelas 1 e 2 são confirmados pelo amplo programa clínico de mais de 5.300 pacientes tratados com rosuvastatina cálcica.
Em um estudo de pacientes com hipercolesterolemia3 familiar heterozigótica, 435 indivíduos foram tratados com rosuvastatina cálcica de 20 mg a 80 mg em um desenho de titulação forçada de dose. Todas as doses de rosuvastatina cálcica mostraram um efeito benéfico nos parâmetros lipídicos e no tratamento para atingir as metas estabelecidas. Após titulação para a dose de 40 mg (12 semanas de tratamento), o LDL4-C foi reduzido em 53% (Stein E et al. Atherosclerosis Suppl 2001; 2 (2): 90 Abs P176).
Em um estudo aberto de titulação forçada de dose, 42 pacientes com hipercolesterolemia3 familiar homozigótica9 foram avaliados quanto à sua resposta a rosuvastatina cálcica 20-40 mg titulado em um intervalo de 6 semanas. Na população geral, a redução média de LDL4-C foi de 22%. Nos 27 pacientes com redução de no mínimo 15% na semana 12 (considerada como sendo a população com resposta), a redução média de LDL4-C foi de 26% na dose de 20 mg e de 30% na dose de 40 mg. Dos 13 pacientes com uma redução de LDL4-C inferior a 15%, 3 não apresentaram resposta ou tiveram um aumento de LDL4-C (Marais D et al. Atherosclerosis Suppl 2002; 3: 159 Abs 435).
No estudo METEOR, a eficácia da rosuvastatina 40 mg na progressão da arterosclerose foi avaliada por ultrassom bidimensional da artéria12 carótida. Neste estudo clínico, duplo-cego, multicêntrico, placebo13-controlado, 984 indivíduos com baixo risco de doença coronária cardíaca (definido como risco Framingham <10% acima de 10 anos) e com LDL4-C médio de 154,5 mg/dL14, mas com aterosclerose10 subclínica detectada por ultrassom da carótida IMT (Intima Media Thickness/Espessura da Íntima-Média), foram randomizados em uma relação 5:2 para tratamento com rosuvastatina 40 mg ou placebo13 por 2 anos.
A rosuvastatina retardou significativamente a progressão da aterosclerose10 da carótida comparada com placebo13. A diferença na alteração da IMT para todos os 12 locais da artéria12 carótida entre os pacientes tratados com rosuvastatina e pacientes tratados com placebo13 foi -0,0145 mm/ano (IC 95% -0,0196, -0,0093; p< 0,0001). A mudança a partir do basal (pré-tratamento) para o grupo rosuvastatina foi -0,0014 mm/ano (IC 95% -0,0041, 0,0014), mas não foi significativamente diferente de zero (p=0,3224). Os efeitos benéficos da rosuvastatina foram consistentes para todos os 4 desfechos secundários da IMT. Houve progressão significativa no grupo placebo13 (+0,0131 mm/ano; IC 95% 0,0087, 0,0174; p< 0,0001). No grupo rosuvastatina, 52,1% dos pacientes demonstraram uma ausência de progressão da doença (ex.: regressão) comparada com 37,7% dos pacientes do grupo placebo13 (p=0,0002). A rosuvastatina 40 mg foi bem tolerada e os dados foram consistentes ao perfil de segurança estabelecido para rosuvastatina.
A rosuvastatina cálcica é eficaz em uma ampla variedade de populações de pacientes com hipercolesterolemia3, com e sem hipertrigliceridemia (Olsson AG et al. Cardiovasc Drug Rev 2002; 20: 303-28), independentemente de raça, sexo ou idade (Martin P et al. J Clin Pharmacol 2002; 42 (10): 1116-21), e em populações especiais como diabéticos (Olsson AG et al. Cardiovasc Drug Rev 2002; 20: 303-28; Blasetto JW et al. Am J Cardiol 2003; 91 (Suppl): 3C-10C; Durrington P et al. Diabetologia 2001; 44 (Suppl 1): A165, Abs 631) ou pacientes com hipercolesterolemia3 familiar (Stein E et al. Atherosclerosis Suppl 2001; 2 (2): 90 Abs P176).
Em um estudo clínico controlado denominado ASTEROID (estudo para avaliar os efeitos da rosuvastatina na placa15 de ateroma coronariano através de ultrassom intravascular16), os pacientes tratados com rosuvastatina cálcica 40 mg tiveram uma regressão significativa da aterosclerose10 para todas as três medidas de ultrassom intravascular16 (IVUS) avaliadas. No estudo ASTEROID, os pacientes tratados com rosuvastatina cálcica atingiram o nível mais baixo de LDL4-C (- 53%) e os maiores níveis do HDL7-C (+ 15%) já observados em um estudo de progressão de aterosclerose10 com estatinas. Neste estudo de dois anos de duração, a rosuvastatina demonstrou ser bem tolerada. São necessários mais estudos clínicos para determinar a extensão na qual rosuvastatina cálcica pode reduzir a formação e regredir a placa15 de ateroma (Nissen Steven E et al. Jama 2006; 295: E1-10).
3. CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS
Propriedades Farmacodinâmicas
Mecanismo de ação:
A rosuvastatina é um seletivo e potente inibidor competitivo da HMG-CoA redutase, a enzima17 que limita a taxa de conversão da 3-hidroxi-3-metilglutaril coenzima A para mevalonato, um precursor do colesterol5. Os triglicérides6 (TG) e o colesterol5 são incorporados no fígado18 à apolipoproteína B (ApoB), e liberados no plasma19 como lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL), para serem distribuídos nos tecidos periféricos. As partículas VLDL são ricas em triglicérides6. A lipoproteína de baixa densidade (LDL4), rica em colesterol5, é formada a partir de VLDL e captada principalmente através do receptor de LDL4 de alta afinidade no fígado18.
A rosuvastatina exerce seus efeitos modificadores de lipídios de duas maneiras: ela aumenta o número de receptores LDL4 hepáticos na superfície celular, aumentando a captação e o catabolismo20 do LDL4, e inibe a síntese hepática21 de VLDL, reduzindo, assim, o número total de partículas de VLDL e LDL4.
A lipoproteína de alta densidade (HDL7) que contém ApoA-I é envolvida, entre outras coisas, no transporte do colesterol5 dos tecidos de volta para o fígado18 (transporte reverso de colesterol5).
O envolvimento do LDL4-C na aterogênese está bem documentado. Estudos epidemiológicos estabeleceram que LDL4-C e TG altos e HDL7-C e ApoA-I baixos foram associados a um maior risco de doença cardiovascular. Estudos de intervenção mostraram os benefícios da redução de LDL4-C e TG ou do aumento do HDL7-C sobre as taxas de mortalidade22 e de eventos cardiovasculares (CV). Dados mais recentes associaram os efeitos benéficos dos inibidores da HMG-CoA redutase à diminuição do não-HDL7 (por ex.: todo colesterol5 circulante que não está em HDL7) e da ApoB ou à redução da relação da ApoB/ApoA-I.
Propriedades Farmacocinéticas
A rosuvastatina cálcica é administrada por via oral na forma ativa, com picos de níveis plasmáticos ocorrendo 5 horas após a administração. A absorção aumenta linearmente com a faixa de dose. A meia-vida é de 19 horas e não aumenta com a elevação da dose. A biodisponibilidade absoluta é de 20%. Há um acúmulo mínimo com dose única diária repetida.
A rosuvastatina sofre metabolismo23 de primeira passagem no fígado18, que é o local primário da síntese de colesterol5 e da depuração de LDL4-C.
Aproximadamente 90% da rosuvastatina liga-se às proteínas24 plasmáticas, principalmente à albumina25. Mais de 90% da atividade inibitória para a HMG-CoA redutase circulante é atribuída ao princípio ativo.
A rosuvastatina sofre metabolismo23 limitado (aproximadamente 10%), principalmente para a forma N-desmetila, e 90% são eliminados como droga inalterada nas fezes, sendo o restante excretado na urina26.