PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS CALNATE

Atualizado em 28/05/2016

Como a diminuição efetiva do potássio sérico com Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) pode levar de horas a dias, o tratamento apenas com esta droga pode ser insuficiente para corrigir rapidamente a hiperpotassemia severa associada à destruição tecidual massiva (por exemplo, queimaduras e insuficiência renal1) ou a hiperpotassemia intensa considerada emergência2 médica. Portanto, outras medidas definitivas, incluindo diálise3, devem sempre ser consideradas e podem ser imperativas.

Pode ocorrer séria deficiência de potássio durante o tratamento com Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio). O efeito deve ser cuidadosamente controlado por determinações freqüentes do potássio sérico dentro de cada período de 24 horas.

Uma vez que a deficiência intracelular de potássio nem sempre é reflexo dos níveis séricos de potássio, o nível em que o tratamento com Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) deve ser interrompido e deve ser determinado individualmente para cada paciente. A condição clínica do paciente e o eletrocardiograma4 são importantes auxiliares na determinação da interrupção do tratamento. Os sinais5 clínicos precoces de hipopotassemia6 grave incluem um padrão de confusão com irritabilidade e retardo dos processos de pensamento. Eletrocardiograficamente, a hipopotassemia6 grave está freqüentemente associada a prolongamento do intervalo Q-T, alargamento, achatamento7 ou inversão da onda T e ondas U proeminentes. Além disso, pode ocorrer arritmias8 cardíacas, como contrações ventriculares, nodais e atriais prematuras, e taquicardias ventriculares e supraventriculares. Os efeitos tóxicos dos digitálicos podem, provavelmente, estar exacerbados. A hipopotassemia6 severa pode também manifestar-se por fraqueza muscular grave, algumas vezes estendendo-se para paralisia9 franca.

Como todas as resinas permutadoras de cátions, Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) não é totalmente seletivo (para potássio) em sua ação, e pequenas quantidades de outros cátions, como magnésio e sódio, podem também se perdidas durante o tratamento. Em vista disso, os pacientes recebendo Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio) devem ser monitorizados quanto a todos os distúrbios eletrolíticos pertinentes.

Podem ocorrer hipercalcemia e hipercalciúria10 com o uso de Calnate (poliestirenossulfonato de cálcio). Isto é mais provável em pacientes com hipoparatireoidismo que estejam recebendo altas doses de vitamina11 D, ou em pacientes com comprometimento da função renal12, em tratamento de diálise3 ou não. Os sintomas13 de hipercalcemia incluem anorexia14, náusea15, vômito16, constipação17, dor abdominal, boca18 seca, sede e poliúria19. O quadro pode ser evitado por avaliações freqüentes dos níveis plasmáticos e urinário do cálcio. Os níveis urinários de cálcio podem elevar-se antes dos níveis plasmáticos.

Muitos pacientes em insuficiência renal1 crônica têm níveis séricos baixos de cálcio e altos de fosfato, mas alguns, que infelizmente não podem ser identificados de antemão, apresentam uma rápida elevação das concentrações séricas de cálcio após o tratamento.

Esse risco, portanto, enfatiza a necessidade de controle bioquímico adequado.

Caso ocorra constipação17, as pacientes podem ser tratados com sorbitol20 (10 a 20 mL de xarope a 70% a cada 2 horas ou conforme necessário, de modo a produzir uma a duas evacuações aquosas por dia), medida essa que também reduz qualquer tendência à impactação fecal.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
2 Emergência: 1. Ato ou efeito de emergir. 2. Situação grave, perigosa, momento crítico ou fortuito. 3. Setor de uma instituição hospitalar onde são atendidos pacientes que requerem tratamento imediato; pronto-socorro. 4. Eclosão. 5. Qualquer excrescência especializada ou parcial em um ramo ou outro órgão, formada por tecido epidérmico (ou da camada cortical) e um ou mais estratos de tecido subepidérmico, e que pode originar nectários, acúleos, etc. ou não se desenvolver em um órgão definido.
3 Diálise: Quando os rins estão muito doentes, eles deixam de realizar suas funções, o que pode levar a risco de vida. Nesta situação, é preciso substituir as funções dos rins de alguma maneira, o que pode ser feito realizando-se um transplante renal, ou através da diálise. A diálise é um tipo de tratamento que visa repor as funções dos rins, retirando as substâncias tóxicas e o excesso de água e sais minerais do organismo, estabelecendo assim uma nova situação de equilíbrio. Existem dois tipos de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal.
4 Eletrocardiograma: Registro da atividade elétrica produzida pelo coração através da captação e amplificação dos pequenos potenciais gerados por este durante o ciclo cardíaco.
5 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
6 Hipopotassemia: Concentração sérica de potássio inferior a 3,5 mEq/l. Pode ocorrer por alterações na distribuição de potássio (desvio do compartimento extracelular para intracelular) ou de reduções efetivas no conteúdo corporal de potássio por uma menor ingesta ou por perda aumentada. Fraqueza muscular e arritimias cardíacas são os sinais e sintomas mais comuns, podendo haver também poliúria, polidipsia e constipação. Pode ainda ser assintomática.
7 Achatamento: 1. Ato ou efeito de achatar (-se); achatadura, depressão, rebaixamento. 2. Na astronomia, trata-se de um parâmetro geralmente muito pequeno, que caracteriza a não esfericidade de um astro em rotação, igual à variação relativa de uma grandeza quando se passa do equador ao polo. 3. Que tem ou tomou forma chata, plana.
8 Arritmias: Arritmia cardíaca é o nome dado a diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos batimentos cardíacos.
9 Paralisia: Perda total da força muscular que produz incapacidade para realizar movimentos nos setores afetados. Pode ser produzida por doença neurológica, muscular, tóxica, metabólica ou ser uma combinação das mesmas.
10 Hipercalciúria: Eliminação de quantidade anormalmente grande de cálcio na urina.
11 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
12 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
13 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
14 Anorexia: Perda do apetite ou do desejo de ingerir alimentos.
15 Náusea: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc.
16 Vômito: É a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Pode ser classificado como: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
17 Constipação: Retardo ou dificuldade nas defecações, suficiente para causar desconforto significativo para a pessoa. Pode significar que as fezes são duras, difíceis de serem expelidas ou infreqüentes (evacuações inferiores a três vezes por semana), ou ainda a sensação de esvaziamento retal incompleto, após as defecações.
18 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
19 Poliúria: Diurese excessiva, pode ser um sinal de diabetes.
20 Sorbitol: Adoçante com quatro calorias por grama. Substância produzida pelo organismo em pessoas com diabetes e que pode causar danos aos olhos e nervos.

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