RESULTADOS DE EFICÁCIA AXONIUM

Atualizado em 28/05/2016


Esquizofrenia1

A eficácia da olanzapina no tratamento da esquizofrenia1 foi estabelecida em 2 estudos controlados de curto prazo (6 semanas) com pacientes internados que reuniam os critérios do DSM III-R (Manual de diagnóstico2 estatístico de doenças mentais) para esquizofrenia1.

Vários instrumentos foram usados para avaliar os sinais3 e sintomas4 psiquiátricos nesses estudos, entre eles a Escala Breve de Avaliação Psiquiátrica (BPRS), um inventário com múltiplos itens de psicopatologia geral, usado tradicionalmente para avaliar os efeitos do tratamento na esquizofrenia1. O fator de psicose5 da BPRS (desorganização conceitual, conduta alucinatória e alteração do conteúdo do pensamento) é considerado um instrumento particularmente útil para avaliar os pacientes esquizofrênicos. Uma segunda avaliação tradicional, a Impressão Clínica Global (CGI), reflete a impressão de um observador hábil, completamente familiar com manifestações de esquizofrenia1, sobre o estado clínico geral do paciente. Além disso, outras duas escalas recentemente desenvolvidas foram empregadas; estas incluíram a Escala das Síndromes Positiva e Negativa (PANSS), na qual estão enquadrados os 18 itens do BPRS e a Escala para Avaliação dos Sintomas4 Negativos (SANS). O estudo clínico resume o foco nos seguintes parâmetros: PANSS total e/ou BPRS total; fator de psicose5 na BPRS; subescala negativa da PANSS ou da SANS e gravidade da CGI. Os resultados dos estudos são os seguintes:

(1) Em um estudo clínico, placebo6-controlado de 6 semanas (N = 149) envolvendo duas doses fixas de 1 e 10 mg/dia de olanzapina, a olanzapina 10 mg/dia (mas não 1 mg/dia), foi superior ao placebo6 na PANSS total (também na BPRS total resumida) no fator de psicose5 da BPRS, na subescala negativa da PANSS e na gravidade da CGI.

(2) Em um estudo clínico, placebo6-controlado de 6 semanas (N = 253), envolvendo 3 intervalos de doses fixas (5,0 ± 2,5 mg/dia; 10,0 ± 2,5 mg/dia e 15,0 ± 2,5 mg/dia), os grupos de dose de olanzapina mais altas (doses médias efetivas de 12 e 16 mg/dia, respectivamente) foram superiores ao placebo6 no resultado da BPRS total, fator de psicose5 da BPRS e no resultado de gravidade da CGI. O grupo de dose mais alta de olanzapina foi superior ao placebo6 no SANS.

Não houve vantagem evidente para o grupo de dose alta sobre o grupo de dose média.

O exame dos grupos de população (raça e sexo) não revelou qualquer resposta diferencial com base nesses subgrupos.

Em um estudo de longo prazo com pacientes internados que reuniam predominantemente os critérios do DSM-IV para esquizofrenia1 e que permaneceram estáveis durante o tratamento aberto com a olanzapina por pelo menos 8 semanas, 326 pacientes foram randomizados para continuar com suas doses de olanzapina (intervalo de 10 a 20 mg/dia) ou com placebo6. O período de acompanhamento para observar os pacientes quanto à recidiva7, definido como o aumento dos sintomas4 positivos na BPRS ou hospitalização, foi de 12 meses. Contudo, a interrupção antecipada do estudo ocorreu devido a um excesso das recidivas8 com o placebo6, comparado às recidivas8 com a olanzapina.

A olanzapina foi superior ao placebo6 no período da recidiva7, o principal desfecho clínico avaliado neste estudo. Portanto, a olanzapina foi mais efetiva que o placebo6 na manutenção da eficácia em pacientes estabilizados por aproximadamente 8 semanas e seguidos por um período de observação de até 8 meses.

Mania (mania pura ou mista)

Monoterapia

A eficácia da olanzapina no tratamento dos episódios maníacos agudos foi estabelecida em dois estudos de curto prazo, placebos-controlados (um de 3 semanas e um de 4 semanas) em pacientes que reuniram os critérios para Transtorno Bipolar I com episódios maníacos ou mistos. Estes estudos incluíram pacientes com ou sem sintomas4 psicóticos e com ou sem ciclagem rápida.

O instrumento primário usado para avaliar os sintomas4 maníacos nesses estudos foi a Escala de Mania Young (Y-MRS), uma escala de 11 itens preenchida pelo médico, tradicionalmente usada para avaliar o grau de sintomatologia maníaca (irritabilidade, comportamento disruptivo/agressivo, sono, humor elevado, fala, atividade aumentada, interesse sexual, transtorno da fala/distúrbio do pensamento, conteúdo do pensamento, aparência e discernimento). O principal desfecho clínico deste estudo foi uma redução na pontuação da Y-MRS ao longo do estudo. Os resultados desses estudos são os seguintes:

(1) No estudo placebo6-controlado de 3 semanas (N = 67) que envolveu um intervalo de dose de olanzapina (5-20 mg/dia, diariamente, iniciando com 10 mg/dia), a olanzapina foi superior ao placebo6 na redução da pontuação total da Y-MRS.

(2) Em um estudo placebo6-controlado de 4 semanas (N = 115) que envolveu um intervalo de dose de olanzapina (5-20 mg/dia, iniciando com 15 mg/dia), a olanzapina foi superior ao placebo6 na redução da pontuação da Y-MRS total.

(3) Em outro estudo, 361 pacientes que preencheram os critérios do DSM-IV para mania ou episódio misto de transtorno bipolar, com resposta clínica à olanzapina de 20 mg/dia na fase inicial do tratamento aberto por aproximadamente duas semanas, em média, foram randomizados para continuar o tratamento com olanzapina na mesma dose (N = 225) ou para realizar o tratamento com placebo6 (N = 136), com o objetivo de observar as taxas de recaída dos pacientes.

Na fase duplo-cega do estudo, aproximadamente 50% dos pacientes do grupo recebendo olanzapina interrompeu o tratamento até o 59º dia e 50% dos pacientes do grupo tratado com placebo6 interrompeu o tratamento até o 23º dia. As respostas durante a fase aberta foram definidas como uma diminuição na pontuação total da escala YMRS ≤ 12 e da escala HAM-D 21 ≤ 8. As recaídas durante a fase duplo-cega foram definidas como um aumento na pontuação das escalas Y-MRS ou HAM-D 21 ≥ 15, ou a ocorrência de hospitalização em caso de mania ou depressão. Na fase randomizada, os pacientes que continuaram recebendo olanzapina apresentaram um significativo aumento no tempo do aparecimento de uma recaída.

Terapia em combinação

A eficácia do uso de olanzapina concomitantemente com lítio ou valproato no tratamento dos episódios maníacos agudos foi estabelecida em dois estudos controlados em pacientes que reuniram os critérios do DSM-IV para Transtorno Bipolar I com episódios maníacos ou mistos. Esses estudos incluíram pacientes com ou sem sintomas4 psicóticos e com ou sem curso de ciclagem rápida. Os resultados desses estudos são os seguintes:

(1) Em um estudo de combinação, placebo6-controlado de 6 semanas, 175 pacientes internados em tratamento com lítio ou valproato, inadequadamente controlados com relação aos sintomas4 maníacos ou mistos, foram randomizados para receber olanzapina ou placebo6, em combinação com sua terapia original. A olanzapina (em um intervalo de dose de 5-20 mg/dia, iniciando com 10 mg/dia) combinada com lítio ou valproato (em um intervalo terapêutico de 0,6 mEq/L a 1,2 mEq/L ou 50 mcg/ml a 125 mcg/ml, respectivamente) foi superior ao lítio ou valproato isolado na redução da pontuação da Y-MRS total.

(2) Em um segundo estudo de combinação, placebo6-controlado de 6 semanas, 169 pacientes internados em tratamento com lítio ou valproato, inadequadamente controlados com relação aos sintomas4 maníacos ou mistos (Y-MRS ≥ 16), foram randomizados para receber olanzapina ou placebo6, em combinação com suas terapias originais. A olanzapina (em um intervalo de dose de 5-20 mg/dia, iniciando com 10 mg/dia) combinada com lítio ou valproato (em um intervalo terapêutico de 6,0 mEq/L a 1,2 mEq/L ou 50 mcg/ml a 125 mcg/ml, respectivamente) foi superior ao lítio ou valproato isolado na redução da pontuação da Y-MRS total.

Prevenção de recorrência9 do transtorno bipolar

A eficácia e a segurança da olanzapina na prevenção da recorrência9 do transtorno bipolar foram investigadas em quatro estudos randomizados, duplo-cegos e controlados. Em cada estudo, a olanzapina foi administrada por via oral, na forma de comprimidos ou cápsulas, em dose de 5 a 20 mg/dia. As doses de lítio (300 a 1800 mg/dia) e de valproato (500 a 2500 mg/dia) foram ajustadas para manter níveis terapêuticos plasmáticos seguros.

O primeiro estudo procurou estabelecer a não inferioridade da olanzapina versus lítio em termos de incidência10 da recorrência9 sintomática11 para pacientes12 em remissão sintomática11 de mania e depressão.

Pela definição de recorrência9 (incluindo hospitalização), os pacientes tratados com olanzapina tiveram uma incidência10 estatisticamente inferior de recorrência9 bipolar (31,3% versus 42,5%; p=0,017) e de recorrência9 de mania (14,7% versus 31,3%; p<0,001), quando comparado aos pacientes tratados com lítio. Os pacientes tratados com olanzapina também demonstraram um período estatisticamente mais longo até a recorrência9 de transtorno bipolar ou mania do que os pacientes tratados com lítio. Além disso, a olanzapina foi tão eficaz quanto o lítio em prolongar o período para uma recorrência9 depressiva. A taxa de recorrência9 e o período até sua ocorrência foram estatisticamente mais favoráveis para os pacientes tratados com olanzapina do que para os pacientes tratados com lítio.

O segundo estudo, de 47 semanas, procurou estabelecer a superioridade da olanzapina versus placebo6 em termos do tempo até a recorrência9 sintomática11 para pacientes12 em remissão sintomática11 de mania e depressão. Esse estudo mostrou que o tempo até uma recorrência9 de mania ou depressão foi estatisticamente maior com a olanzapina do que com o placebo6 (174 dias com olanzapina e 22 dias com placebo6). Os pacientes tratados com olanzapina tiveram, ainda, taxas estatisticamente menores de recorrência9 de mania (16,4%) quando comparados aos que receberam placebo6 (41,2%), e de recorrência9 de depressão (34,7% com olanzapina versus 47,8% com placebo6).

O terceiro estudo procurou estabelecer a superioridade da olanzapina com um estabilizador do humor (lítio ou valproato) versus placebo6 com um estabilizador do humor em termos do tempo até a recorrência9 sindrômica para pacientes12 em remissão sindrômica de mania e depressão. Para as análises usando a definição comum de recorrência9 sintomática11, a incidência10 de recorrência9 de mania isolada foi estatisticamente menor para o grupo em tratamento com olanzapina e estabilizador do humor do que para o grupo em tratamento com placebo6 e estabilizador do humor. Esses dados demonstram a utilidade da olanzapina não apenas como monoterapia, mas também em combinação com lítio ou valproato, para tratamento de prevenção da recorrência9 bipolar.

O quarto estudo, duplo-cego, randomizado13, de 47 semanas, comparou a olanzapina ao divalproato. Nesse estudo, a olanzapina mostrou-se estatisticamente mais eficaz que o divalproato em reduzir a sintomatologia maníaca (p=0,002). Além disso, o tempo até a remissão sintomática11 de mania foi significativamente menor para a olanzapina que para o divalproato (14 dias para a olanzapina e 62 dias para o divalproato; p=0,047).

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Esquizofrenia: Doença mental do grupo das Psicoses, caracterizada por alterações emocionais, de conduta e intelectuais, caracterizadas por uma relação pobre com o meio social, desorganização do pensamento, alucinações auditivas, etc.
2 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
3 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
4 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Psicose: Grupo de doenças psiquiátricas caracterizadas pela incapacidade de avaliar corretamente a realidade. A pessoa psicótica reestrutura sua concepção de realidade em torno de uma idéia delirante, sem ter consciência de sua doença.
6 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
7 Recidiva: 1. Em medicina, é o reaparecimento de uma doença ou de um sintoma, após período de cura mais ou menos longo; recorrência. 2. Em direito penal, significa recaída na mesma falta, no mesmo crime; reincidência.
8 Recidivas: 1. Em medicina, é o reaparecimento de uma doença ou de um sintoma, após período de cura mais ou menos longo; recorrência. 2. Em direito penal, significa recaída na mesma falta, no mesmo crime; reincidência.
9 Recorrência: 1. Retorno, repetição. 2. Em medicina, é o reaparecimento dos sintomas característicos de uma doença, após a sua completa remissão. 3. Em informática, é a repetição continuada da mesma operação ou grupo de operações. 4. Em psicologia, é a volta à memória.
10 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
11 Sintomática: 1. Relativo a ou que constitui sintoma. 2. Que é efeito de alguma doença. 3. Por extensão de sentido, é o que indica um particular estado de coisas, de espírito; revelador, significativo.
12 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
13 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.

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