CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS TRIMEB

Atualizado em 28/05/2016

Este medicamento possui como princípio ativo o maleato de trimebutina, que equivale a 77 mg de trimebutina base para cada 100 mg de maleato, e é uma substância cuja estrutura química difere das de outras da mesma categoria.A trimebutina é utilizada na síndrome1 de várias desordens do trato digestivo incluindo dispepsia2, síndrome1 do intestino irritável e íleo pós-operatório3.
Farmacodinâmica
O Trimeb (maleato de trimebutina) apresenta uma atividade moduladora da função contrátil gastrintestinal, complementada por uma ação moduladora sensorial local, diminuindo assim, a sensação de mal estar causado pelos processos dolorosos e espásticos do tubo digestivo.
A trimebutina interage com os receptores ì, ê e ä encefalinérgicos dos plexos intramurais de Auerbach (mioentérico) e Meissner (submucoso), atuando como moduladora da função motora, desde o esôfago4 até o sigmóide5. Ao interagir com receptores encefalinérgicos, a trimebutina simula o efeito fisiológico6 da acetilcolina7, normalizando as disfunções motoras sem, no entanto, interferir na produção e secreção deste neurotransmissor.
Como modulador da função muscular digestiva, o Trimeb (maleato de trimebutina) atua restabelecendo a motricidade fisiológica8, diminuindo ou estimulando a contratilidade de acordo com a necessidade. Esse mecanismo de ação confere ao Trimeb (maleato de trimebutina) características de antiespasmódico e pró-cinético. A dualidade de ação do Trimeb (maleato de trimebutina) sobre a função motora permite que este seja utilizado em todas as disfunções motoras digestivas, desde o estômago9 até o cólon sigmóide10.
A atuação sobre a função sensorial se estende ao esôfago4. Como se sabe, a acetilcolina7 é um neurotransmissor que atua na regulação da função motora do tubo digestivo. Diferente de outros pró-cinéticos, Trimeb (maleato de trimebutina) atua simulando o efeito local da acetilcolina7, sem interferir na liberação sistêmica deste neurotransmissor, o que explica a sua ampla margem de segurança até mesmo em pacientes com distúrbios que possam sofrer interferência da acentuação na produção da acetilcolina7, tais como: alterações nos ritmos cardíacos, hipertensão11 pulmonar, alterações na pressão arterial12 sistêmica ou alterações na frequência miccional.
Por não ter qualquer relação com a secreção de dopamina13 ou seus efeitos, o Trimeb (maleato de trimebutina) não produz qualquer efeito adverso semelhante aos dos agonistas dopaminérgicos, tais como síndrome1 extrapiramidal e hiperprolactinemia. Assim, as ações moduladoras sensoriais locais e do trânsito gastrintestinal fazem do Trimeb (maleato de trimebutina) um produto com vasto campo de aplicação nas mais diversas especialidades médicas.
Os estudos farmacológicos e toxicológicos realizados com a trimebutina evidenciaram uma excelente tolerância a esta substância, bem como a ausência de toxicidade14, e efeitos secundários e teratogênicos15.
Farmacocinética
Após administração oral do Trimeb (maleato de trimebutina), a absorção intestinal de trimebutina é quase completa (94%).
O pico de concentração plasmática é alcançado em 1 hora após a sua ingestão.
A taxa de ligação protéica é de aproximadamente 5%, o que favorece a disponibilidade contínua do produto.
O Trimeb (maleato de trimebutina) é metabolizado no fígado16 em vários metabólitos17, sendo o principal a monodesmetil trimebutina ou nortrimebutina, que apresenta concentrações plasmáticas mais altas que a própria trimebutina e exerce as propriedades farmacológicas desta principalmente no cólon18.
A meia-vida plasmática é de cerca de 10 a 12 horas, no homem.
A meia-vida de eliminação plasmática é cerca de 1 hora.
Sua excreção urinária é de 65% em 24 horas e 80% após 48 horas. Sua
eliminação fecal em 48 horas é de 5 a 10%.
A transferência placentária é pequena, o que confere bastante segurança para o seu uso durante a gestação. A passagem através do leite materno também é pequena, o que garante segurança para o lactente19, caso haja necessidade de uso pela mãe (ver ADVERTÊNCIAS - Uso na Gravidez20).

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
2 Dispepsia: Dor ou mal-estar localizado no abdome superior. O mal-estar pode caracterizar-se por saciedade precoce, sensação de plenitude, distensão ou náuseas. A dispepsia pode ser intermitente ou contínua, podendo estar relacionada com os alimentos.
3 Íleo pós-operatório: O íleo adinâmico, também denominado íleo paralítico, reflexo, por inibição ou pós-operatório, é definido como uma atonia reflexa gastrintestinal, onde o conteúdo não é propelido através do lúmen, devido à parada da atividade peristáltica, sem uma causa mecânica. É distúrbio comum do pós-operatório podendo-se afirmar que ocorre após toda cirurgia abdominal, como resposta “fisiológica“ à intervenção, variando somente sua intensidade, afetando todo o aparelho digestivo ou parte dele.
4 Esôfago: Segmento muscular membranoso (entre a FARINGE e o ESTÔMAGO), no TRATO GASTRINTESTINAL SUPERIOR.
5 Sigmóide: Segmento do COLO entre o RETO e o colo descendente.
6 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
7 Acetilcolina: A acetilcolina é um neurotransmissor do sistema colinérgico amplamente distribuído no sistema nervoso autônomo.
8 Fisiológica: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
9 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
10 Cólon Sigmóide: Segmento do COLO entre o RETO e o colo descendente.
11 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
12 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
13 Dopamina: É um mediador químico presente nas glândulas suprarrenais, indispensável para a atividade normal do cérebro.
14 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
15 Teratogênicos: Agente teratogênico ou teratógeno é tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da gestação, malformações ou alterações funcionais ou ainda distúrbios neurocomportamentais, como retardo mental.
16 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
17 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
18 Cólon:
19 Lactente: Que ou aquele que mama, bebê. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
20 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.

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