CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS ALEKTOS

Atualizado em 28/05/2016
Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: Anti-histamínicos para uso sistêmico1; Código ATC: RO6AX29.
A bilastina (ácido p-[2-[4-[1-(2-etoxietil)-2-benzimidazolil]piperidino]etil]-metil-hidratrópico) é um novo antagonista2 da histamina3 de uma classe anti-histamínica diferente das existentes, de longa ação, com afinidade altamente seletiva e potente para os receptores H1 periféricos e sem afinidade para os receptores muscarínicos. Não exerce efeitos sedativos e cardiotóxicos e não apresenta metabolismo4 hepático. Estudos in vitro e in vivo comprovaram sua atividade anti-histamínica e antialérgica dos tipos I, II e III, além de propriedades anti-inflamatórias. A bilastina inibiu as reações cutâneas5 de edema6 e eritema7 por 24 horas após doses únicas.
A potência da bilastina in vitro foi 5,5 vezes maior do que a da cetirizina, e in vivo variou de equivalente a 11 vezes mais potente que a cetirizina; é mais potente que a fexofenadina in vitro e in vivo.
Estudos em animais e em humanos confirmaram que a bilastina não se acumula no SNC8.
O início de sua ação ocorre dentro de uma hora após a administração da primeira dose, embora em um modelo farmacodinâmico se tenha observado que já aos 30 minutos ocorre inibição significativa da pápula9 e do eritema7.
A duração da ação é de pelo menos 26 horas sem que haja relato de acúmulo.
Propriedades farmacocinéticas
Absorção:
Os resultados dos estudos farmacocinéticos mostram que, após administração oral, a bilastina é absorvida rapidamente, de forma linear e proporcional à dose, atingindo concentrações plasmáticas máximas dentro de uma a 1,5 horas (tmax=1,3 h) após doses tanto únicas como repetidas. Os valores de Cmax e AUC10 são também semelhantes após doses únicas e múltiplas, sendo respectivamente de cerca de 220 ng/ml e 1105 ng.h/m com doses de 20 mg. No estudo de equilíbrio de massa após administração oral única de bilastina radiomarcada na dose de 20 mg, o principal componente detectado em amostras de plasma11 em 1,5 e 4 horas pós-dose foi identificado como bilastina, correspondendo respectivamente a 0,061 e 0,042 ìg equiv/g. Os resultados dos estudos de permeabilidade12 (modelo Caco-2 e de permeabilidade12 aparente) demonstraram que a bilastina é um fármaco13 altamente permeável e um substrato da glicoproteína-P.
Biodisponibilidade: A biodisponibilidade oral da bilastina foi determinada em animais, mas a fração absorvida (Fa) bem como a biodisponibilidade são desconhecidas no homem porque até o momento o fármaco13 não foi administrado por via intravenosa. Como não há nenhum metabolismo4 envolvido, considera-se a biodisponibilidade teórica como ?40% (CLR/CLoral).
Distribuição: A farmacocinética da bilastina segue um modelo de dois compartimentos com absorção e eliminação de primeira ordem. O grau de ligação da bilastina às proteínas14 plasmáticas é de 84-90%. O volume de distribuição central aparente (Vc/F) foi de 59,2 l e o volume de distribuição periférico aparente (Vp/F) foi de 30,2 l.
A contribuição da modulação de várias proteínas14 de transporte (Pgp e OATP tanto in vitro como in vivo) na farmacocinética da bilastina e a sua relevância clínica nos perfis de eficácia e segurança dos fármacos foram estabelecidas mostrando que a modulação dos outros transportadores poderia ser desprezada.
Metabolismo4: A bilastina não é significativamente metabolizada no homem. Após administração oral única de 20 mg de bilastina radiomarcada, o principal metabólito15 detectado foi bilastina inalterada na urina16 (28,31% da dose) e nas fezes (66,53% da dose). Os resultados do estudo com modelo Caco-2 indicaram ausência de metabolismo4 intestinal. Um estudo de interação provou que a bilastina não é nem indutora nem inibidora do CYP450 e que tem apenas uma via de eliminação metabólica menor.
Eliminação: A bilastina tem meia-vida de eliminação média estimada de 14,5 h, clearance renal17 (CLR) de 8 l/h e clearance oral total (CLoral) de 18,1 l/h. O clearance corporal aparente total não foi afetado pelo aumento da dose. Após uma dose de 20 mg, a excreção da bilastina ocorreu principalmente pelas fezes (média de 67,0% da dose administrada), com média de 64,8% da dose administrada eliminada em 72 horas pós-dose. A excreção pela urina16 representou em média 33,1% da dose administrada. A dose foi praticamente recuperada totalmente até o final do período de coleta (168 h), com recuperação média total de 100,1%.
Idade e gênero: Não foi demonstrado nenhum efeito em ralação à idade e ao gênero na cinética18 da bilastina.
Interação: Bilastina não induz atividade enzimática da família das isoenzimas do CYP450 (CYP2B6, CYP2A6, CYP2C8, CYP2C19, CYP3A4, CYP1A2, CYP2C9 e CYP2E1).
A administração de alimentos e de suco de frutas interfere na eficácia da bilastina, Por isso, o produto deve ser administrado uma hora antes ou duas horas depois da ingestão de alimentos.
Insuficiência renal19 e hepática20: Os estudos mostraram não ser necessário ajuste posológico em pacientes com insuficiência renal19 ou hepática20.
Dados de segurança pré-clinica: Os dados dos estudos pré-clínicos não revelaram riscos especiais para o ser humano segundo estudos convencionais de farmacologia21 de segurança, mutagenicidade, genotoxicidade, toxicidade22 reprodutiva e reprodução23 animal. Nos estudos de toxicidade22 aguda com roedores não se observaram efeitos tóxicos com doses de até 2.000 mg/kg em ratos e 5.000 mg/kg em camundongos. Os valores da dose letal média (DL50) para a administração oral foram de 45-75 mg/kg.
Com base nos estudos de mutagenicidade/genotoxicidade (teste de Ames, de aberração cromossômica, do micronúcleo) e de carcinogenicidade pôde-se concluir que a bilastina não tem potencial mutagênico ou genotóxico.
As investigações com animais não revelaram qualquer evidência de efeitos teratogênicos24 ou na fertilidade e no desempenho reprodutivo com doses de até 1.000 mg/kg/dia em ratos e 400 mg/kg/dia em coelhos.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Sistêmico: 1. Relativo a sistema ou a sistemática. 2. Relativo à visão conspectiva, estrutural de um sistema; que se refere ou segue um sistema em seu conjunto. 3. Disposto de modo ordenado, metódico, coerente. 4. Em medicina, é o que envolve o organismo como um todo ou em grande parte.
2 Antagonista: 1. Opositor. 2. Adversário. 3. Em anatomia geral, que ou o que, numa mesma região anatômica ou função fisiológica, trabalha em sentido contrário (diz-se de músculo). 4. Em medicina, que realiza movimento contrário ou oposto a outro (diz-se de músculo). 5. Em farmácia, que ou o que tende a anular a ação de outro agente (diz-se de agente, medicamento etc.). Agem como bloqueadores de receptores. 6. Em odontologia, que se articula em oposição (diz-se de ou qualquer dente em relação ao da maxila oposta).
3 Histamina: Em fisiologia, é uma amina formada a partir do aminoácido histidina e liberada pelas células do sistema imunológico durante reações alérgicas, causando dilatação e maior permeabilidade de pequenos vasos sanguíneos. Ela é a substância responsável pelos sintomas de edema e irritação presentes em alergias.
4 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
5 Cutâneas: Que dizem respeito à pele, à cútis.
6 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
7 Eritema: Vermelhidão da pele, difusa ou salpicada, que desaparece à pressão.
8 SNC: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
9 Pápula: Lesão firme e elevada, com bordas nítidas e diâmetro que varia de 1 a 5 milímetros (até 1 centímetro, segundo alguns autores).
10 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
11 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
12 Permeabilidade: Qualidade dos corpos que deixam passar através de seus poros outros corpos (fluidos, líquidos, gases, etc.).
13 Fármaco: Qualquer produto ou preparado farmacêutico; medicamento.
14 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
15 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
16 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
17 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
18 Cinética: Ramo da física que trata da ação das forças nas mudanças de movimento dos corpos.
19 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
20 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
21 Farmacologia: Ramo da medicina que estuda as propriedades químicas dos medicamentos e suas respectivas classificações.
22 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
23 Reprodução: 1. Função pela qual se perpetua a espécie dos seres vivos. 2. Ato ou efeito de reproduzir (-se). 3. Imitação de quadro, fotografia, gravura, etc.
24 Teratogênicos: Agente teratogênico ou teratógeno é tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da gestação, malformações ou alterações funcionais ou ainda distúrbios neurocomportamentais, como retardo mental.

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