INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS CLORIDRATO DE ZIPRASIDONA

Atualizado em 10/10/2016

Fármacos Antiarrítmicos das Classes IA e III – vide item 4. Contraindicações e item 5. Advertências e Precauções – Intervalo QT.


Uso Concomitante com Outros Fármacos que Prolongam o Intervalo QT – vide item 5. Advertências e Precauções – Intervalo QT



Fármacos Ativos no SNC1/ Álcool – vide item 5. Advertências e Precauções - Fármacos Ativos no SNC1/Álcool.


Efeito do cloridrato de ziprasidona sobre outros fármacos

A ziprasidona não demonstrou efeito inibitório sobre CYP1A2, CYP2C9 ou CYP2C19, quando testada em microssomos hepáticos humanos. A concentração de ziprasidona requerida para inibir os citocromos CYP2D6 e CYP3A4, in vitro, é no mínimo 1000 vezes maior que a concentração livre que pode ser esperada in vivo. É improvável que a ziprasidona cause interações medicamentosas clinicamente importantes mediadas por estas enzimas.

  - dextrometorfano – de acordo com os resultados obtidos in vitro, um estudo em voluntários sadios demonstrou que a ziprasidona não alterou o metabolismo2 do dextrometorfano, mediado pelo CYP2D6, para seu principal metabólito3, o dextrorfano.

  - contraceptivos orais – a administração de ziprasidona não resulta em alteração significativa na farmacocinética de estrógenos (etinilestradiol, um substrato do CYP3A4) ou progesterona.

  - lítio – a coadministração de ziprasidona não teve efeito na farmacocinética do lítio.

  - ligação às proteínas4 – a ziprasidona se liga extensivamente às proteínas4 plasmáticas. A ligação da ziprasidona às proteínas4 plasmáticas, in vitro, não foi alterada pela varfarina ou propranolol (2 fármacos que são altamente ligados às proteínas4), e a ziprasidona também não alterou a ligação destes fármacos no plasma5 humano. Desta maneira, o potencial de um fármaco6 interagir com a ziprasidona devido ao deslocamento é improvável.


Efeitos de Outros Fármacos sobre cloridrato de ziprasidona

A ziprasidona é metabolizada pela enzima7 aldeído-oxidase e em menor extensão pela CYP3A4. Não há indutores ou inibidores conhecidos para esta enzima7 que sejam clinicamente relevantes.

Dados in vitro e em animais sugerem que a ziprasidona pode ser um substrato da glicoproteína P (P-gp). A relevância in vivo para humanos permanece desconhecida.

O cetoconazol (400 mg/dia), um potente inibidor da CYP3A4, que também inibe a P-gp, produz um aumento de aproximadamente 35% (AUC8 e Cmáx) na exposição da ziprasidona. Uma vez que a ziprasidona é um substrato da CYP3A4 e a indução de CYP3A4 e P-gp está relacionada, a coadministração com indutores de CYP-3A4 e P-gp, como a carbamazepina, rifampicina e erva-de-são joão, pode levar à redução das concentrações de ziprasidona.

A carbamazepina, um indutor da CYP3A4, na dose de 200 mg a cada 12 horas, produziu uma diminuição de 36% na exposição da ziprasidona. Estas alterações produzidas pela carbamazepina parecem não ter relevância clínica.

A cimetidina, um inibidor não específico da CYP, não afetou significativamente a farmacocinética da ziprasidona.

Antiácidos9 - Doses múltiplas de antiácido10 à base de alumínio ou magnésio não alteraram a farmacocinética da ziprasidona.

A avaliação farmacocinética das concentrações séricas de ziprasidona em estudos clínicos não revelou qualquer evidência de interações clinicamente significativas com a benzatropina, propranolol ou lorazepam.


- 7. CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO

Conservar em lugar seco. Conservar em temperatura ambiente (temperatura entre 15°C e 30°C). Proteger da luz.


Prazo de validade do medicamento: 24 meses a partir da data de fabricação.


Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.


Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.


TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.


Características do produto:

O cloridrato de ziprasidona 40 mg é apresentado em cápsulas gelatinosas duras na cor azul, contendo granulado na cor rosa.

O cloridrato de ziprasidona 80 mg é apresentado em cápsulas gelatinosas duras na cor azul, contendo granulado na cor rosa.


- 8. POSOLOGIA E MODO DE USAR

O cloridrato de ziprasidona é apresentado na forma de cápsulas para uso oral.


Uso em Adultos


Esquizofrenia11 e Mania Bipolar

A dose inicial recomendada é de 40 mg a cada 12 horas, administrada com alimentos (vide item 3. Características Farmacológicas - Propriedades Farmacocinéticas). A dose diária pode ser subsequentemente ajustada com base na resposta clínica individual até uma dose máxima de 80 mg a cada 12 horas. Se houver indicação clínica, a dose máxima recomendada pode ser alcançada no 3º (terceiro) dia de tratamento.


Tratamento de Manutenção (em associação com lítio ou ácido valproico)

A eficácia do tratamento de manutenção do transtorno bipolar foi demonstrada com cloridrato de ziprasidona (administrado 2 vezes por dia dentro da faixa de 40-80 mg com alimento) combinado com lítio ou ácido valproico.

Geralmente, na fase de manutenção, pacientes continuaram com a mesma dose na qual eles foram estabilizados durante a fase de estabilização (vide item 2. Resultados de Eficácia).


Os pacientes devem ser reavaliados periodicamente para determinar a necessidade de tratamento de manutenção.


Uso em Crianças

A segurança e eficácia em indivíduos menores de 18 anos não foram estabelecidas.


Uso em Idosos

Geralmente não é necessário ajuste de dose em pacientes idosos (65 anos ou mais).


Uso na Insuficiência Renal12

Não é necessário ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal12.


Uso na Insuficiência Hepática13

Em pacientes com insuficiência hepática13 de grau leve a moderado, doses menores devem ser consideradas. Uma vez que não há experiência clínica em pacientes com insuficiência hepática13 grave, o cloridrato de ziprasidona deve ser utilizado com cautela neste grupo de pacientes (vide item 3. Características Farmacológicas – Propriedades Farmacocinéticas).


Uso em Fumantes

Não é necessário ajuste de dose em pacientes fumantes.

Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.


Dose Omitida

Caso o paciente esqueça-se de tomar o cloridrato de ziprasidona no horário estabelecido, deve tomá-lo assim que lembrar. Entretanto, se já estiver perto do horário de tomar a próxima dose, deve desconsiderar a dose esquecida e tomar a próxima. Neste caso, o paciente não deve tomar a dose duplicada para compensar doses esquecidas. O esquecimento de dose pode comprometer a eficácia do tratamento.


- 9. REAÇÕES ADVERSAS

As reações adversas ao medicamento relatadas de estudos clínicos e experiência pós-comercialização incluem:


Reações adversas ao medicamento por categoria de frequência do Sistema de Classe de Órgãos (SOC) e CIOMS (Council for International Organizations of Medical Sciences) listados em ordem decrescente de gravidade médica dentro de cada categoria de frequência e SOC.



Atenção: este produto é um medicamento que possui nova indicação terapêutica14 no país e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 SNC: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
2 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
3 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
4 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
5 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
6 Fármaco: Qualquer produto ou preparado farmacêutico; medicamento.
7 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
8 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
9 Antiácidos: É uma substância que neutraliza o excesso de ácido, contrariando o seu efeito. É uma base que aumenta os valores de pH de uma solução ácida.
10 Antiácido: É uma substância que neutraliza o excesso de ácido, contrariando o seu efeito. É uma base que aumenta os valores de pH de uma solução ácida.
11 Esquizofrenia: Doença mental do grupo das Psicoses, caracterizada por alterações emocionais, de conduta e intelectuais, caracterizadas por uma relação pobre com o meio social, desorganização do pensamento, alucinações auditivas, etc.
12 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
13 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.
14 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.

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