
INFORMAÇÕES TÉCNICAS ADEFORTE
Características farmacológicas
O palmitato de retinol (vitamina1 A) tem várias funções importantes no organismo, desempenhando papel essencial na função retiniana, crescimento e diferenciação do tecido epitelial2, crescimento ósseo, reprodução3 e desenvolvimento embrionário. Participa como cofator em diversas reações bioquímicas, tais como a síntese de mucopolissacarídeos, colesterol4 e RNA, desidrogenação de hidroxiesteróides, ativação de sulfatos, e desmetilação e hidroxilação microssomal hepática5 de drogas. Os sinais6 de hipovitaminoses A se manifestam por alterações oculares, diminuição do crescimento e baixa resistência a infecções7. O palmitato de retinol é prontamente absorvido pelo trato gastrointestinal normal, em processo mediado por um transportador. O retinol é parcialmente conjugado para formar um b-glicuronídio, que passa pela circulação8 êntero-hepática5 e é oxidado em retinal e ácido retinóico. A meia-vida do retinol é de cerca de 50 a 100 dias; assim os sinais6 de deficiência só se manifestam após um período prolongado de ingestão inadequada. Normalmente, menos de 5% dos retinóides totais no sangue9 estão presentes como éster de retinil, que está associado a lipoproteínas. O retinal, o ácido retinóico e vários outros metabólitos10 hidrossolúveis são excretados pela urina11 e pelas fezes. Normalmente, não se pode recuperar qualquer quantidade de retinol inalterado na urina11. Quando a quantidade ingerida ocorre dentro das necessidades orgânicas, a absorção é completa; entretanto quando se ingere uma quantidade excessiva, parte do retinol é eliminado pelas fezes. Uma fração significativa do retinol é armazenada no fígado12, principalmente nos hepatócitos, como éster palmítico. Existem reservas de várias formas de ésteres de retinil no fígado12, uma das quais é constituída pelo retinol recém-absorvido e a que supre outros tecidos preferencialmente. Até que ocorra saturação hepática5, a administração do retinol leva principalmente a seu acúmulo no fígado12, e não no sangue9. Outras estruturas tais como os rins13, pulmões14, glândulas15 supra-renais e tecido adiposo16 intraperitoneal, contêm cerca de 1 mg de retinóides por grama17 de tecido18, enquanto que o epitélio19 pigmentar da retina20 contém cerca de 10 vezes essa concentração. Antes de passar do fígado12 para a circulação8, os ésteres de retinil hepáticos são hidrolisados, e 50 a 90% do retinol associam-se a uma a-globulina21, que tem um único sítio de ligação para a vitamina1. Essa Proteína de Ligação do Retinol (PLR) é secretada pelo fígado12, circulando no sangue9 após formar complexo com a Proteína de Ligação da Tiroxina, que a estabiliza. A formação desse complexo protege a PLR circulante do Metabolismo22 e da filtração glomerular. Quando as reservas hepáticas23 da vitamina1 e o sistema transportador da PLR ficam saturados devido à excessiva ingestão de retinol ou a lesões24, até 65% dos retinóides plasmáticos podem estar presentes como ésteres de retinil associados a lipoproteínas.
O colecalciferol (vitamina1 D3) atua regulando a homeostásia do cálcio. O colecalciferol é rápida e completamente absorvido pelo intestino delgado25. A bile26 é essencial para essa absorção, sendo o ácido desoxicólico o constituinte mais importante da bile26 quanto a este aspecto. A maior parte da vitamina1 aparece inicialmente na linfa27, sobretudo na fração dos quilomícrons, como complexo lipoprotéico. A vitamina1 D absorvida circula no sangue9 associada à sua proteína de ligação, que é uma a-globulina21 específica. O fígado12 é o local de conversão da vitamina1 D em seu derivado 25-hidroxi, que também circula associado à proteína de ligação da vitamina1 D e apresenta uma meia-vida biológica de 19 dias. A vitamina1 D é armazenada por períodos prolongados, aparentemente no tecido adiposo16. Cerca de 40% da dose administrada é excretada dentro de 10 dias, sendo a bile26 a principal via de excreção, e apenas uma pequena porcentagem da dose administrada aparece na urina11. O metabolismo22 do fosfato é afetado pela vitamina1 D de modo paralelo ao do cálcio. A vitamina1 D mantém os íons28 cálcio e fosfato em concentrações plasmáticas que são essenciais para a atividade neuromuscular normal, a mineralização e outras funções dependentes do cálcio. A vitamina1 D regula a secreção do paratormônio, a transmissão do impulso nervoso e aumenta a síntese de RNA. A sua carência se manifesta por fragilidade óssea e irritabilidade neural. Há evidências de que as necessidades aumentam durante a lactação29.
O acetato de racealfatocoferol participa da formação de todos os tecidos de origem mesodérmica (substância fundamental amorfa, fibras colágenas e elásticas do tecido conjuntivo30, musculatura lisa e estriada, vasos, etc) e da manutenção de suas funções, especialmente nos indivíduos jovens. Anula a formação de espécies reativas do oxigênio, prejudiciais para o organismo. Protege as membranas celulares contra agressões por radicais livres, atua sobre o epitélio19 genital e favorece o armazenamento de vitamina1 A. A absorção eficiente pelo trato gastrointestinal requer a presença de sais biliares em dietas de conteúdo lipídico e função pancreática normal. Liga-se às b-lipoproteínas no sangue9 e seu armazenamento ocorre em todos os tecidos, especialmente no adiposo. Seu metabolismo22 é hepático, sendo eliminado pelas vias biliar e renal31. Sua carência se manifesta por diversos efeitos, principalmente sobre os sistemas reprodutores, muscular, cardiovascular e hematopoiético.