PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS LOPRESSOR

Atualizado em 24/05/2016
Absorção e concentrações plasmáticas
LOPRESSOR é absorvido em todas as partes do intestino. Após a administração, a absorção é rápida e completa. Picos de concentração plasmática são atingidos após  cerca de 1,5 a 2 horas. As concentrações plasmáticas de LOPRESSOR aumentam aproximadamente em proporção à dose  na faixa  de 50 mg a 200 mg.  Por seu  extenso metabolismo1 hepático de primeira passagem, aproximadamente 50% de uma dose oral única de LOPRESSOR atingem a circulação2 sistêmica. A extensão da eliminação pré-sistêmica difere entre os indivíduos  por causa das diferenças genéticas no metabolismo1 oxidativo. Embora os perfis plasmáticos exibam grande variabilidade  interindivíduos, eles demonstram boa reprodutibilidade  no próprio indivíduo. Em administrações repetidas a porcentagem de dose sistemicamente disponível é aproximadamente 40% maior do que  após  dose única ( que é cerca de 70%). Este fato pode ser  causado pela saturação parcial do metabolismo1 de primeira passagem ou por seu  clearance reduzido  resultante do fluxo hepático reduzido. A ingestão com alimentos pode aumentar a disponibilidade sistêmica  da dose oral única em aproximadamente 20% a 40%.
Após injeção3 intravenosa, o metoprolol é muito rapidamente distribuído com meia-vida de 5 a 15 minutos. No intervalo de dose de 10 a 20 mg, as concentrações plasmáticas aumentam linearmente em relação à dose.
Distribuição e metabolismo1
LOPRESSOR é rapidamente distribuído com um volume de distribuição declarado de 3,2 a 5,6 L/kg. A meia-vida não é dosedependente e não se altera em administrações repetidas. Aproximadamente 10% de LOPRESSOR no plasma4  encontram-se ligados às proteínas5. LOPRESSOR atravessa a barreira placentária e é encontrado no leite materno (veja "gravidez6 e lactação7". Em pacientes com hipertensão8, as concentrações de LOPRESSOR no líquor9 são similares àquelas no plasma4.
LOPRESSOR é extensivamente metabolizado por enzimas hepáticas10 do sistema citocromo P 450. O metabolismo1 oxidativo de LOPRESSOR está sob controle genético. Nenhum dos metabólitos11 contribui significativamente para seu efeito betabloqueador.
Eliminação e excreção
A meia-vida média de eliminação de LOPRESSOR é de 3 a 4 horas; em indivíduos com metabolismo1 pobre, a meia-vida pode ser de 7 a 9 horas. Aproximadamente 95%  da dose podem ser recuperados na urina12. Na maioria do indivíduos (metabolismo1 extensivo), menos de 5% da  dose oral são excretados na urina12   sob forma inalterada. Em indivíduos com metabolismo1 pobre, até 30%  da dose oral podem ser excretados de forma inalterada.
Farmacocinética em grupos especiais
Os idosos não demonstram alterações significativas nas concentrações plasmáticas de LOPRESSOR quando comparados com jovens.
A disfunção renal13 não influi  na biodisponibilidade de LOPRESSOR ou na sua eliminação. A excreção de metabólicos, no entanto, é reduzida. Ocorrerá acúmulo significativo de metabólitos11 somente em pacientes com clearance de creatinina14 de aproximadamente 5 ml/min ou menos e; este acúmulo, não influencia as propriedades betabloqueadoras de LOPRESSOR.
A cirrose15 hepática16 pode aumentar a biodisponibilidade de LOPRESSOR inalterado e reduzir seu clearance total.
Pacientes com anastomose17 portacava têm um clearance sistêmico18  da dose endovenosa de aproximadamente 0,3 litros/min e valores de área sob a curva de concentração plasmática  até 6 vezes maiores do que os  indivíduos sadios.
Doenças inflamatórias não têm efeito sobre a farmacocinética de LOPRESSOR. Hipertireoidismo19 pode aumentar o clearance pré-sistêmico18 de LOPRESSOR.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
2 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
3 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
4 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
5 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
6 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
7 Lactação: Fenômeno fisiológico neuro-endócrino (hormonal) de produção de leite materno pela puérpera no pós-parto; independente dela estar ou não amamentando.Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.
8 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
9 Líquor: Líquido cefalorraquidiano (LCR), também conhecido como líquor ou fluido cérebro espinhal, é definido como um fluido corporal estéril, incolor, encontrado no espaço subaracnoideo no cérebro e na medula espinhal (entre as meninges aracnoide e pia-máter). Caracteriza-se por ser uma solução salina pura, com baixo teor de proteínas e células, atuando como um amortecedor para o córtex cerebral e a medula espinhal. Possui também a função de fornecer nutrientes para o tecido nervoso e remover resíduos metabólicos do mesmo. É sintetizado pelos plexos coroidais, epitélio ventricular e espaço subaracnoideo em uma taxa de aproximadamente 20 mL/hora. Em recém-nascidos, este líquido é encontrado em um volume que varia entre 10 a 60 mL, enquanto que no adulto fica entre 100 a 150 mL.
10 Enzimas hepáticas: São duas categorias principais de enzimas hepáticas. A primeira inclui as enzimas transaminasas alaninoaminotransferase (ALT ou TGP) e a aspartato aminotransferase (AST ou TOG). Estas são enzimas indicadoras do dano às células hepáticas. A segunda categoria inclui certas enzimas hepáticas como a fosfatase alcalina (FA) e a gamaglutamiltranspeptidase (GGT) as quais indicam obstrução do sistema biliar, quer seja no fígado ou nos canais maiores da bile que se encontram fora deste órgão.
11 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
12 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
13 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
14 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
15 Cirrose: Substituição do tecido normal de um órgão (freqüentemente do fígado) por um tecido cicatricial fibroso. Deve-se a uma agressão persistente, infecciosa, tóxica ou metabólica, que produz perda progressiva das células funcionalmente ativas. Leva progressivamente à perda funcional do órgão.
16 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
17 Anastomose: 1. Na anatomia geral, é a comunicação natural direta ou indireta entre dois vasos sanguíneos, entre dois canais da mesma natureza, entre dois nervos ou entre duas fibras musculares. 2. Na anatomia botânica, é a união total ou parcial de duas estruturas como vasos, ramos, raízes. 3. Formação cirúrgica de uma passagem entre duas estruturas tubulares ou ocas ou também é a junção ou ligação patológica entre dois espaços ou órgãos normalmente separados.
18 Sistêmico: 1. Relativo a sistema ou a sistemática. 2. Relativo à visão conspectiva, estrutural de um sistema; que se refere ou segue um sistema em seu conjunto. 3. Disposto de modo ordenado, metódico, coerente. 4. Em medicina, é o que envolve o organismo como um todo ou em grande parte.
19 Hipertireoidismo: Doença caracterizada por um aumento anormal da atividade dos hormônios tireoidianos. Pode ser produzido pela administração externa de hormônios tireoidianos (hipertireoidismo iatrogênico) ou pelo aumento de uma produção destes nas glândulas tireóideas. Seus sintomas, entre outros, são taquicardia, tremores finos, perda de peso, hiperatividade, exoftalmia.

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