PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS VIAGRA
Absorção
O sildenafil é rapidamente absorvido. As concentrações plasmáticas máximas observadas são atingidas dentro de 30 a 120 minutos (em média 60 minutos) após uma dose oral, em jejum. A média absoluta da biodisponibilidade oral é 41% (variando entre 25 - 63%). A farmacocinética oral do sildenafil é proporcional no intervalo das doses recomendadas (25-100 mg).
Quando o sildenafil é administrado com uma refeição rica em lipídios, a taxa de absorção é reduzida, verificando-se um atraso médio de 60 minutos no Tmáx e uma redução média de 29 % na Cmáx.
Distribuição
O volume médio de distribuição do sildenafil no estado de equilíbrio (steady state) é de 105 litros, indicando sua distribuição nos tecidos. O sildenafil e o seu principal metabólito1 circulante, o N-desmetil, apresentam uma ligação às proteínas2 plasmáticas de aproximadamente 96 %. A ligação protéica é independente da concentração total da droga.
Em voluntários sadios recebendo sildenafil (100 mg em dose única) menos de 0,0002 % (em média 188 ng) da dose administrada estava presente no sêmen3, 90 minutos após a administração do fármaco4.
Metabolismo5
O sildenafil sofre uma depuração hepática6 principalmente, pelas isoenzimas microsomais CYP3A4 (via principal) e CYP2C9 (via secundária). O principal metabólito1 circulante resulta da N-desmetilação do sildenafil. Esse metabólito1 apresenta um perfil de seletividade para as fosfodiesterases semelhante ao do sildenafil e uma potência de inibição in vitro para a PDE-5 de aproximadamente 50 % daquela verificada para a droga inalterada. A concentração plasmática desse metabólito1 é de aproximadamente 40 % daquela verificada para o sildenafil. O metabólito1 N-desmetil é amplamente metabolizado, apresentando uma meia-vida terminal de aproximadamente 4 h.
Eliminação
O clearance total do sildenafil é de 41 L/h, com uma meia-vida terminal de 3-5 horas.
Após administração oral ou intravenosa, o sildenafil é excretado sob a forma de metabólitos7, predominantemente nas fezes (aproximadamente 80 % da dose oral administrada) e em menor quantidade na urina8 (aproximadamente 13 % da dose oral administrada).
Farmacocinética em Grupos de Pacientes Especiais:
Idosos
Em voluntários sadios idosos (com idade igual ou superior a 65 anos), foi observada uma redução no clearance do sildenafil, com uma concentração plasmática da droga livre, aproximadamente 40 % maior que aquela observada em voluntários sadios mais jovens (18-45 anos). No entanto, uma avaliação da base de dados de segurança demonstrou que a idade não apresenta nenhum efeito na incidência9 de reações adversas.
Insuficiência Renal10
Em voluntários com insuficiência renal10 leve (clearance de creatinina11 = 50-80 mL/min) e moderada (clearance de creatinina11 = 30-49 mL/min), a farmacocinética relativa a uma dose única oral de sildenafil (50 mg) não foi alterada. Em voluntários com insuficiência renal10 grave (clearance de creatinina11 < 30 mL/min), o clearance do sildenafil se mostrou reduzido, resultando em um aumento da AUC12 (100 %) e da Cmáx (88 %), quando comparado com indivíduos de idade semelhante, sem insuficiência renal10.
Insuficiência Hepática13
Em voluntários com cirrose14 hepática6 (Child-Pugh A e B) o clearance do sildenafil se mostrou reduzido, resultando em um aumento da AUC12 (84 %) e da Cmáx (47 %), quando comparado com indivíduos de idade semelhante, sem insuficiência hepática13.
Dados de Segurança Pré-Clínicos
O sildenafil não demonstrou qualquer potencial mutagênico ou carcinogênico.
INFORMAÇÕES ADICIONAIS DE ESTUDOS CLÍNICOS
A eficácia e segurança de Viagra* foram avaliadas em 21 estudos randomizados, duplo-cegos, placebo15-controlados, com duração de até 6 meses. Viagra* foi administrado a mais de 3000 pacientes com idades variando entre 19 e 87 anos, com disfunção erétil de diferentes etiologias (orgânica, psicogênica16, mista). A eficácia foi avaliada utilizando-se um questionário de avaliação global, diário de ereções, através do Índice Internacional da Função Erétil (IIFE, um questionário validado da função erétil) e um questionário para a parceira.
A eficácia do Viagra*, determinada como sendo a capacidade de alcançar e manter uma ereção17 suficiente para a relação sexual, foi demonstrada nos 21 estudos e foi mantida em estudos de longa duração (um ano). Em estudos de dose fixa, a proporção de pacientes que relataram que o tratamento melhorou a ereção17 foi de 62 % (25 mg), 74 % (50 mg) e 82 % (100 mg) em comparação com 25 % para o placebo15. Em adição à melhora da função erétil, a análise do IIFE demonstrou que o tratamento com Viagra* também melhorou os aspectos relacionados ao orgasmo, satisfação sexual e satisfação geral.
Ao longo de todos os estudos, a proporção de pacientes que relataram melhora com a utilização de Viagra*, foi de 59 % dos pacientes diabéticos, 43 % dos pacientes que sofreram prostatectomia total e 83 % dos pacientes com lesões18 na medula espinhal19 (versus 16 %, 15 % e 12 % com placebo15, respectivamente).