INFORMAÇÕES TÉCNICAS DICLOFENACO SODICO INJETÁVEL GENÉRICO

Atualizado em 28/05/2016

Características:
DICLOFENACO SÓDICO é uma substância não-esteróide com potente ação anti-reumática, antiinflamatória, analgésica e antipirética. A inibição da biossíntese de protaglandinas, que foi demonstrada em experimentos, é considerada fundamental no seu mecanismo de ação. As prostaglandinas1 desempenham um importante papel na causa da inflamação2, da dor e da febre3. O diclofenaco sódico in vitro não suprime a biossíntese de proteoglicanos na cartilagem4, em concentrações equivalentes às concentrações atingidas no homem. Em doenças reumáticas, as propriedades antiinflamatória e analgésica de DICLOFENACO SÓDICO fazem com que haja resposta clínica, caracterizada por acentuado alívio de sinais5 e sintomas6, como dor em repouso, dor ao movimento, rigidez matinal e inflamação2 das articulações7, bem como melhora funcional. DICLOFENACO SÓDICO também exerce um pronunciado efeito analgésico8 na dor moderada e na grave de origem não-reumática, efeito esse que se estabelece dentro de 15 a 30 minutos.
Em condições inflamatórias pós-operatórias e pós-traumáticas, DICLOFENACO SÓDICO alivia rapidamente a dor, tanto a espontânea quanto a causada por movimento, e diminui a reação inflamatória e o edema9. Quando usado concomitantemente com opiáceos, para tratamento de dor pós-operatória, DICLOFENACO SÓDICO reduz significativamente a necessidade de opiáceos. DICLOFENACO SÓDICO injetável é particularmente adequado para o tratamento inicial de doenças reumáticas inflamatórias e degenerativas10, bem como para o tratamento de estados dolorosos causados por inflamação2 de origem não-reumática.

Farmacocinética:
Absorção:
Após a administração de 75 mg de diclofenaco por injeção intramuscular11, a absorção é imediata e o pico médio das concentrações plasmáticas de 2,5 mg/ml (8 mmol/litro) é atingido após aproximadamente 20 minutos. A quantidade absorvida guarda relação linear com a dose administrada. Quando 75 mg de diclofenaco são administrados como infusão intravenosa, até 2 horas, o pico médio das concentrações plasmáticas é cerca de 1,9 mg/ml (5,9 mmol/litro). Infusões mais curtas resultam em picos mais altos de concentração plasmática, enquanto infusões mais longas dão concentrações em platô proporcionais à velocidade de infusão, após 3 a 4 horas. As concentrações plasmáticas reduzem-se rapidamente, uma vez que os picos tenham sido atingidos após injeção intramuscular11 ou administração de comprimidos gastro-resistentes ou supositórios. A área sob a curva (AUC12), após administração intravenosa ou intramuscular, é cerca de 2 vezes a AUC12, após administração oral ou retal, porque cerca de metade da substância ativa é metabolizada durante a primeira passagem através do fígado13 (efeito de "primeira passagem"), quando administrado via oral ou retal. O comportamento farmacocinético não se altera após administração repetida. Não ocorre acúmulo desde que sejam observados os intervalos de dose recomendados. Distribuição:
99,7% do diclofenaco ligam-se a proteínas14 séricas, principalmente à albumina15 (99,4%). O volume de distribuição aparente calculado é de 0,12 - 0,17 litro/kg. O diclofenaco penetra no líquido sinovial16, no qual concentrações máximas são medidas 2 a 4 horas após os valores de pico plasmático terem sido atingidos. A meia-vida de eliminação aparente do líquido sinovial16 é de 3 - 6 horas. Duas horas após atingir os níveis de pico plasmático, as concentrações de substância ativa já são mais altas no líquido sinovial16 do que no plasma17 e permanecem mais altas por até 12 horas.
Biotransformação:
A biotransformação do diclofenaco se faz parcialmente por glicuronização da molécula intacta, mas principalmente por hidroxilação e metoxilação simples e múltipla, resultando em vários metabólitos18 fenólicos (3'-hidroxi-4'-hidroxi-5-hidroxi-4'-5-diidroxi e 3'-hidroxi-4'-metoxi-diclofenaco), dos quais a maioria é convertida em conjugados glicuronídeos. Dois desses metabólitos18 fenólicos são biologicamente ativos, mas em muito menor extensão que o diclofenaco.
Eliminação:
O clearance sistêmico19 total do diclofenaco do plasma17 é 263 + 56 ml/min (média + DP). A meia-vida terminal no plasma17 é de 1-2 horas. Quatro dos metabólitos18, incluindo-se os 2 ativos, também têm meia-vida plasmática curta de 1-3 horas. Um metabólito20, o 3'-hidroxi-4'-metoxi-diclofenaco, tem meia-vida plasmática muito mais longa. Entretanto, esse metabólito20 é virtualmente inativo. Cerca de 60% da dose administrada é excretada na urina21 como conjugado glicuronídeo da molécula intacta e como metabólitos18, dos quais a maioria também é convertida a conjugado glicuronídeo. Menos de 1% da dose é excretada como substância inalterada. O restante da dose é eliminado como metabólitos18 através da bile22, nas fezes.
Características:
Não foram observadas diferenças relevantes idade-dependentes na absorção, no metabolismo23 ou na excreção do diclofenaco, após administração oral. Entretanto, em alguns pacientes idosos, uma infusão intravenosa de 15 minutos resultou em concentrações plasmáticas  50% mais altas do que as esperadas dos dados de jovens saudáveis. Em pacientes com insuficiência renal24, não se pode inferir que haja acúmulo de substância ativa inalterada, a partir da cinética25 de dose única, ao se utilizar a dose usual. Quando o clearance de creatinina26 for < 10 ml/min, os níveis plasmáticos teóricos de steady-state dos hidroximetabólitos são cerca de quatro vezes mais altos do que em indivíduos normais. Entretanto, os metabólitos18 são finalmente excretados através da bile22. Em pacientes com hepatite27 crônica ou cirrose28 não descompensada, a cinética25 e o metabolismo23 do diclofenaco são os mesmos que em pacientes sem doença hepática29.
Experiência pré-clínica:
O diclofenaco não influenciou a fertilidade das matrizes (ratos) nem o desenvolvimento pré, peri e pós-natal da prole. Não foram detectados efeitos teratogênicos30 em camundongos, ratos e coelhos. Não foram demonstrados efeitos mutagênicos em vários experimentos in vitro e in vivo e nenhum potencial carcinogênico foi detectado em estudos de longo prazo com ratos e camundongos.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Prostaglandinas: É qualquer uma das várias moléculas estruturalmente relacionadas, lipossolúveis, derivadas do ácido araquidônico. Ela tem função reguladora de diversas vias metabólicas.
2 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
3 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
4 Cartilagem: Tecido resistente e flexível, de cor branca ou cinzenta, formado de grandes células inclusas em substância que apresenta tendência à calcificação e à ossificação.
5 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
6 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
7 Articulações:
8 Analgésico: Medicamento usado para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
9 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
10 Degenerativas: Relativas a ou que provocam degeneração.
11 Injeção intramuscular: Injetar medicamento em forma líquida no músculo através do uso de uma agulha e seringa.
12 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
13 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
14 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
15 Albumina: Proteína encontrada no plasma, com importantes funções, como equilíbrio osmótico, transporte de substâncias, etc.
16 Líquido sinovial: Gel viscoso e transparente que lubrifica as estruturas que banha, minorando o atrito entre elas. Ele é encontrado na cavidade da cápsula articular.
17 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
18 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
19 Sistêmico: 1. Relativo a sistema ou a sistemática. 2. Relativo à visão conspectiva, estrutural de um sistema; que se refere ou segue um sistema em seu conjunto. 3. Disposto de modo ordenado, metódico, coerente. 4. Em medicina, é o que envolve o organismo como um todo ou em grande parte.
20 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
21 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
22 Bile: Agente emulsificador produzido no FÍGADO e secretado para dentro do DUODENO. Sua composição é formada por s ÁCIDOS E SAIS BILIARES, COLESTEROL e ELETRÓLITOS. A bile auxilia a DIGESTÃO das gorduras no duodeno.
23 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
24 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
25 Cinética: Ramo da física que trata da ação das forças nas mudanças de movimento dos corpos.
26 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
27 Hepatite: Inflamação do fígado, caracterizada por coloração amarela da pele e mucosas (icterícia), dor na região superior direita do abdome, cansaço generalizado, aumento do tamanho do fígado, etc. Pode ser produzida por múltiplas causas como infecções virais, toxicidade por drogas, doenças imunológicas, etc.
28 Cirrose: Substituição do tecido normal de um órgão (freqüentemente do fígado) por um tecido cicatricial fibroso. Deve-se a uma agressão persistente, infecciosa, tóxica ou metabólica, que produz perda progressiva das células funcionalmente ativas. Leva progressivamente à perda funcional do órgão.
29 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
30 Teratogênicos: Agente teratogênico ou teratógeno é tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da gestação, malformações ou alterações funcionais ou ainda distúrbios neurocomportamentais, como retardo mental.

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