
INTERFERÊNCIA EM EXAMES LABORATORIAIS PARACETAMOL
Determinação de glicose1 no sangue2: o paracetamol pode interferir com os sistemas de medida da glicemia3 em fitas reagentes diminuindo em até 20% os valores médios de glicose1; quando a glicemia3 é realizada pelo método da glicose1 oxidase/peroxidase, podem aparecer valores falsamente diminuídos, porém provavelmente isto não ocorra com o método da hexoquinase/glicose1-6-fosfato desidrogenase (G6PD); Provas da função pancreática mediante a bentiromida: a administração de paracetamol antes de se realizar as provas com bentiromida pode invalidar os resultados, porque o paracetamol também se metaboliza a uma arilamina e, desta maneira, aumenta a quantidade aparente de ácido p-aminobenzóico (PABA) recuperada; recomenda-se interromper o tratamento com paracetamol pelo menos 3 dias antes da administração de bentiromida;
Determinações de ácido úrico sérico: quando se utiliza o método do fosfotungstato para a determinação do ácido úrico, podem aparecer valores falsamente aumentados;
Determinações do ácido 5-hidroxiindolacético (5-HIAA) na urina4: as provas qualitativas diagnósticas de detecção que utilizam nitrosonaftol como reativo, podem produzir resultados falsamente positivos; as provas quantitativas não apresentam resultados alterados;
Tempo de protrombina5, concentrações séricas de bilirrubina6, de láctico-desidrogenase e transaminases: quando são ingeridas doses tóxicas de paracetamol (doses superiores a 8g) ou com o uso prolongado de doses mais baixas (3 a 5g/dia), podem aparecer valores aumentados, indicando hepatotoxicidade7, especialmente em pacientes alcóolicos crônicos, naqueles que tomam outros indutores das enzimas hepáticas8 ou naqueles com uma enfermidade hepática9 pré-existente.