INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE REOPRO

Atualizado em 28/05/2016

- CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Descrição: O abciximabe, REOPRO, é o fragmento1 Fab do anticorpo2 monoclonal murino-humano 7E3
quimérico. O abciximabe liga-se ao receptor glicoproteína IIb/IIIa (GPIIb/IIIa) das plaquetas3 humanas e
inibe a agregação plaquetária. O anticorpo2 7E3 quimérico é produzido por perfusão contínua em cultura
de células4 de mamífero. O fragmento1 Fab 47.615 daltons é purificado a partir do sobrenadante da cultura
de células4, através de uma série de fases envolvendo inativação viral específica, procedimentos de
extração e digestão5 com papaína e cromatografia por coluna.
Farmacologia6 clínica
Geral: O abciximabe liga-se ao receptor GPIIb/IIIa plaquetário, que é um membro da família integrinas
(receptores de adesão) e o principal receptor de superfície da plaqueta7 envolvido na agregação
plaquetária. O abciximabe inibe a agregação plaquetária evitando a ligação do fibrinogênio8, fator von
Willebrand e outras moléculas de adesão ao receptor GPIIb/IIIa de plaquetas3 ativadas. REOPRO também
se liga ao receptor vitronectina (?v?3) encontrado nas plaquetas3 e nas células4 endoteliais. Os receptores de
vitronectina são mediadores das propriedades pró-coagulantes das plaquetas3 e das propriedades
proliferativas nas células4 das paredes dos vasos e dos músculos9 lisos. Devido a esta dupla especificidade,
REOPRO bloqueia a geração de trombina10 após a ativação das plaquetas3 mais eficientemente, em
comparação com um inibidor do GPIIb/IIIa administrado isoladamente. Acredita-se que o mecanismo de
ação envolve o bloqueio espacial ou conformacional do acesso de grandes moléculas ao receptor, ao invés
de interagir diretamente com o RGD (seqüência arginina-glicina-ácido aspártico) do local de ligação do
GPIIb/IIIa.
Farmacologia6 pré-clínica: Foi observada inibição máxima da agregação plaquetária in vivo quando ?
80% dos receptores GPIIb/IIIa estavam bloqueados pelo abciximabe. Em primatas, o abciximabe em
bolus11 de 0,25 mg/kg alcançou geralmente um bloqueio de pelo menos 80% dos receptores de plaquetas3 e
inibiu totalmente a agregação plaquetária. A inibição da função plaquetária foi temporária após uma dose
em bolus11, porém o bloqueio do receptor pode ser mantido em ?80% por infusão intravenosa contínua. Os
efeitos inibitórios do abciximabe foram diminuídos substancialmente pela transfusão12 de plaquetas3 em
macacos. A eficácia antitrombótica de anticorpos13 protótipos (Fab 7E3 murino e F (ab')2) e abciximabe,
foi avaliada em modelos de trombose14 em artéria15 coronária, carótida e femoral de cão, macaco e bugio.
Doses da versão murina de 7E3 ou de abciximabe suficiente para produzir um alto grau (?80%) de
bloqueio no receptor GPIIb/IIIa, preveniu a trombose14 aguda e produziu taxas mais baixas de trombose14
quando comparada com aspirina e/ou heparina.
Farmacocinética: Após a administração de bolus11 intravenoso, a concentração de abciximabe livre no
plasma16, diminui rapidamente com uma meia-vida inicial inferior a 10 minutos e uma meia-vida de
segunda fase de cerca de 30 minutos, provavelmente relacionada à rápida ligação aos receptores
plaquetários GPIIb/IIIa. A função plaquetária geralmente se recupera em 48 horas1,2, apesar do
abciximabe permanecer na circulação17 por até 15 dias ou mais ligado à plaqueta7. A administração
intravenosa de um bolus11 com uma dose de 0,25 mg/kg de abciximabe, seguida por infusão contínua de 10
mcg/min (ou um ajuste da infusão pelo peso de 0,125 mcg/kg/min, a uma taxa máxima de 10 mcg/min)
proporciona concentrações plasmáticas livres relativamente constantes durante toda a infusão. No término do período de infusão, as concentrações plasmáticas livres caem rapidamente por aproximadamente horas e daí por diante declinam em uma velocidade mais baixa.
Farmacodinâmica: Em um estudo clínico de Fase I, a administração intravenosa em humanos de doses
únicas em bolus11 de 0,15 a 0,30 mg/kg de abciximabe, produziu rápida inibição dose dependente da função
plaquetária, medida pela agregação plaquetária in vitro da resposta à adenosina difosfato (ADP) ou pelo
prolongamento do tempo de sangramento. Nas duas doses mais altas (0,25 e 0,30 mg/kg) em 2 horas após
a injeção18, mais de 80% dos receptores GPIIb/IIIa foram bloqueados e a agregação plaquetária em resposta
a 20 mcM de ADP foi quase abolida. Dados publicados mostraram que os níveis de inibição de plaquetas3
foram estabilizados dentro de 10 minutos da administração. Em estudo clínico Fase I, o tempo de
sangramento médio aumentou para mais de 30 minutos em ambas as doses quando comparado com um
valor inicial de aproximadamente 5 minutos. O bloqueio de 80% dos receptores foi selecionado como um
alvo para a eficácia farmacológica, porque em modelos animais com estenose19 coronária grave,
demonstrou-se que a inibição plaquetária, associada com este grau de bloqueio, previne trombose14
plaquetária.
A administração intravenosa em humanos de uma dose única em bolus11 de 0,25 mg/kg seguida por uma
infusão contínua de 10 mcg/min por períodos de 12 a 96 horas manteve alto grau de bloqueio do receptor
GPIIb/IIIa (?80%) e inibição da função plaquetária (agregação plaquetária in vitro em resposta a 20 mcM
de ADP menor do que 20% do valor basal e tempo de sangramento maior do que 30 minutos) durante a
infusão na maior parte dos pacientes. Resultados similares foram obtidos quando a dose de infusão
ajustada ao peso (0,125 mcg/kg/min, a uma taxa máxima de 10 mcg/min) foi utilizada em pacientes com
peso >80 kg. Os resultados em pacientes que receberam o bolus11 de 0,25 mg/kg seguido por uma infusão
de 5 mcg/min por 24 horas, mostraram um bloqueio do receptor como também inibição na agregação
plaquetária semelhantes ao inicial, porém a resposta não foi mantida durante todo o período de infusão.
Embora baixos níveis de receptores GPIIb/IIIa bloqueados estejam presentes por mais de 10 dias após o término da infusão, a função plaquetária retorna gradualmente ao normal, no período de 24 a 48 horas.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Nos estudos clínicos, o abciximabe demonstrou efeitos marcantes na redução de complicações
trombóticas20 de intervenções coronárias tais como: angioplastia21 com balão, aterectomia e stent coronário.
Esses efeitos foram observados dentro de horas após a intervenção e mantidas por 30 dias nos estudos
EPIC, EPILOG, EPISTENT e CAPTURE. No estudo EPIC, que incluiu pacientes de angioplastia21 de alto
risco, e em dois estudos clínicos intervencionistas que envolveram em sua maioria pacientes de
angioplastia21 de alto risco - EPILOG (36% de baixo risco e 64% de alto risco) e EPISTENT (27% de
baixo risco e 73% de alto risco) - a dose de infusão foi mantida por 12 horas após o procedimento e a
redução da taxa de eventos combinados (morte, infarto do miocárdio22 (IM) ou repetição da intervenção)
foi mantida pelo período de seguimento, 3 anos (EPIC), 1 ano (EPILOG) e 1 ano (EPISTENT),
respectivamente. No estudo EPIC, a redução da taxa de eventos combinados foi derivada primariamente
do efeito sobre o IM e sobre a necessidade de revascularização urgente e não-urgente. No estudo EPILOG
e EPISTENT a redução da taxa de eventos combinados foi derivada primariamente do efeito IM não-Q
(identificado pelo aumento das enzimas cardíacas) e revascularização de urgência23. No estudo CAPTURE,
em pacientes com angina24 instável refratária à terapia convencional25, o abciximabe foi administrado em
bolus11 seguido de infusão contínua por 24 horas antes do início do procedimento de angioplastia21 e mantido
por 1 hora após o término do mesmo. Este esquema demonstrou estabilização dos pacientes préangioplastia,
como evidenciado pelas taxas de redução do infarto do miocárdio22, sendo que a redução das
complicações trombóticas20 foi mantida aos 30 dias, mas não aos 6 meses.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Fragmento: 1. Pedaço de coisa que se quebrou, cortou, rasgou etc. É parte de um todo; fração. 2. No sentido figurado, é o resto de uma obra literária ou artística cuja maior parte se perdeu ou foi destruída. Ou um trecho extraído de uma obra.
2 Anticorpo: Proteína circulante liberada pelos linfócitos em reação à presença no organismo de uma substância estranha (antígeno).
3 Plaquetas: Elemento do sangue (não é uma célula porque não apresenta núcleo) produzido na medula óssea, cuja principal função é participar da coagulação do sangue através da formação de conglomerados que tamponam o escape do sangue por uma lesão em um vaso sangüíneo.
4 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
5 Digestão: Dá-se este nome a todo o conjunto de processos enzimáticos, motores e de transporte através dos quais os alimentos são degradados a compostos mais simples para permitir sua melhor absorção.
6 Farmacologia: Ramo da medicina que estuda as propriedades químicas dos medicamentos e suas respectivas classificações.
7 Plaqueta: Elemento do sangue (não é uma célula porque não apresenta núcleo) produzido na medula óssea, cuja principal função é participar da coagulação do sangue através da formação de conglomerados que tamponam o escape do sangue por uma lesão em um vaso sangüíneo.
8 Fibrinogênio: Proteína plasmática precursora da fibrina (que dá origem à fibrina) e que participa da coagulação sanguínea.
9 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
10 Trombina: Enzima presente no plasma. Ela catalisa a conversão do fibrinogênio em fibrina, participando do processo de coagulação sanguínea.
11 Bolus: Uma quantidade extra de insulina usada para reduzir um aumento inesperado da glicemia, freqüentemente relacionada a uma refeição rápida.
12 Transfusão: Introdução na corrente sangüínea de sangue ou algum de seus componentes. Podem ser transfundidos separadamente glóbulos vermelhos, plaquetas, plasma, fatores de coagulação, etc.
13 Anticorpos: Proteínas produzidas pelo organismo para se proteger de substâncias estranhas como bactérias ou vírus. As pessoas que têm diabetes tipo 1 produzem anticorpos que destroem as células beta produtoras de insulina do próprio organismo.
14 Trombose: Formação de trombos no interior de um vaso sanguíneo. Pode ser venosa ou arterial e produz diferentes sintomas segundo os territórios afetados. A trombose de uma artéria coronariana pode produzir um infarto do miocárdio.
15 Artéria: Vaso sangüíneo de grande calibre que leva sangue oxigenado do coração a todas as partes do corpo.
16 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
17 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
18 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
19 Estenose: Estreitamento patológico de um conduto, canal ou orifício.
20 Trombóticas: Relativo à trombose, ou seja, à formação ou desenvolvimento de um trombo (coágulo).
21 Angioplastia: Método invasivo mediante o qual se produz a dilatação dos vasos sangüíneos arteriais afetados por um processo aterosclerótico ou trombótico.
22 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
23 Urgência: 1. Necessidade que requer solução imediata; pressa. 2. Situação crítica ou muito grave que tem prioridade sobre outras; emergência.
24 Angina: Inflamação dos elementos linfáticos da garganta (amígdalas, úvula). Também é um termo utilizado para se referir à sensação opressiva que decorre da isquemia (falta de oxigênio) do músculo cardíaco (angina do peito).
25 Terapia convencional: Termo usado em triagens clínicas em que um grupo de pacientes recebe tratamento para diabetes que mantêm os níveis de A1C (hemoglobina glicada) e de glicemia sangüínea nas medidas estipuladas pelos protocolos práticos em uso. Entretanto, o objetivo não é manter os níveis de glicemia o mais próximo possível do normal, como é feito na terapia intensiva. A terapia convencional inclui o uso de medicações, o planejamento das refeições e dos exercícios físicos, juntamente com visitas regulares aos profissionais de saúde.

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