CARACTERÍSTICAS NEXIUM

Atualizado em 28/05/2016

Cada comprimido de NEXIUM contém esomeprazol magnésio triidratado distribuído, juntamente aos excipientes em aproximadamente 1.000 microgrânulos gastro-resistentes. Os comprimidos se dispersam no estômago1, mas o revestimento gastro-resistente dos microgrânulos garante que NEXIUM esteja protegido até alcançar o intestino delgado2, onde é absorvido.

Propriedades FarmacodinâmicasEsomeprazol é o isômero-S do omeprazol. Reduz a secreção ácida gástrica através de um mecanismo de ação específico e direcionado. É um inibidor específico da bomba ácida na célula3 parietal. O isômero-S e o isômero-R de omeprazol possuem atividades farmacodinâmicas semelhantes.

Local e mecanismo de ação
Esomeprazol é uma base fraca, sendo concentrado e convertido para a forma ativa no meio altamente ácido dos canalículos secretores da célula3 parietal, onde inibe a enzima4 H + K + -ATPase - a bomba ácida, inibindo as secreções ácidas basal e estimulada.

Efeito na secreção ácida gástrica
Após a dose oral com 20 mg e 40 mg de esomeprazol, o início do efeito ocorre em uma hora. Após a administração repetida de 20 mg de esomeprazol, uma vez ao dia, por cinco dias, o pico médio de produção de ácido após a estimulação de pentagastrina é reduzido em 90%, quando medido 6-7 horas após a dosagem, no quinto dia.
Após 5 dias da dose oral com 20 mg e 40 mg de esomeprazol, o pH intragástrico maior que 4 foi mantido por um período médio de 13 e 17 horas, respectivamente, em um período de 24 horas, em pacientes com Doença do Refluxo Gastroesofágico5 (DRGE) sintomáticos. As proporções de pacientes que mantiveram um pH intragástrico maior que 4 por pelo menos 8, 12 e 16 horas, respectivamente, para 20 mg de esomeprazol foram 76%, 54% e 24%. As proporções correspondentes para 40 mg de esomeprazol foram 97%, 92% e 56%.
Usando a AUC6 (área sob a curva) como um parâmetro substituto para a concentração plasmática, foi mostrada uma relação entre a inibição da secreção ácida e exposição.

Efeitos terapêuticos da inibição ácida
Cicatrização da esofagite de refluxo7 com 40 mg de esomeprazol ocorre em aproximadamente 78% dos pacientes, após 4 semanas, e em 93%, após 8 semanas.
O tratamento de uma semana com 20 mg de esomeprazol duas vezes ao dia e antibióticos adequados, resultam em erradicação bem sucedida do Helicobacter pylori em aproximadamente 90% dos pacientes.
Após o tratamento de erradicação
por uma semana, não há necessidade da monoterapia subsequente com drogas anti-secretoras para a cicatrização e para o desaparecimento dos sintomas8 de úlceras9 duodenais não complicadas.

Outros efeitos relacionados com a inibição ácida
Durante o tratamento com substâncias anti-secretoras, a gastrina10 sérica aumenta em resposta à inibição da secreção ácida.
Um número aumentado de células enterocromafins11, possivelmente relacionado com o aumento dos níveis séricos de gastrina10, foi observado em alguns pacientes durante tratamento a longo prazo com esomeprazol.
Foi relatado que durante o tratamento prolongado com drogas antisecretoras os cistos glândulares gástricos ocorreram em uma freqüência relativamente elevada. Essas alterações são uma conseqüência fisiológica12 da inibição pronunciada da secreção ácida, são benignas e parecem ser reversíveis.

Propriedades Farmacocinéticas
Absorção e distribuição

Esomeprazol é instável em meio ácido, sendo administrado oralmente em grânulos de revestimento entérico. A conversão in vivo para o isômero-R é insignificante. A absorção de esomeprazol é rápida, com níveis de pico plasmático ocorrendo aproximadamente em 1-2 horas após a dose. A biodisponibilidade absoluta é de 64 % após uma dose única de 40 mg e aumenta para 89% após a administração de dose única diária repetida. Para esomeprazol 20 mg os valores correspondentes são 50 % e 68 %, respectivamente. O volume aparente da distribuição no estado de equilíbrio em indivíduos normais é de aproximadamente 0,22 L/kg de peso corpóreo. Esomeprazol tem uma taxa de ligação às proteínas13 plasmáticas de 97%.
A ingestão de alimentos não influenciou de maneira significativa o efeito de esomeprazol na acidez intragástrica.

Metabolismo14 e excreção
Esomeprazol é totalmente metabolizado pelo sistema citrocromo P450 (CYP). A parte principal de seu metabolismo14 é dependente de CYP2C19 polimórfica, responsável pela formação de metabólitos15 hidróxi e desmetila de esomeprazol. A parte restante é dependente de uma outra isoforma específica, CYP3A4, responsável pela formação de sulfona esomeprazol, o metabólito16 principal no plasma17.
Os parâmetros abaixo refletem principalmente a farmacocinética em indivíduos com uma enzima4 funcional CYP2C19, metabolizadores extensivos.
A depuração plasmática total é de cerca de 17 L/h após uma dose única e cerca de 9 L/h após a administração repetida. A meia-vida de eliminação plasmática é de cerca de 1,3 horas após doses repetidas uma vez ao dia. A área abaixo da curva de concentração plasmática vs. tempo aumenta com a administração repetida de esomeprazol. Esse aumento é dose-dependente e resulta em uma relação dose/AUC6 não linear após a administração repetida. Essa dependência tempo e dose é devido a uma redução do metabolismo14 de primeira passagem e depuração sistêmica provavelmente causada por uma inibição da enzima4 CYP2C19 pelo esomeprazol e/ou seu metabólito16 sulfona. Esomeprazol é totalmente eliminado no plasma17 entre as doses, com nenhuma tendência de acúmulo durante o tratamento de uma vez ao dia.
Os principais metabólitos15 de esomeprazol não têm efeito sobre a secreção ácida gástrica. Aproximadamente 80% de uma dose oral de esomeprazol é excretado como metabólito16 na urina18 e o restante pelas fezes. Menos que 1% da droga inalterada é encontrada na urina18.

Populações de pacientes especiais
Aproximadamente 1-2% da população não tem a enzima4 funcional CYP2C19 e são chamados de metabolizadores fracos. Nesses indivíduos, o metabolismo14 de esomeprazol é provável e principalmente catalisado pela CYP3A4. Após a administração repetida de uma vez ao dia de 40 mg de esomeprazol, a média da área abaixo da curva de concentração plasmática vs. tempo foi aproximadamente 100% mais elevada nos metabolizadores fracos do que nos indivíduos que têm uma enzima4 funcional CYP2C19 (metabolizadores extensivos). As concentrações plasmáticas de pico médias apresentaram um aumento de cerca de 60%.
Estas descobertas não têm implicações na posologia de esomeprazol.
O metabolismo14 de esomeprazol não é significativamente alterado em idosos (71-80 anos de idade).
Após a administração de uma dose única de 40 mg de esomeprazol, a média da área abaixo da curva de concentração plasmática vs. tempo é aproximadamente 30% maior em mulheres do que em homens. Não é observada nenhuma diferença entre os sexos masculino e feminino após administração única diária repetida. Estas descobertas não têm implicações sobre a posologia de esomeprazol. O metabolismo14 de esomeprazol em pacientes com disfunção hepática19 de leve à moderada pode ser prejudicado. A taxa metabólica é reduzida nos pacientes com disfunção hepática19 grave resultando em uma duplicação da área abaixo da curva de concentração plasmática vs. tempo de esomeprazol. Portanto, não se deve exceder um máximo de 20 mg nos pacientes com disfunção hepática19 grave. Esomeprazol ou seus metabólitos15 principais não mostram qualquer tendência de acúmulo com a dosagem de uma vez ao dia.
Nenhum estudo em pacientes com função renal20 reduzida foi realizado. Considerando que o rim21 é responsável pela excreção dos metabólitos15 de esomeprazol, mas não pela eliminação do composto inalterado, não é esperado que o metabolismo14 de esomeprazol seja alterado nos pacientes com função renal20 deficiente.


Dados de segurança pré-clínica

Os estudos correlacionados pré-clínicos não revelaram risco particular para os humanos com base nos estudos convencionais de toxicidade22 de dose repetida, genotoxicidade e toxicidade22 para reprodução23. Os estudos sobre carcinogenicidade em ratos com a mistura racêmica24 apresentaram hiperplasia25 de células enterocromafins11 gástricas e carcinóides. Esses efeitos gástricos no rato são o resultado da hipergastrinemia pronunciada, constante, secundária à produção reduzida do ácido gástrico26 e são observados após o tratamento prolongado no rato com inibidores da secreção ácida gástrica.

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Complementos

1 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
2 Intestino delgado: O intestino delgado é constituído por três partes: duodeno, jejuno e íleo. A partir do intestino delgado, o bolo alimentar é transformado em um líquido pastoso chamado quimo. Com os movimentos desta porção do intestino e com a ação dos sucos pancreático e intestinal, o quimo é transformado em quilo, que é o produto final da digestão. Depois do alimento estar transformado em quilo, os produtos úteis para o nosso organismo são absorvidos pelas vilosidades intestinais, passando para os vasos sanguíneos.
3 Célula: Unidade funcional básica de todo tecido, capaz de se duplicar (porém algumas células muito especializadas, como os neurônios, não conseguem se duplicar), trocar substâncias com o meio externo à célula, etc. Possui subestruturas (organelas) distintas como núcleo, parede celular, membrana celular, mitocôndrias, etc. que são as responsáveis pela sobrevivência da mesma.
4 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
5 Refluxo gastroesofágico: Presença de conteúdo ácido proveniente do estômago na luz esofágica. Como o dito órgão não está adaptado fisiologicamente para suportar a acidez do suco gástrico, pode ser produzida inflamação de sua mucosa (esofagite).
6 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
7 Esofagite de refluxo: É uma inflamação na mucosa do esôfago (camada que reveste o esôfago) causada pelo refluxo (retorno) do conteúdo gástrico ao esôfago. Se não tratada pode causar danos, desde o estreitamento (estenose) do esôfago - o que irá causar dificuldades na deglutição dos alimentos - até o câncer. Portadores de hérnia do hiato (projeção do estômago para o tórax), obesos, sedentários, fumantes, etilistas, pessoas tensas ou ansiosas têm maior predisposição à esofagite de refluxo.
8 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
9 Úlceras: Feridas superficiais em tecido cutâneo ou mucoso que podem ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
10 Gastrina: Hormônio que estimula a secreção de ácido gástrico no estômago. Secretada pelas células G no estômago e no duodeno. É também fundamental para o crescimento da mucosa gástrica e intestinal.
11 Células Enterocromafins: Subtipo de células enteroendócrinas, encontradas na mucosa gastrintestinal, particularmente nas glândulas do ANTRO PILÓRICO, DUODENO e ÍLEO. Estas células secretam principalmente SEROTONINA e alguns neuropeptídeos. Seus grânulos secretores coram-se rapidamente com prata (coloração argentafin). Celulas Tipo Enterocromafim;
12 Fisiológica: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
13 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
14 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
15 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
16 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
17 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
18 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
19 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
20 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
21 Rim: Os rins são órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
22 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
23 Reprodução: 1. Função pela qual se perpetua a espécie dos seres vivos. 2. Ato ou efeito de reproduzir (-se). 3. Imitação de quadro, fotografia, gravura, etc.
24 Racêmica: Que não desvia o plano da luz polarizada (diz-se de isômero óptico).
25 Hiperplasia: Aumento do número de células de um tecido. Pode ser conseqüência de um estímulo hormonal fisiológico ou não, anomalias genéticas no tecido de origem, etc.
26 Ácido Gástrico: Ácido clorídrico presente no SUCO GÁSTRICO.

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