CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS FINASTERIDA
Propriedades farmacodinâmicas:A finasterida é um inibidor competitivo e específico da 5-á-redutase do tipo II.
Não tem afinidade pelo receptor andrógeno1 e não possui efeitos androgenéticos,
antiandrogenéticos, estrogênicos, antiestrogênicos ou progestacionais.
A inibição dessa enzima2 impede a conversão periférica da testosterona
ao andrógeno1 DHT, resultando na significativa diminuição das concentrações
de DHT no soro3 e nos tecidos. A finasterida produz rápida redução dos níveis
de DHT no soro3, alcançando supressão significativa após 24 horas de
administração.
Os folículos capilares4 contêm 5-á-redutase do tipo II. Em homens com alopecia5
androgenética, a área calva possui folículos capilares4 menores e quantidades
aumentadas de DHT. A administração de finasterida a esses homens
diminui a concentração de DHT sérica e no couro cabeludo. Homens com
deficiência genética de 5-á-redutase do tipo II não apresentam alopecia5 androgenética.
Esses dados e os resultados dos estudos clínicos comprovam
que a finasterida inibe o processo responsável pela redução do tamanho
dos folículos capilares4 do couro cabeludo, levando à reversão do processo
de calvície6.
Propriedades Farmacocinéticas:
Absorção
Em relação a uma dose intravenosa de referência, a biodisponibilidade oral
da finasterida é de aproximadamente 80%. A biodisponibilidade não é prejudicada
pelos alimentos. As concentrações plasmáticas máximas da finasterida
são alcançadas aproximadamente 2 horas após a ingestão, e a absorção
é completa depois de 6 a 8 horas.
Distribuição
A ligação às proteínas7 plasmáticas é de aproximadamente 93%. O volume
de distribuição da finasterida é de aproximadamente 76 litros.
Em estado de equilíbrio, após uma dose de 1 mg/dia, a concentração plasmática
máxima de finasterida atingiu em média 9,2 ng/mL e foi alcançada 1
a 2 horas após a dose; a AUC8 (0-24 h) foi de 53 ng·h/mL.
A finasterida foi recuperada do líquor9 (líquido céfalo-raquidiano), mas a droga
parece não se concentrar preferencialmente no LCR. Uma quantidade muito
pequena de finasterida também foi detectada no líquido seminal10 de indivíduos
sob uso de finasterida.
Metabolismo11
A finasterida é metabolizada principalmente pela subfamília 3A4 do sistema
enzimático do citocromo P450. Após uma dose oral de finasterida marcada
com C14 em homens, foram identificados dois metabólitos12 da finasterida
que possuem apenas uma pequena fração da atividade inibitória da 5-á-
redutase da finasterida.
Eliminação
Após uma dose oral de finasterida marcada com 14 C em homens, 39% da
dose foram excretadas na urina13 na forma de metabólitos12 (para todos os
efeitos, nenhuma droga inalterada foi excretada na urina13), e 57% da dose
total foram excretadas nas fezes.
A depuração plasmática é de aproximadamente 165 mL/min.
A taxa de eliminação da finasterida diminui um pouco com a idade. A meiavida
terminal média é de aproximadamente 5 a 6 horas em homens de 18-60
anos de idade e de 8 horas em homens com mais de 70 anos de idade. Esses
achados não possuem importância clínica e, portanto, não servem como
base para a redução da dose em pacientes idosos.
Resultados de Eficácia e Segurança
A eficácia da finasterida foi demonstrada em 3 estudos duplo-cegos, com 12
meses de duração, em homens de 18 a 41 anos de idade com queda de cabelo14
leve a moderada, mas não completa. Em 2 desses estudos, em homens
com calvície6 no alto da cabeça15, a mudança na quantidade de cabelo14 foi medida
numa área representativa (5,1 cm2) de queda ativa de cabelo14, com média
no período basal de 876 fios. Aos 6 e 12 meses, foi demonstrado aumento
de cabelo14 significativo em homens tratados com finasterida, enquanto perda
significativa de cabelo14 foi observada naqueles que receberam placebo16.
Depois de 12 meses, havia diferença de 107 fios de cabelo14 entre os dois
grupos (p < 0,001). O efeito preventivo17 da finasterida foi demonstrado pelo
fato de que somente 14% dos homens tratados tiveram queda de cabelo14
(baseada em qualquer diminuição do número de fios a partir do período basal),
comparado aos 58% dos homens do grupo placebo16, em 12 meses. A
importância clínica do efeito na quantidade de cabelo14 foi demonstrada pela
auto-avaliação do paciente, avaliação do investigador e por um painel de
dermatologistas.
A auto-avaliação do paciente, usando um questionário validado, demonstrou
aumento significativo do crescimento, diminuição da queda e melhora na
aparência do cabelo14 de homens tratados com finasterida. Os investigadores
consideraram que 65% dos homens tratados com finasterida obtiveram aumento
do crescimento de cabelo14 comparados a 37% do grupo placebo16, ao
final de 12 meses.
Feitas com base na avaliação de fotografias padronizadas da cabeça15, pelo
painel de dermatologistas, o aumento do crescimento de cabelo14 foi demonstrado
em 48% dos homens tratados com finasterida, em comparação com
7% dos homens que receberam placebo16, ao final de 12 meses.
Um terceiro estudo, com 12 meses de duração, envolvendo homens com
calvície6 na área frontal/mediana da cabeça15, também demonstrou aumento
significativo na quantidade de cabelo14 e melhora significativa na auto-avaliação
dos pacientes, na avaliação dos investigadores e na avaliação de fotografias
da cabeça15 pelo painel de dermatologistas.
Em cada um desses estudos, a melhora clínica foi observada em 3 meses e
a eficácia continuou a aumentar depois desse período. A manutenção da eficácia
clínica foi demonstrada em estudos de extensão abertos de até 3 anos.
Em resumo, os 3 estudos demonstraram que o tratamento com finasterida
aumenta o crescimento de cabelo14 e previne queda adicional em homens
com alopecia5 androgenética.
A finasterida para alopecia5 androgenética, foi avaliada quanto à segurança
em estudos clínicos envolvendo mais de 3.200 homens. Em três desses
estudos, com 12 meses de duração, controlados com placebo16, duplo-cegos,
multicêntricos, com protocolos comparáveis, o perfil de segurança global da
finasterida e do placebo16 foram similares. A descontinuação da terapia em
função de efeito adverso clínico ocorreu em 1,7% dos 945 homens tratados
com finasterida e 2,1% dos 934 homens que receberam placebo16.