PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS DETRUSITOL LA

Atualizado em 28/05/2016

Absorção: em um estudo com solução de 14C-tolterodina em voluntários saudáveis que
receberam uma dose oral de 5 mg, pelo menos 77% da dose radiomarcada foi absorvida. A
Cmáx e a AUC1 determinadas após a administração de tolterodina de liberação imediata são
dose-proporcionais acima do intervalo de 1 a 4 mg. Baseada na soma da concentração
sérica de tolterodina não-ligada e do metabólito2 5-hidroximetilado, a AUC1 da tolterodina de
liberação prolongada, 4 mg diariamente, é equivalente a da tolterodina de liberação imediata
4 mg (duas vezes ao dia). Os níveis de Cmáx e Cmín de Detrusitol® LA são aproximadamente
75% e 150%, respectivamente. As concentrações séricas máximas de tolterodina de
liberação prolongada são observadas 2 a 6 horas após a administração da dose.
Efeito da alimentação: não há interação com alimentos na farmacocinética de Detrusitol®
LA.
Distribuição: a tolterodina se liga amplamente a proteínas3 plasmáticas, principalmente à
glicoproteína á1-ácida. A média das concentrações de tolterodina não-ligada foi 3,7% ±
0,13% acima do intervalo de concentração alcançado nos estudos clínicos. O metabólito2 5-
hidroximetilado não é extensivamente ligado a proteínas3 (concentração da fração nãoligada:
36% ± 4,0%). A proporção sangue4/soro5 de tolterodina e do metabólito2 5-
hidroximetilado é de 0,6 e 0,8; respectivamente, indicando que essas substâncias não se
distribuem extensivamente nos eritrócitos6. O volume de distribuição da tolterodina após a
administração de uma dose intravenosa de 1,28 mg é 113 ± 26,7 L.
Metabolismo7: a tolterodina é amplamente metabolizada pelo fígado8 após administração oral.
A via metabólica principal envolve a oxidação do grupo 5-metila e é mediada pelo citocromo
P450 2D6 (CYP2D6), levando à formação do metabólito2 5-hidroximetilado
farmacologicamente ativo. Adicionalmente, o metabolismo7 leva à formação dos metabólitos9
ácido 5-carboxílico e ácido 5-carboxílico N-desalquilado, que representam 51% ± 14% e
29% ± 6,3% dos metabólitos9 recuperados na urina10, respectivamente.
Excreção: após a administração de uma dose oral de 5 mg de solução de tolterodina
marcada a voluntários saudáveis, 77% da radioatividade foi recuperada na urina10 e 17% nas
fezes, em 7 dias. Menos que 1% (< 2,5% em metabolizadores lentos) da dose foi
recuperada como tolterodina inalterada e 5% a 14% (< 1% em metabolizadores lentos) foi
recuperada como metabólito2 ativo 5- hidroximetilado.
Pacientes pediátricos: a farmacocinética da tolterodina não foi estudada em pacientes
pediátricos.
Insuficiência renal11: o funcionamento renal12 inadequado pode alterar significativamente a
disposição de tolterodina de liberação imediata e seus metabólitos9. Em um estudo
conduzido em pacientes com o clearance de creatinina13 entre 10 e 30 mL/min, os níveis de
tolterodina de liberação imediata e do metabólito2 5-hidroximetilado foram aproximadamente
2 a 3 vezes mais altos em pacientes com insuficiência renal11 do que em voluntários
saudáveis. Os níveis de exposição de outros metabólitos9 de tolterodina (ex.: tolterodina
ácida, tolterodina N-desalquilada e tolterodina hidroxi N-desalquilada) foram
significativamente maiores (10-30 vezes) em pacientes com insuficiência renal11 quando
comparados a voluntários saudáveis. A dose recomendada para pacientes14 com função renal12
reduzida é 2 mg ao dia.
Insuficiência hepática15: o funcionamento inadequado do fígado8 pode alterar
significativamente a disposição da tolterodina de liberação imediata. Em um estudo de
tolterodina de liberação imediata conduzido em pacientes cirróticos, a meia-vida de
eliminação foi maior em pacientes cirróticos (8,7 horas) do que em voluntários saudáveis,
jovens e idosos (2 a 4 horas). O clearance da tolterodina de liberação imediata administrada
oralmente foi substancialmente menor em pacientes cirróticos (1,1 ± 1,7 L/h/kg) do que em
voluntários saudáveis (5,7 ± 3,8 L/h/kg). A dose recomendada para pacientes14 com função
hepática16 significativamente reduzida é de 2 mg ao dia.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
2 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
3 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
4 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
5 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
6 Eritrócitos: Células vermelhas do sangue. Os eritrócitos maduros são anucleados, têm forma de disco bicôncavo e contêm HEMOGLOBINA, cuja função é transportar OXIGÊNIO. Sinônimos: Corpúsculos Sanguíneos Vermelhos; Corpúsculos Vermelhos Sanguíneos; Corpúsculos Vermelhos do Sangue; Glóbulos Vermelhos; Hemácias
7 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
8 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
9 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
10 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
11 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
12 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
13 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
14 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
15 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.
16 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.

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