ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES LISINOPRIL
Neutropenia1/agranulocitose2 O captopril, outro inibidor da enzima3 conversora da angiotensina, tem mostrado causar agranulocitose2 e depressão da medula óssea4, raramente em pacientes não complicados, porém com maior freqüência em pacientes com prejuízo da função renal5, especialmente se estes possuírem também uma desordem vascular6 do colágeno7. Os dados clínicos experimentais com lisinopril são insuficientes para demonstrar que este não cause agranulocitose2 em níveis semelhantes. Há relatos de raros casos de neutropenia1 e depressão da medula óssea4 na qual uma relação causal com o lisinopril não pode ser excluída. Em pacientes com distúrbios vascular6 do colágeno7 e renal5, deve-se considerar a monitoração periódica da contagem de glóbulos brancos no sangue8.
Hipotensão9 Sintomática10
Hipotensão9 sintomática10 tem ocorrido raramente em pacientes com hipertensão11 não-complicada. Em pacientes hipertensos que estejam recebendo Lisinopril, há maior probabilidade de ocorrer hipotensão9 se o paciente tiver sido depletado de volume, por exemplo, devido à terapia diurética, restrição dietética de sal, diálise12, diarréia13 ou vômitos14 (ver Interações Medicamentosas e Outras Formas de Interação e Reações Adversas). Há relatos de hipotensão9 sintomática10 em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva15, com ou sem insuficiência renal16 associada. É mais provável que isto ocorra em pacientes com grau mais severo de insuficiência cardíaca17 (uso de altas doses de diuréticos18 de alça, hiponatremia19, comprometimento da função renal5). Nestes pacientes a terapia deve ser iniciada sob supervisão médica, e os mesmos devem ser observados atentamente quando a dose de Lisinopril e/ou diurético20 for ajustada.
Considerações semelhantes aplicam-se aos pacientes com cardiopatia isquêmica21 ou doença vascular6 cerebral nos quais a redução excessiva da pressão arterial22 poderia resultar em infarto do miocárdio23 ou acidente cerebrovascular.
Se ocorrer hipotensão9, o paciente deve ser colocado em posição supina e, se necessário, receber infusão de solução fisiológica24 intravenosa. Hipotensão9 transitória não é contra-indicação ao tratamento, que pode continuar normalmente uma vez que a pressão arterial22 aumentou após a expansão de volume.
Assim como outros vasodilatadores, Lisinopril deve ser administrado com cautela a pacientes com estenose25 aórtica ou com cardiomiopatia hipertrófica.
Com o uso de Lisinopril podem ocorrer decréscimos adicionais da pressão arterial22 sistêmica em alguns pacientes com insuficiência cardíaca congestiva15 que
Submissão - Modelo de Bula 5n
tenham pressão arterial22 normal ou baixa. Este efeito é previsto e, geralmente, não é razão para a interrupção do tratamento. Se a hipotensão9 se tornar sintomática10, pode ser necessária a redução da dose ou a suspensão de Lisinopril.
Hipotensão9 em Infarto26 Agudo27 do Miocárdio28
O tratamento com Lisinopril não deve ser iniciado para infarto26 agudo27 do miocárdio28 em pacientes sob risco de grave deterioração hemodinâmica29 após tratamento com um vasodilatador. Trata-se de pacientes com pressão sistólica30 menor ou igual a 100mmHg, ou choque31 cardiogênico. Durante os 3 primeiros dias após o infarto26, a dose deve ser reduzida caso a pressão sistólica30 seja menor ou igual a 120 mmHg. Doses de manutenção devem ser reduzidas a 5 mg ou temporariamente a 2,5 mg caso a pressão sistólica30 seja menor ou igual a 100 mmHg. Se a hipotensão9 persistir (pressão sistólica30 inferior a 90 mmHg por mais de uma hora) então Lisinopril deve ser descontinuado.
Comprometimento da função renal5
Em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva15, a hipotensão9 que segue após o início da terapia com inibidores da ECA pode levar a algum comprometimento da função renal5. Insuficiência renal16 aguda, normalmente reversível, foi observada nessa situação.
Em alguns pacientes com estenose25 da artéria renal32 bilateral ou estenose25 da artéria renal32 de rim33 único que foram tratados com inibidores da ECA, têm sido observados aumentos de uréia34 e creatinina35 sérica reversíveis com a interrupção da terapia. Isto é especialmente importante em pacientes com insuficiência renal16.
Alguns pacientes hipertensos sem aparente lesão36 vascular6 renal5 pré-existente desenvolveram aumentos de uréia34 e creatinina35 séricas, geralmente pequenos e transitórios, especialmente quando receberam Lisinopril concomitantemente a um diurético20. Esta ocorrência é mais provável em pacientes com disfunção renal5 pré-existente. Pode ser necessária a redução da dose de Lisinopril e/ou interrupção do diurético20 e/ou de Lisinopril. Se hipertensão11 renovascular também for pré-existente, existe um aumento de risco de ocorrer hipotensão9 severa e insuficiência renal16. Nestes pacientes, o tratamento deve ser iniciado sob cuidadosa supervisão médica, com baixas doses e com uma cuidadosa titulação de dose. Uma vez que o tratamento com diuréticos18 pode ser um fator contribuinte para o caso acima, o mesmo deve ser descontinuado e a função renal5 deve ser monitorada durante as primeiras semanas de terapia com Lisinopril.
No infarto26 agudo27 do miocárdio28, o tratamento com Lisinopril não deve ser iniciado em pacientes com evidência de disfunção renal5, definida como concentrações de creatinina35 sérica excedendo 177 micromol/L e/ou proteinúria37 excedendo 500 mg/24h. Se a disfunção renal5 se desenvolver durante o tratamento com Lisinopril (concentrações de creatinina35 sérica excedendo 265 micromol/L ou o dobro do valor do pré-tratamento), então o médico deve considerar a descontinuação de Lisinopril.
Pacientes em hemodiálise38
Reações anafilactóides foram relatadas em pacientes que sofreram certos procedimentos de hemodiálise38 (por exemplo: com a membrana de alto fluxo AN 69) e tratados concomitantemente com um inibidor da ECA. Nesses pacientes deve ser considerado o uso de uma membrana de diálise12 diferente ou uma diferente classe de agentes anti-hipertensivos.
Hipersensibilidade / Edema angioneurótico39
Edema angioneurótico39 de face40, extremidades, lábios, língua41, glote42 e/ou laringe43 tem sido raramente relatado em pacientes tratados com inibidores da ECA, incluindo Lisinopril. Em tais casos, Lisinopril deve ser descontinuado imediatamente e o paciente deve ser observado atentamente para assegurar o completo desaparecimento dos sintomas44 antes de liberar o paciente. Normalmente os casos em que o edema45 tenha se restringido à face40 e aos lábios não requerem tratamento, embora possam ser utilizados anti-histamínicos para o alívio dos sintomas44.
O edema angioneurótico39 associado a edema45 de laringe43 pode ser fatal. Quando existe envolvimento de língua41, glote42 ou laringe43, a ponto de causar obstrução das vias aéreas, deve ser administrada imediatamente terapia apropriada, como solução subcutânea46 de adrenalina47 a 1:1000 (0,3 a 0,5 mL) e manutenção das vias desobstruídas. O paciente deve ser cuidadosamente supervisionado até a completa resolução dos sintomas44.
Inibidores da ECA causam uma taxa maior de angioedema48 em pacientes negros do que em pacientes não negros.
Pacientes com história de angioedema48, não relacionado a tratamento com inibidores da ECA, podem estar sob risco maior de desenvolver angioedema48 enquanto estiverem recebendo um inibidor da ECA (vide "Contra-indicações").
Dessensibilização49 Pacientes recebendo inibidores da ECA durante tratamento de dessensibilização49 (por exemplo: veneno de hymenoptera) apresentaram reações anafilactóides. Nos mesmos pacientes, essas reações foram evitadas com a descontinuação temporária dos inibidores da ECA, mas reapareceram com o reinício inadvertido da terapia.
Tosse
Foi relatado tosse com o uso de inibidores da ECA. Caracteristicamente, a tosse é não produtiva, persistente e se resolve com a descontinuação do tratamento. Tosse induzida por inibidores da ECA deve ser considerada como parte do diagnóstico50 diferencial da tosse.
Cirurgia/Anestesia51 Em pacientes submetidos a grandes cirurgias, ou sob anestesia51 com agentes que produzam hipotensão9, Lisinopril pode bloquear a formação de angiotensina II secundária à liberação compensatória de renina. Se ocorrer hipotensão9 que for considerada devido a este mecanismo, a mesma poderá ser corrigida por expansão de volume.
Potássio sérico
Vide "Interações medicamentosas e outras formas de interação".
Uso em idosos - Não se demonstrou alterações na eficácia e perfil de segurança relacionadas à idade. Entretanto, quando a idade avançada está associada à diminuição da função renal5, devem ser utilizas as orientações descritas no item Posologia em Pacientes com Insuficiência Renal16 (Posologia e Modo de Usar) para se determinar a dose inicial de Lisinopril. A partir daí, a posologia deve ser ajustada de acordo com a resposta da pressão arterial22.
Uso Pediátrico - A eficácia e a segurança de Lisinopril em crianças não foram estabelecidas.
Gravidez52 e lactação53 -
Gravidez52 - Lisinopril não deve ser usado durante a gravidez52.
Quando a gravidez52 for detectada, Lisinopril deve ser interrompido o mais rápido possível. Os inibidores da ECA podem causar morbidade54 e mortalidade55 fetal e neonatal quando administrados a gestantes durante o segundo e terceiro trimestres. O uso de inibidores da ECA durante esse período foi associado com complicação fetal e neonatal incluindo hipotensão9, disfunção renal5, hipercalemia56 e/ou hipoplasia57 do crânio58 no recém-nascido. Ocorreu oligohidrâmnio59 materno, presumivelmente representando diminuição da função renal5 fetal, e pode resultar em contratura dos membros, deformações craniofaciais e desenvolvimento de pulmão60 hipoplástico. Essas reações adversas ao embrião e feto61 aparentemente não resultam da exposição intra-uterina ao inibidor da ECA limitada ao primeiro trimestre de gravidez52.
Caso o Lisinopril seja usado durante a gravidez52, a paciente deve ser informada sobre o risco potencial para o feto61. Nos raros casos onde o uso durante a gravidez52 é essencial, deve-se realizar ultra-sonografia para avaliar o ambiente intra-amniótico. Se for observado oligohidrâmnio59, Lisinopril deve ser descontinuado, a não ser que seu uso seja considerado vital para a mãe. As pacientes e os médicos devem estar cientes que oligohidrâmnio59 pode não aparecer até que o dano causado ao feto61 seja irreversível.
Recém-nascidos cujas mães receberam Lisinopril devem ser observados atentamente para hipotensão9, oligúria62 e hipercalemia56. Lisinopril atravessa a barreira placentária e foi removido da circulação63 neonatal por diálise peritoneal64 com algum benefício clínico e teoricamente pode ser removido por transfusão65.
Lactantes66
Não se sabe se o Lisinopril é excretado no leite humano. Como muitos medicamentos são excretados no leite, incluindo os inibidores da ECA, recomenda-se não utilizar Lisinopril durante a lactação53.
Efeitos sobre a habilidade de dirigir veículos e / ou operar máquinas
Pacientes devem estar atentos para as reações que manifestam com o uso deste medicamento, antes de conduzir veículos, de operar máquinas ou de desenvolver qualquer outra atividade que requeira concentração, pois este medicamento pode alterar a capacidade de reação e a aptidão para a condução de veículos. Deve-se considerar também o aparecimento ocasional de tontura67/vertigem68 e cansaço.