
REAÇÕES ADVERSAS PLATIRAN
Nefrotoxicidade1
A insuficiência renal2 cumulativa e relacionada à dose administrada é a principal toxicidade3 limitante da dose de PLATIRAN . Manifesta-se por elevações nos níveis séricos de uréia4, creatinina5 e ácido úrico e/ou uma diminuição no ``clearance'' de creatinina5. A toxicidade3 renal6 torna-se mais prolongada e grave com cursos repetidos da droga. A função renal6 deve voltar ao normal antes de se administrar outra dose de PLATIRAN .
A insuficiência renal2 tem sido associada ao dano tubular renal6. A administração de PLATIRAN , usando uma infusão de 6 a 8 horas com hidratação intravenosa e manitol, tem sido empregada para reduzir a nefrotoxicidade1. Contudo, a toxicidade3 renal6 ainda pode ocorrer após a utilização desses procedimentos.
Ototoxicidade7
A ototoxicidade7 manifesta-se por zumbido e/ou perda auditiva na faixa de alta freqüência (4.000 a 8.000 Hz). Às vezes pode ocorrer uma diminuição na capacidade auditiva para tons de uma conversação normal. Os efeitos ototóxicos podem ser mais graves em crianças recebendo PLATIRAN . A perda auditiva pode ser unilateral ou bilateral e tende a se tornar mais frequente e grave com a repetição das doses, entretanto a surdez tem sido raramente reportada após a dose inicial de PLATIRAN . A ototoxicidade7 pode ser acentuada com irradiação craniana prévia ou simultânea e pode estar relacionada ao pico de concentração plasmática de PLATIRAN . Não se sabe ao certo se a ototoxicidade7 induzida pela cisplatina é reversível. Cabe proceder a um cuidadoso controle audiométrico antes do início da terapia e antes das doses subsequentes de PLATIRAN .
Tem-se relatado também a ocorrência de toxicidade3 vestibular8.
Hematológicas
A mielodepressão ocorre em 25 a 30% dos pacientes tratados com PLATIRAN . Os nadires das plaquetas9 circulantes e dos leucócitos10 ocorrem entre os 18º e 23º dias, com a maioria dos pacientes recuperando-se pelo 39º dia. A leucopenia11 e a trombocitopenia12 são mais pronunciadas com doses mais elevadas (> 50 mg/m2). A anemia13 (redução de 2 g de hemoglobina14/100ml) ocorre aproximadamente à mesma frequência e ao mesmo tempo que a leucopenia11 e a trombocitopenia12. PLATIRAN tem demonstrado sensibilizar as hemácias15, resultando, às vezes, em anemia hemolítica16 direta com Coombs-positivo. A incidência17, gravidade e importância relativa desse efeito em relação a outra toxicidade3 hematológica não foi estabelecida, mas a possibilidade de um processo hemolítico deverá ser levada em consideração em qualquer paciente que esteja recebendo cisplatina e que apresente uma queda inexplicável na hemoglobina14. O processo hemolítico é reversível cessada a terapia.
O desenvolvimento de leucemia18 aguda ligado ao uso de PLATIRAN raramente foi reportado no homem. Nestes relatos, PLATIRAN foi, em geral, administrado em associação a outros agentes leucemogênicos.
Gastrintestinais
Quase todos os pacientes tratados com PLATIRAN apresentam náuseas19 e vômitos20 acentuados, que são, ocasionalmente tão graves que a droga deve ser suspensa. As náuseas19 e os vômitos20 começam, em geral, uma a quatro horas após o tratamento e duram até 24 horas. Diferentes intensidades de vômitos20, náuseas19 e/ou anorexia21 podem persistir por uma semana após o tratamento.
Náuseas19 e vômitos20 prolongados (iniciando ou persistindo 24 horas ou mais após a quimioterapia22) ocorreram em pacientes que apresentaram controle emético completo no dia da terapia com PLATIRAN . Diarréia23 também foi reportado.
Distúrbios Eletrolíticos Séricos
Hipomagnesemia, hipocalcemia24, hiponatremia25, hipocalemia26 e hipofosfatemia têm sido observadas em pacientes tratados com PLATIRAN e estão provavelmente relacionadas a danos nos túbulos renais. Tetania27 tem ocorrido ocasionalmente em pacientes com hipocalcemia24 e hipomagnesemia. Geralmente, os níveis de eletrólitos28 séricos normais são recuperados através da administração suplementar de eletrólitos28 e a suspensão do PLATIRAN .
A síndrome29 inadequada do hormônio30 antidiurético tem também ocorrido.
Hiperuricemia
Tem sido relatado que a hiperuricemia ocorre com aproximadamente a mesma frequência que o aumento das taxas de uréia4 e creatinina5 séricas. É mais pronunciada após doses maiores que 50mg/m2 e os níveis máximos de ácido úrico ocorrem, em geral, entre 3 a 5 dias após a dose. O tratamento com alopurinol para hiperuricemia reduz eficazmente os níveis de ácido úrico.
Neurotoxicidade (Vide Advertências)
A neurotoxicidade normalmente caracterizada por neuropatias periféricas tem ocorrido em alguns pacientes. As neuropatias podem ocorrer após tratamento prolongado (4 a 7 meses); entretanto, sintomas31 neurológicos têm ocorrido após uma dose única. Embora os sinais32 e sintomas31 geralmente se desenvolvam durante o tratamento, raramente eles podem começar após a última dose de PLATIRAN . A neuropatia33 pode progredir após a interrupção do tratamento. Tem-se relatado a ocorrência de sinal34 de L'Hermitte, mielopatia35 da coluna dorsal e de neuropatia autonômica36
A terapia com PLATIRAN deve ser suspensa à primeira constatação de sintomas31. Evidência preliminar sugere que a neuropatia periférica37 pode ser irreversível em alguns pacientes.
Cãimbras musculares de início súbito e curta duração têm sido reportados. Foram, em geral, observados em pacientes que receberam uma dose cumulativa relativamente alta, e que tinham um estágio relativamente avançado de neuropatia periférica37.
Registraram-se também, perda do paladar38 e convulsões.
Toxicidade3 Ocular
Neurite39 óptica, edema40 papilar e cegueira cerebral foram registrados com pouca freqüêcia em pacientes recebendo doses padrões recomendadas de PLATIRAN . A melhora e/ou recuperação total ocorre normalmente após suspensão de PLATIRAN . Esteróides com ou sem manitol têm sido utilizados, no entanto, sua eficácia não foi estabelecida.
Visão41 turva e percepção alterada de cores foram registradas após terapias com doses de PLATIRAN mais altas do que aquelas recomendadas.
Reações do Tipo Anafiláticas
Reações tipo anafiláticas foram registradas ocasionalmente em pacientes expostos previamente a PLATIRAN . As reações consistem em edema40 facial, zumbido, taquicardia42 e hipotensão43, após poucos minutos de administração da droga. As reações podem ser controladas por epinefrina intravenosa, corticosteróides e anti-histamínicos. Os pacientes recebendo PLATIRAN devem ser cuidadosamente observados para possíveis reações tipo anafiláticas.
Hepática44
Elevações transitórias das enzimas hepáticas45 e bilirrubina46 podem ocorrer quando PLATIRAN for administrado nas doses recomendadas.
Outras Toxicidades
Toxicidades vasculares47 coincidentes com o uso de PLATIRAN em combinação com outros agentes antineoplásicos raramente têm sido relatadas. Os eventos são clinicamente heterogêneos e podem incluir infarte do miocárdio48, acidente cérebro49-vascular50, microangiopatia trombótica51, Síndrome29 hemolítico urêmica ou arterite cerebral. Vários mecanismos têm sido propostos para estas complicações vasculares47. Há também relatos do fenômeno de Raynaud52 ocorrendo em pacientes tratados com a combinação de bleomicina, vimblastina, com ou sem PLATIRAN . Tem-se sugerido que a hipomagnesemia que se desenvolve ao mesmo tempo com o uso de PLATIRAN possa ser um fator a mais, embora não essencial, associado a este evento. Entretanto, não se sabe atualmente se a causa do fenômeno de Raynaud52 nestes casos é a doença, comprometimento vascular50 básico, bleomicina, vimblastina, hipomagnesemia ou uma combinação de quaisquer destes fatores.
Outras toxicidades registradas como de ocorrência pouco frequente são anormalidades cardíacas, soluços, amilase sérica elevada e erupção53 cutânea54. Alopécia55 tem também sido relatada.
Raramente foi observado toxicidade3 local do tecido56 mole após extravasamento de PLATIRAN . Infiltração de soluções de PLATIRAN podem resultar em celulite57 tissular58, fibrose59 e necrose60.