FARMACOLOGIA CLÍNICA KLARICID UD
Microbiologia: A claritromicina exerce sua ação antibacteriana através de sua ligação às subunidades ribossômicas 50S dos agentes patogênicos sensíveis, suprimindo-lhes a síntese protéica. A claritromicina tem demonstrado excelente atividade in vitro contra uma grande variedade de organismos Gram-positivos e Gram-negativos, aeróbios e anaeróbios: Streptococcus agalactiae, Streptococcus pyogenes, Streptococcus viridans, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, Haemophilus parainfluenzae, Neisseria gonorrhoeae, Listeria monocytogenes, Legionella pneumophila, Pasteurella multocida, Mycoplasma pneumoniae, Campylobacter jejunii, Chlamydia trachomatis, Chlamydia pneumoniae (TWAR), Moraxella (Branhamella) catarrhalis, Bordetella pertussis, Borrelia burgdorferi, Staphylococcus aureus, Propionibacterium acnes, Clostridium perfringens, Peptococcus niger, Bacteroides melaninogenicus, Mycobacterium avium, Mycobacterium leprae, Mycobacterium kansasii, Mycobacterium chelonae, Mycobacterium fortuitum e Mycobacterium intracellulare. O principal metabólito1 da claritromicina no homem e em outros primatas é a 14-OH-claritromicina, que é microbiologicamente ativa. Sua atividade é uma ou duas vezes menor do que a droga original para a maioria dos microrganismos, exceto para o H. influenzae, para o qual é duas vezes mais ativo. A claritromicina e seu metabólito1 14-OH exercem um efeito aditivo ou sinérgico sobre o H. influenzae, in vitro ou in vivo, dependendo da cepa2 bacteriana. A claritromicina mostrou ser 2 a 10 vezes mais efetiva do que a eritromicina, em vários modelos experimentais de infecção3 em animais, tais como nos abscessos4 subcutâneos e intraperitoneais e nas infecções5 do trato respiratório em camundongos. Esses modelos envolviam as seguintes bactérias: S. pneumoniae, S.aureus, S. pyogenes e H. influenzae. Em cobaias com infecção3 por Legionella, uma dose intraperitoneal de 1,6 mg/kg/dia de claritromicina foi mais efetiva do que 50 mg/kg/dia de eritromicina. Farmacocinética: A cinética6 dos comprimidos de claritromicina de liberação prolongada, administrados por via oral, tem sido estudada em humanos adultos e comparada com a de comprimidos de claritromicina 250 mg e 500 mg de liberação imediata. A extensão da absorção foi equivalente quando doses iguais diárias foram administradas. A biodisponibilidade absoluta é de aproximadamente 50%. Pouco ou nenhum acúmulo foi observado e a disposição metabólica não foi alterada em humanos após doses múltiplas. Baseado nos achados de liberação equivalente de absorção, os dados in vitro e in vivo a seguir são aplicáveis para a formulação de liberação prolongada: In vitro: Estudos in vitro mostraram que a ligação protéica da claritromicina no plasma7 humano ficou em torno de 70% nas concentrações de 0,45 mcg/ml a 4,5 mcg/ml. In vivo: Resultados de estudos em animais mostraram que os níveis de claritromicina em todos os tecidos, exceto no sistema nervoso central8, foram muitas vezes maiores que os níveis da droga circulante. As mais altas concentrações teciduais da claritromicina foram usualmente encontradas no fígado9 e no pulmão10, onde a relação tecido11/plasma7 (T/P) alcança valores iguais a 10-20. Em indivíduos sãos, que receberam comprimidos de claritromicina 500 mg de liberação prolongada, os picos de concentrações plasmáticas de claritromicina e de 14-hidroxiclaritromicina foram 1,3 e 0,48 mcg/ml, respectivamente. A meia-vida de eliminação da droga original e do seu metabólito1 foi aproximadamente 5,3 h e 7,7 h, respectivamente. Aproximadamente 40% da dose de claritromicina é excretada pela urina12; a eliminação fecal é de aproximadamente 30%. A claritromicina e seu metabólito1 14-OH distribuem-se rapidamente nos tecidos e fluidos corporais. Dados limitados de um pequeno número de pacientes sugerem que a claritromicina não atinge níveis significantes no fluido cerebroespinhal após doses orais. As concentrações nos tecidos são usualmente muitas vezes maiores que as concentrações séricas. Resultados de estudos indicam que ajustes de doses não são necessários para pacientes13 com insuficiência hepática14 moderada ou severa, que apresentem, no entanto, uma função renal15 normal. Insuficiência renal16: Em pacientes com insuficiência renal16, os níveis plasmáticos, a meia-vida, Cmax e Cmin, tanto para claritromicina como para seu metabólito1 14-OH elevam-se e a excreção urinária diminui. A alteração destes parâmetros está correlacionada com o grau de insuficiência renal16, ou seja, quanto maior a insuficiência renal16, maior a alteração destes parâmetros (ver Precauções e advertências e Posologia e modo de usar). Toxicologia (toxicidade17 aguda, subcrônica e crônica): Estudos foram realizados em camundongos, ratos, cães e/ou macacos, com a administração oral de claritromicina, desde uma única dose oral, até a administração oral diária, por 6 meses consecutivos. Nenhum sinal18 de toxicidade17 foi observado com doses muito superiores àquelas proporcionalmente terapêuticas em humanos. Os sinais19 clínicos com o emprego de doses tóxicas incluem vômitos20, fraqueza, consumo de alimentos e ganho de peso diminuídos, salivação, desidratação21 e hiperatividade. Nesses estudos com doses tóxicas em animais, o fígado9 foi o órgão-alvo primário. O desenvolvimento de hepatotoxicidade22 em todas as espécies foi detectado pela precoce elevação das concentrações séricas de fosfatase alcalina23, aspartato e alanina transaminases, gama glutamil transferase e/ou desidrogenase lática24. A descontinuação do uso da medicação geralmente resulta no retorno desses parâmetros específicos aos valores normais. O estômago25, o timo26 e outros tecidos linfóides e os rins27 foram menos afetados em diversos estudos com doses tóxicas.