FARMACOCINÉTICA LOVASTATINA

Atualizado em 28/05/2016

Absorção
A absorção estimada da Lovastatina, avaliada em estudo conduzido em animais, em relação a uma dose intravenosa de referência, variou em torno de 30% da dose oral. Nestes mesmos estudos, após doses orais, a Lovastatina demonstrou alta seletividade pelo fígado1, onde atinge concentrações substancialmente mais elevadas que nos demais tecidos.
Distribuição
A Lovastatina é largamente extraída no metabolismo2 de primeira passagem pelo fígado1, seu local primário de ação, com subsequente excreção da droga pela bile3. Como consequência desta extensiva extração hepática4, a disponibilidade da droga na circulação5 geral é baixa e variável. Em estudo de dose única, conduzido em quatro pacientes com hipercolesterolemia6, foi estimado que menos de 5% de uma dose oral de Lovastatina atinge a circulação5 geral como um inibidor ativo.
Após a administração de um comprimido de Lovastatina, o coeficiente de variação, baseado na variabilidade inter-sujeitos, foi de aproximadamente 40% da área sob a curva (AUC7) da atividade inibitória total.
Biotransformação e Eliminação
A Lovastatina e o seu metabólito8 â-hidroxiácido se ligam em grande parte às proteínas9 plasmáticas (mais do que 95%) e estudos realizados em animais demonstraram que a Lovastatina atravessa a barreira placentária e encefálica10. A maior parte dos metabólitos11 ativos presentes no plasma12 humano são constituídos pelo â-hidroxiácido, o seu derivado 6'-hidroxi e outros dois metabólitos11 adicionais. O pico de concentração plasmática é atingido no máximo duas a quatro horas após uma dose
oral. A meia-vida da Lovastatina é de uma a duas horas e a eliminação é predominantemente por via biliar (85% nas fezes), apenas 10% da Lovastatina é eliminada por via renal13.
Em pacientes com insuficiência renal14 grave (clearance de creatinina15 de 10 a 30 mL/min.), a concentração plasmática total dos inibidores, após uma dose oral de Lovastatina, foi aproximadamente duas vezes maior que a encontrada em voluntários sadios.
Em um estudo conduzido com pacientes idosos (idades entre 70 a 78 anos) recebendo 80 mg/dia de Lovastatina, a concentração plasmática inibitória média da atividade de HMG-Co redutase aumentou em aproximadamente 45%, quando comparada com pacientes jovens (com idade entre 18 a 30 anos).
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
2 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
3 Bile: Agente emulsificador produzido no FÍGADO e secretado para dentro do DUODENO. Sua composição é formada por s ÁCIDOS E SAIS BILIARES, COLESTEROL e ELETRÓLITOS. A bile auxilia a DIGESTÃO das gorduras no duodeno.
4 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
5 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
6 Hipercolesterolemia: Aumento dos níveis de colesterol do sangue. Está associada a uma maior predisposição ao desenvolvimento de aterosclerose.
7 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
8 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
9 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
10 Encefálica: Referente a encéfalo.
11 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
12 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
13 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
14 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
15 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.

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