RESULTADOS DE EFICÁCIA VÉDICA 350MG

Atualizado em 28/05/2016

Encontram-se na literatura extensivos dados in vitro e em modelos experimentais diversos que comprovam os efeitos antiinflamatórios da goma-resina de Boswellia serrata.
GERHARDT e colaboradores (2001) compararam os efeitos clínicos num estudo duplo-cego1 do extrato H15 da Boswellia serrata e da mesalazina em pacientes com Doença de Crohn2. Quarenta e quatro pacientes receberam o extrato H15 e 39 pacientes foram tratados com mesalazina. Os pacientes foram analisados quanto a mudança no índice de Atividade da Doença de Crohn2 (IADC) no momento inicial e final da terapia. Do inicio ao final do tratamento, os pacientes tratados com H15 tiveram uma redução de 90 pontos no IADC,
enquanto os pacientes que receberam mesalazina tiveram uma redução de 53 pontos. A boa tolerabilidade do H15 complementou a eficacia clinica. Este estudo confirmou que a terapia com H15 para pacientes3 com Doençaa de Crohn não e inferior a mesalazina, e possui um melhor risco-beneficio que a droga controle. (GERHARDT H; SEIFERT F; BUVARI P; VOGELSANG H; REPGES R. Therapy of active Crohn disease with Boswellia serrata extract H15. Z. Gastroenterol 39 (1), 11-17, 2001).
GUPTA e colaboradores (2001) estudaram o efeito da goma-resina de Boswellia serrata em pacientes com colite4 ulcerativa cronica. Foram selecionados 30 pacientes entre 18 e 48 anos com dor abdominal, diarreia5 com ou sem sangue6 e muco. Vinte pacientes receberam 300 mg da goma-resina (administradas três vezes ao dia - 900 mg diários) contendo 0,63% do acido 11-ceto--bosvélico, 0,7% do acido acetil-11-ceto--bosvélico e 1,5% de acido acetil--bosvélico e acido -bosvélico; outro grupo de 10 pacientes recebeu 1,0 g
três vezes ao dia (3,0 g diários) de sulfasalazina, medicamento sintético empregado de forma padrão contra essa patologia7 intestinal inflamatória (RANG et al., 2001). Apos seis semanas de tratamento nesse esquema, 18 dos 20 pacientes tratados com a goma-resina mostraram boas respostas clinicas, hematológicas e bioquímicas. A sigmoidoscopia completa demonstrou que os pacientes tiveram uma
redução das ulcerações8, da perda da friabilidade das mucosas9 e da granulação10. O estudo histopatológico demonstrou que a mucosa11 retal perdeu grande quantidade de celulas12 inflamadas porem não distorceu a arquitetura da mucosa11 retal. O teste de microscopia de varredura dos tecidos demonstrou a cicatrização das ulceras13, perda do tecido14 fibroso e das celulas12 cronicas inflamatórias. No grupo controle, 6 dos 10 pacientes demonstraram resultados similares ao grupo que recebeu tratamento com acido bosvélico. Este estudo
concluiu que o tratamento da colite4 ulcerativa cronica pode ser feito com a goma-resina de Boswellia serrata, com poucos efeitos colaterais15 manifestos pelos voluntários. (GUPTA I; PARIHAR A; MALHOTRA P; GUPTA S; LUDTKE R; SAFAYHI H; AMMON HPT. Effects of gum resin of Boswellia serrata in patients with chronic colitis. Planta Medica, 67: 391-395, 2001).
Outro estudo realizado por GUPTA e colaboradores (1997) envolveu 34 pacientes que sofriam de colite4 ulcerativa de graus II (18 pacientes) e III (16 pacientes). Esses voluntários tomaram uma preparação da goma-resina de Boswellia serrata na dose de 350 mg três vezes ao dia durante seis semanas,  acompanhados de um grupo controle de 10 pacientes (sulfasalazina 1g, três vezes ao dia). Os
pacientes tratados, apos o seguimento dentro do esquema relatado, apresentaram um percentual de 82% na remissão da patologia7, enquanto que os pacientes controles (10 pacientes) tiveram remissão de 75% da inflamação16. O exame sigmodoscopico foi realizado antes e depois do tratamento para que se definisse o grau da doença em cada paciente. Pelos resultados do exame, mostrou-se que
houve melhora do grau da doença em todos os grupos tratados. Dos pacientes com grau III, 75% do grupo que ingeriu Boswellia serrata e sulfasalazina (controle) melhoraram para graus 0 (zero) ou I, e a analise mostrou que não havia maiores diferenças na melhora entre estes dois tratamentos. Nenhum paciente mostrou parâmetros histopatológicos piorados depois do tratamento com ambas as medicações  consideradas. A melhora no grupo tratado com Boswellia serrata (todos os graus) variou entre 80% (cripitites) e 64,7% (abscessos17), com evidencias de que os pacientes graus II da doença sempre responderam mais frequentemente ao tratamento. Os efeitos foram similares nos pacientes tratados com sulfasalazina, conforme já se conhece pelo uso dessa substancia. Dos parâmetros sanguíneos testados (hemoglobina18, calcio, fosforo e proteínas19 séricos), todos aumentaram durante o tratamento tanto com Boswellia serrata quanto com sulfasalazina. Também houve aumento nos níveis de ferro sérico, porem este foi mais pronunciado em pacientes tratados com a goma-resina. O total de leucócitos20 e eosinófilos21  diminuiram durante o tratamento em todos os grupos de uma maneira similar. ( GUPTA I; PARIHAR A; MALHOTRA P; SINGH GB; LUDTKE R; SAFAYHI H; AMMON HPT. Effects of Boswellia serrata gum resin in
patients with ulcerative colitis. European Journal of Medical Research 2: 37-43, 1997).
De acordo com ETZEL (1996), o extrato padronizado de Boswellia serrata (H15) produziu uma significante redução no inchaço22 e na dor de pacientes com artrite reumatóide23 comparado com o placebo24. A rigidez matutina destes pacientes foi frequentemente reduzida; os pacientes puderam com frequência reduzir a ingestão de antiinflamatórios não esteroidais durante o curso do tratamento e a saúde25 geral e o bem-estar dos pacientes melhorou. A incidência26 da necessidade de tratamento de emergência27 pelos pacientes que sofreram agravação dos sintomas28 repentinamente foi significativamente menor nos grupos tratados com goma-resina do que nos controles. Outro fator importante reportado pelo autor foi que a tolerância do tratamento pelos pacientes foi muito boa e que os efeitos adversos do H15 foram muito reduzidos. Em termos de efeitos colaterais15, relatou-se um caso de diarreia5 entre 20 pacientes, um caso de náusea29 entre 60 pacientes e 3 casos de urticaria30 local entre 152 pacientes. (ETZEL R. Special extract of Boswellia serrata (H 15) in the treatment of rheumatoid arthritis. Phytomedicine, 3(1): 91-4, 1996).
Em 2003, KIMMATKUR et al. avaliaram a eficacia, segurança e tolerabilidade de extrato da Boswellia serrata em pacientes portadores de osteoartrite31 de joelho, num estudo randomizado32, duplo-cego, controlado por placebo24 do tipo cruzado. Apos duas etapas de 8 semanas, com 21 dias de washout, avaliaram-se os efeitos do produto através de questionário validado envolvendo questões próprias como distancia de caminhada, dificuldades em ajoelhar-se, em sentar-se, etc., bem como aspectos ligados a dor, inchaço22 e perda de movimentos. Em ambos os grupos, o recebimento do extrato da goma-resina melhorou  significantemente o comportamento dos pacientes, particularmente nos aspectos de dor, perda de movimento, inchaço22 bem como maiores escores do questionário. Em termos radiológicos não foram observadas alterações. Os efeitos adversos ocorreram apenas em dois pacientes e incluíram movimentos frouxos, náusea29 e dor epigástrica. (KIMMATKUR N; THAWANI V; HINGORANI L; KHIYANI R. Efficacy and tolerability of Boswellia serrata extract in treatment of osteoarthritis of knee- a randomized double-blind placebo24 controlled trial. Phytomedicine, 10: 3-7, 2003).

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Complementos

1 Estudo duplo-cego: Denominamos um estudo clínico “duplo cego†quando tanto voluntários quanto pesquisadores desconhecem a qual grupo de tratamento do estudo os voluntários foram designados. Denominamos um estudo clínico de “simples cego†quando apenas os voluntários desconhecem o grupo ao qual pertencem no estudo.
2 Doença de Crohn: Doença inflamatória crônica do intestino que acomete geralmente o íleo e o cólon, embora possa afetar qualquer outra parte do intestino. A doença cursa com períodos de remissão sintomática e outros de agravamento. Na maioria dos casos, a doença de Crohn é de intensidade moderada e se torna bem controlada pela medicação, tornando possível uma vida razoavelmente normal para seu portador. A causa da doença de Crohn ainda não é totalmente conhecida. Os sintomas mais comuns são: dor abdominal, diarreia, perda de peso, febre moderada, sensação de distensão abdominal, perda de apetite e de peso.
3 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
4 Colite: Inflamação da porção terminal do cólon (intestino grosso). Pode ser devido a infecções intestinais (a causa mais freqüente), ou a processos inflamatórios diversos (colite ulcerativa, colite isquêmica, colite por radiação, etc.).
5 Diarréia: Aumento do volume, freqüência ou quantidade de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação mais freqüente de alteração da absorção ou transporte intestinal de substâncias, alterações estas que em geral são devidas a uma infecção bacteriana ou viral, a toxinas alimentares, etc.
6 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
7 Patologia: 1. Especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo. 2. Qualquer desvio anatômico e/ou fisiológico, em relação à normalidade, que constitua uma doença ou caracterize determinada doença. 3. Por extensão de sentido, é o desvio em relação ao que é próprio ou adequado ou em relação ao que é considerado como o estado normal de uma coisa inanimada ou imaterial.
8 Ulcerações: 1. Processo patológico de formação de uma úlcera. 2. A úlcera ou um grupo de úlceras.
9 Mucosas: Tipo de membranas, umidificadas por secreções glandulares, que recobrem cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
10 Granulação: 1. Aglomerado de grânulos. 2. Em medicina, é o conjunto de grânulos vermelhos, constituindo uma massa arredondada de vasos capilares e fibroblastos, que se forma na base de uma ulceração ou o processo formativo dessa massa. 3. Em química, é o processo de conversão de uma substância metálica em grãos pelo rápido resfriamento de um filete de sua massa fundida ao imergir em um líquido à temperatura ambiente.
11 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
12 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
13 Úlceras: Feridas superficiais em tecido cutâneo ou mucoso que podem ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
14 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
15 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
16 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
17 Abscessos: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
18 Hemoglobina: Proteína encarregada de transportar o oxigênio desde os pulmões até os tecidos do corpo. Encontra-se em altas concentrações nos glóbulos vermelhos.
19 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
20 Leucócitos: Células sangüíneas brancas. Compreendem tanto os leucócitos granulócitos (BASÓFILOS, EOSINÓFILOS e NEUTRÓFILOS) como os não granulócitos (LINFÓCITOS e MONÓCITOS). Sinônimos: Células Brancas do Sangue; Corpúsculos Sanguíneos Brancos; Corpúsculos Brancos Sanguíneos; Corpúsculos Brancos do Sangue; Células Sanguíneas Brancas
21 Eosinófilos: Eosinófilos ou granulócitos eosinófilos são células sanguíneas responsáveis pela defesa do organismo contra parasitas e agentes infecciosos. Também participam de processos inflamatórios em doenças alérgicas e asma.
22 Inchaço: Inchação, edema.
23 Artrite reumatóide: Doença auto-imune de etiologia desconhecida, caracterizada por poliartrite periférica, simétrica, que leva à deformidade e à destruição das articulações por erosão do osso e cartilagem. Afeta mulheres duas vezes mais do que os homens e sua incidência aumenta com a idade. Em geral, acomete grandes e pequenas articulações em associação com manifestações sistêmicas como rigidez matinal, fadiga e perda de peso. Quando envolve outros órgãos, a morbidade e a gravidade da doença são maiores, podendo diminuir a expectativa de vida em cinco a dez anos.
24 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
25 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
26 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
27 Emergência: 1. Ato ou efeito de emergir. 2. Situação grave, perigosa, momento crítico ou fortuito. 3. Setor de uma instituição hospitalar onde são atendidos pacientes que requerem tratamento imediato; pronto-socorro. 4. Eclosão. 5. Qualquer excrescência especializada ou parcial em um ramo ou outro órgão, formada por tecido epidérmico (ou da camada cortical) e um ou mais estratos de tecido subepidérmico, e que pode originar nectários, acúleos, etc. ou não se desenvolver em um órgão definido.
28 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
29 Náusea: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc.
30 Urticária: Reação alérgica manifestada na pele como elevações pruriginosas, acompanhadas de vermelhidão da mesma. Pode afetar uma parte ou a totalidade da pele. Em geral é autolimitada e cede em pouco tempo, podendo apresentar períodos de melhora e piora ao longo de vários dias.
31 Osteoartrite: Termo geral que se emprega para referir-se ao processo degenerativo da cartilagem articular, manifestado por dor ao movimento, derrame articular, etc. Também denominado artrose.
32 Estudo randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle - o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.

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