CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS ANATEN
Propriedades farmacodinâmicas:O atenolol é um betabloqueador cardiosseletivo, ou seja, age predominantemente bloqueando os receptores â1 que se situam principalmente nas fibras miocárdicas, apresentando menor ação sobre os receptores â2 (localizados na musculatura lisa dos brônquios1 e dos vasos periféricos). Apresenta portanto, menor possibilidade de efeitos adversos, quando comparados aos betabloqueadores não-seletivos, em pneumopatas crônicos, asmáticos, fumantes, portadores de vasculopatias periféricas e diabéticos. Entretanto, este efeito preferencial não é absoluto, pois em altas doses, a cardiosseletividade não é observada. É provável que a ação do atenolol na redução da freqüência e contratilidade cardíacas faça com que ele seja eficaz na eliminação ou redução de sintomas2 de pacientes com angina3.
Besilato de anlodipino pertence ao grupo dos antagonistas dos canais de cálcio diidropiridínicos. Provoca a inibição do fluxo transmembrana de íons4 cálcio (no músculo cardíaco5) seletivamente, através de membranas celulares. É um vasodilatador arterial periférico que atua diretamente no músculo liso vascular6 e causa redução na resistência vascular7 periférica e redução da pressão arterial8. Na angina3 de esforço reduz a resistência periférica9 total contra a qual o coração10 trabalha e reduz a demanda miocárdica de oxigênio em qualquer nível de exercício.
Como outros antagonistas dos canais de cálcio, em pacientes com função ventricular normal, ocorre um discreto aumento na freqüência cardíaca sem influência significativa na pressão diastólica11 final de ventrículo esquerdo. Estudos demonstraram que besilato de anlodipino não está
associado a um efeito inotrópico negativo quando administrado na dose terapêutica12, mesmo quando administrado com betabloqueadores. Não produz alteração na função nodal sinoatrial ou atrioventricular.
Propriedades farmacocinéticas:
A absorção do atenolol após a administração oral é consistente mas incompleta (aproximadamente 40-50%), com picos de concentração plasmática que ocorrem 2-4 horas após a administração da dose. Os níveis sanguíneos de atenolol são consistentes e sujeitos à pequena variabilidade. Não há metabolismo13 hepático significativo e mais de 90% da quantidade absorvida alcança a circulação14 sistêmica inalterada. A meiavida plasmática é cerca de 6 horas, mas pode se elevar na presença de comprometimento renal15 grave, uma vez que os rins16 são a principal via de eliminação. O atenolol penetra muito pouco nos tecidos devido a sua baixa solubilidade lipídica, e sua concentração no cérebro17 é baixa. Sua ligação às proteínas18 plasmáticas é baixa (aproximadamente 3%).
O atenolol é efetivo por pelo menos 24 horas após dose oral única diária.
Essa simplicidade de dose facilita a aceitação do tratamento por parte do paciente.
Após administração oral de doses terapêuticas, o anlodipino é bem absorvido com picos de níveis plasmáticos que ocorrem 6-12 horas após a administração da dose. A biodisponibilidade absoluta foi estimada entre 64 e 80%. O volume de distribuição é de aproximadamente 21 l/kg.
A absorção do anlodipino não é alterada pela ingestão de alimentos. A meia-vida de eliminação terminal plasmática é de cerca de 35 a 50 horas, o que é consistente com a dose única diária. Os níveis do steady-state plasmático são obtidos após 7-8 dias de doses consecutivas. O anlodipino é amplamente metabolizado no fígado19 em metabólitos20 inativos com 10% do fármaco21 inalterado e 60% dos metabólitos20 excretados na urina22.
O anlodipino não foi associado a qualquer efeito metabólito23 adverso ou alteração nos lípides plasmáticos, sendo adequado para o uso em pacientes com asma24, diabetes25 ou gota26.
Os estudos in vitro demonstraram que cerca de 97,5% do anlodipino circulante está ligado às proteínas18 plasmáticas.
ANATEN® (besilato de anlodipino/atenolol) é a combinação de dois antihipertensivos, os quais apresentam ações complementares e sinérgicas.
Assim, quando comparado com os componentes isolados, se obtém um maior efeito anti-hipertensivo e menor incidência27 de efeitos adversos (dose-dependentes). Portanto, a combinação entre atenolol e anlodipino demonstra ser mais eficaz e tolerável em relação aos fármacos isolados.