RESULTADOS DE EFICÁCIA ANATEN

Atualizado em 28/05/2016

Em um estudo randomizado1, duplo-cego, paralelo comparado com placebo2 (Mettimano M; IJCP,2000; 54(7):424-428.) foi avaliada a eficácia da associação de atenolol + anlodipino em pacientes hipertensos (estágio II) controlados inadequadamente com atenolol isolado. A monitorização ambulatorial da pressão arterial3 (MAPA) demonstrou que a combinação produziu uma redução da pressão arterial3 estatisticamente significativa (p<0,001) quando comparado com pacientes em uso de atenolol + placebo2.
O ritmo circadiano4 não se alterou e houve redução dos eventos adversos provocados pelo atenolol. Em um estudo de pós-marketing (Gogtay JA; Indian Practitioner, 1997;50(8):683-688), houve uma redução significativa na pressão arterial3 e freqüência cardíaca com o uso da combinação de atenolol + anlodipino, sendo que 80,5% dos pacientes encontraram controle da pressão arterial3. A combinação também reduziu a freqüência de episódios anginosos em pacientes com doença coronariana5 associada.
Houve uma baixa incidência6 de eventos adversos. Silva P. e colaboradores (Silva P et al. Clin. Drug Invest,1997;13 (Suppl 1):22-28) conduziram um estudo cujo objetivo foi determinar se anlodipino apresenta um efeito anti-isquêmico7 aditivo quando associado ao atenolol, em pacientes pósinfarto
e com isquemia8 induzida pelo exercício. Foram avaliados pacientes pós-infartados, com idade média entre 40 a 70 anos e fração de ejeção ? 40% e randomizados para receber atenolol + anlodipino ou atenolol + placebo2. Concluiu-se que a combinação de atenolol + anlodipino foi mais eficaz no controle da angina9, na melhora do limiar isquêmico7 e no padrão de contratilidade em repouso quando comparado com atenolol + placebo2.
Em outro estudo (Davies RF et al. J. Am. Coll. Cardiol,1995;25:619-25) foram avaliados pacientes com doença arterial coronariana estável e randomizados para receber anlodipino + placebo2, atenolol + placebo2 e após, a combinação de atenolol + anlodipino. Anlodipino e a combinação prolongaram o tempo de exercício para se ter uma depressão do segmento ST em 29 e 34% respectivamente (p<0,001) versus 3% com atenolol (p=ns). Durante o holter10, a frequência de episódios isquêmicos diminuiu em 28% com anlodipino (p=0,083), em 57% com atenolol (p<0,001) e em 72% com a combinação (p<0,05 x monoterapia; p<0,001 x placebo2). O tempo de exercício para se ter angina9 aumentou em 29% com anlodipino (p<0,01), em 16% com atenolol (p<0,05) e em 39% com a combinação (p<0,005 x placebo2, atenolol e anlodipino). Em pacientes com angina9, o tempo total de exercício aumentou em 16% com anlodipino (p<0,001), em 4% com atenolol (p=ns) e em 19% com a combinação (p<0,05 x placebo2 e qualquer monoterapia). A isquemia8 induzida por exercício foi mais eficazmente suprimida pelo anlodipino e a isquemia8 verificada com o holter10 foi melhor suprimida pelo atenolol. A combinação foi mais eficaz em ambas as avaliações do que qualquer dos dois agentes utilizados isoladamente.
Um estudo duplo-cego11, paralelo, randomizado12 e controlado (Dunselman P; Am. J. Cardiol,1998; 81:128-132.), avaliou pacientes com angina9 e teste ergométrico positivo para isquemia8 à despeito do uso de atenolol.
Os pacientes foram randomizados para receber atenolol e/ou placebo2 ou atenolol e/ou anlodipino. Concluiu-se que a adição de anlodipino ao tratamento, em pacientes com isquemia8 miocárdica à despeito do uso de atenolol, é bem tolerado e pode melhorar os sintomas13 dos pacientes com angina9.

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Complementos

1 Estudo randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle - o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
2 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
3 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
4 Ritmo circadiano: Também conhecido como ciclo circadiano, o ritmo circadiano representa o período de um dia (24 horas) no qual se completam as atividades do ciclo biológico dos seres vivos. Uma das funções deste sistema é o ajuste do relógio biológico, controlando o sono e o apetite. Através de um marca-passo interno que se encontra no cérebro, o ritmo circadiano regula tanto os ritmos materiais quanto os psicológicos, o que pode influenciar em atividade como: digestão em vigília, renovação de células e controle de temperatura corporal.
5 Doença coronariana: Doença do coração causada por estreitamento das artérias que fornecem sangue ao coração. Se o fluxo é cortado, o resultado é um ataque cardíaco.
6 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
7 Isquêmico: Relativo à ou provocado pela isquemia, que é a diminuição ou suspensão da irrigação sanguínea, numa parte do organismo, ocasionada por obstrução arterial ou por vasoconstrição.
8 Isquemia: Insuficiência absoluta ou relativa de aporte sanguíneo a um ou vários tecidos. Suas manifestações dependem do tecido comprometido, sendo a mais frequente a isquemia cardíaca, capaz de produzir infartos, isquemia cerebral, produtora de acidentes vasculares cerebrais, etc.
9 Angina: Inflamação dos elementos linfáticos da garganta (amígdalas, úvula). Também é um termo utilizado para se referir à sensação opressiva que decorre da isquemia (falta de oxigênio) do músculo cardíaco (angina do peito).
10 Holter: Dispositivo portátil, projetado para registrar de forma contínua, diferentes variáveis fisiológicas ou atividade elétrica durante um período pré-estabelecido de tempo. Os mais utilizados são o Holter eletrocardiográfico e o Holter de pressão.
11 Estudo duplo-cego: Denominamos um estudo clínico “duplo cego†quando tanto voluntários quanto pesquisadores desconhecem a qual grupo de tratamento do estudo os voluntários foram designados. Denominamos um estudo clínico de “simples cego†quando apenas os voluntários desconhecem o grupo ao qual pertencem no estudo.
12 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
13 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.

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