POSOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO CLORIDRATO DE CEFEPIMA

Atualizado em 25/04/2017


Administração

cloridrato de cefepima pode ser administrado por via intravenosa ou intramuscular. A dose e a via de administração variam de acordo com a sensibilidade do patógeno, com a gravidade da infecção1, com a função renal2 e com a condição geral do paciente.


Posologia

Adultos

Um guia para as doses de cloridrato de cefepima em adultos com função renal2 normal é apresentado na Tabela 4.

TABELA 4 - Esquema de Dose Recomendado em Adultos com Função Renal2 Normal (acima de 12 anos de idade)*



*A duração normal do tratamento é de 7 A 10 dias; entretanto, infecções3 mais graves podem necessitar de tratamento mais prolongado. Para o tratamento empírico de neutropenia4 febril, a duração prevista é de 7 dias ou até a resolução da neutropenia4.

Lactentes5 e crianças (1 mês a 12 anos de idade com função renal2 normal)

Doses comumente recomendadas.

Pneumonia6, infecções3 do trato urinário7, infecções3 da pele8 e estruturas cutâneas9

Pacientes com mais de 2 meses de idade e peso corpóreo < 40kg: 50 mg/kg a cada 12 horas durante 10 dias. Para infecções3 mais graves o intervalo entre as doses a cada 8 horas pode ser usado.

Septicemia10, meningite11 bacteriana e tratamento empírico da neutropenia4 febril

Pacientes com mais de 2 meses de idade e peso corpóreo < 40kg: 50 mg/kg a cada 8 horas durante 7 - 10 dias.

A experiência com o uso de cloridrato de cefepima em pacientes pediátricos com menos de 2 meses de idade é limitada. Embora esta experiência tenha sido alcançada usando-se a dose de 50 mg/kg, os dados farmacocinéticos obtidos em pacientes com mais de 2 meses de idade sugerem que a dose de 30 mg/kg a cada 8 horas ou a cada 12 horas podem ser consideradas para pacientes12 entre 1 e 2 meses de idade. A administração de cloridrato de cefepima nestes pacientes deverá ser cuidadosamente controlada.

Para pacientes12 pediátricos com peso corpóreo acima de 40 kg, aplicam-se as doses recomendadas para adultos (vide “TABELA 4”). Em pacientes com mais de 12 anos e peso corpóreo que não ultrapasse 40kg a dose recomendada deverá ser a utilizada para pacientes12 com ≥ 40kg. A dose recomendada para pacientes12 pediátricos não deve exceder a dose máxima recomendada para adultos (2 g a cada 8 horas). A experiência com a administração intramuscular em pacientes pediátricos é limitada.

Pacientes portadores de disfunção renal2

A dose inicial de cloridrato de cefepima é a mesma dos pacientes com função renal2 normal. As doses de manutenção recomendadas de cloridrato de cefepima para pacientes12 com insuficiência renal13 são apresentadas na TABELA 5.


TABELA 5 - Esquema de doses de manutenção recomendadas em pacientes adultos com disfunção renal2 em relação à dose normal *



*A dose inicial é a mesma dos pacientes com função renal2 normal.

Quando somente o valor da creatinina14 sérica estiver disponível, pode-se usar a fórmula abaixo (equação de Cockcroft e Gault) para estimar o “clearance” da creatinina14. A

creatinina14 sérica deve representar um estado de equilíbrio hemodinâmico da função renal2.

Homens

“Clearance” da creatinina14 (mL/min) =         peso (kg) X (140 - idade) .

                                                                72 X creatinina14 sérica (mg/dL15)


Mulheres

0,85 X valor calculado usando-se a fórmula para homens.

Pacientes submetidos à diálise16

Em pacientes submetidos à hemodiálise17, aproximadamente 68% da quantidade total de cefepima presente no organismo no início da diálise16 será removida durante um período de 3 horas de diálise16. Uma dose repetida equivalente à dose inicial deve ser administrada ao completar cada sessão de diálise16. Em pacientes submetidos à diálise peritoneal18 contínua em ambulatório, a cefepima pode ser administrada nas mesmas doses recomendadas para pacientes12 com função renal2 normal, isto é, 500 mg, 1 g ou 2 g dependendo da gravidade da infecção1, porém com intervalo entre as doses de 48 horas.



Crianças portadoras de disfunção renal2

Uma vez que a excreção urinária é a principal via de eliminação da cefepima em pacientes pediátricos (vide "Farmacologia "), o ajuste das doses de cloridrato de cefepima deve ser considerado em pacientes com menos de 12 anos de idade portadores de disfunção renal2.

A dose de 50 mg/kg em pacientes com idade entre 2 meses a 12 anos e a dose de 30 mg/kg em pacientes com 1 mês a 2 meses de idade são comparáveis à dose de 2 g em adultos. Como recomendado anteriormente na Tabela 5, os mesmos aumentos nos intervalos das doses e/ou reduções de doses devem ser usados.

Quando somente o valor da creatinina14 sérica estiver disponível, o “clearance” de creatinina14 pode ser estimado utilizando-se os seguintes métodos:


Clearance da creatinina14 (mL/min/1,73m2) =     0,55 X altura (centímetros)

                                                                               creatinina14 sérica (mg/dL15)

ou Clearance da creatinina14 (mL/min/1,73m2) =      0,52 X altura (centímetros) – 3,6

                                                                                       creatinina14 sérica (mg/dL15)



Pacientes portadores de disfunção hepática19

Não é necessário nenhum ajuste para pacientes12 com alterações da função hepática19.

TABELA 6 - Preparo das soluções de cloridrato de cefepima


Reconstituição

Os medicamentos de uso parenteral devem ser visualmente inspecionados antes da administração com relação a partículas estranhas e não devem ser utilizados se estes estiverem presentes.

cloridrato de cefepima deve ser reconstituído utilizando-se os volumes de diluentes descritos na Tabela 6; os diluentes a serem utilizados são identificados na TABELA 7.


Administração intravenosa (IV)

É a via de administração preferível para pacientes12 com infecções3 graves ou com risco de vida, principalmente se existe a possibilidade de choque20.

Para a administração intravenosa direta, reconstituir cloridrato de cefepima com água para injeção21, solução injetável de glicose22 a 5% ou soro23 fisiológico24 a 0,9%, utilizando-se os volumes de diluente descritos na Tabela 6. A solução resultante deve ser injetada diretamente na veia em intervalos de três a cinco minutos ou injetada no tubo do equipo de administração enquanto o paciente estiver recebendo líquido intravenoso compatível (vide: “Compatibilidade e Estabilidade”).

Para infusão intravenosa, reconstituir a dose de 500 mg, 1 g ou 2 g, como descrito anteriormente para administração intravenosa direta e adicionar a quantidade apropriada da solução resultante para um recipiente com um dos líquidos intravenosos compatíveis (vide: “Compatibilidade e Estabilidade”). A solução resultante deve ser completamente administrada em um período de aproximadamente 30 minutos.


Administração intramuscular (IM)

Cloridrato de cefepima deve ser reconstituído com um dos seguintes diluentes (utilizando-se os volumes descritos na Tabela 6): água para injeção21, soro23 fisiológico24 a 0,9%, solução injetável de glicose22 a 5% ou água bacteriostática para injeção21 com parabenos ou álcool benzílico, então administrado por injeção intramuscular25 profunda em uma grande massa muscular (como o quadrante superior externo da região glútea26). Em um estudo farmacocinético, doses de 1 g (volume < 3,1 mL) foram administradas em injeção21 local única; a dose máxima intramuscular (2 g/6,2 mL) foi administrada em dois locais. Embora CLORIDRATO DE CEFEPIMA possa ser reconstituído com cloridrato de lidocaína a 0,5 ou 1,0%, esta normalmente não é necessária, pois cloridrato de cefepima causa pouca ou nenhuma dor na administração intramuscular.


Compatibilidade e Estabilidade

Como ocorre com outras cefalosporinas, a cor de cloridrato de cefepima pó e da solução reconstituída pode escurecer durante a armazenagem, porém a potência do produto não será afetada.


Intravenosa:

Cloridrato de cefepima é compatível em concentrações entre 1 e 40 mg/mL com os seguintes líquidos para infusão intravenosa: soro23 fisiológico24 a 0,9%, solução injetável de glicose22 a 5% ou 10%, injeção21 de lactato27 de sódio M/6, solução injetável de glicose22 a 5% e soro23 fisiológico24 a 0,9%, solução injetável de Ringer Lactato27 e solução injetável de glicose22 a 5%. Estas soluções são estáveis por 24 horas à temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C) ou por 7 dias sob refrigeração (entre 2°C e 8°C).

Informações sobre a estabilidade e compatibilidade de cloridrato de cefepima em associações estão resumidas na Tabela 7.


TABELA 7 - Estabilidade de cloridrato de cefepima em associações



(a) = Aminosina II 4,25% em glicose22 25% com eletrólitos28 e cálcio.

(b) = Inpersol® com 4,25% de glicose22.

SF = Solução fisiológica29 a 0,9% para injeção21.

SG5% = Solução injetável de glicose22 a 5%.

NA = não aplicável.


As soluções de cloridrato de cefepima, assim como a maioria dos antibióticos betalactâmicos, não devem ser associadas com soluções de metronidazol, vancomicina, gentamicina, tobramicina ou netilmicina devido à incompatibilidade física e química. Entretanto, caso a terapia concomitante com cloridrato de cefepima for indicada, cada um desses antibióticos poderá ser administrado separadamente.


Intramuscular:

Cloridrato de cefepima reconstituído como descrito (Tabela 7) é estável por 24 horas à temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C) ou por 7 dias sob refrigeração (2°C a 8°C) quando são usados os seguintes diluentes: água estéril para injeção21, soro23 fisilógico a 0,9%, solução injetável de glicose22 a 5%, água bacteriostática para injeção21 com parabenos ou álcool benzílico, ou cloridrato de lidocaína a 0,5 ou a 1,0%.


- SUPERDOSAGEM:

Em estudos clínicos ocorreu superdosagem com cloridrato de cefepima em um paciente com insuficiência renal13 (clearance de creatinina14 < 11 mL/min), o qual recebeu 2 g a cada 24 horas por 7 dias. O paciente apresentou convulsões, encefalopatia30 e excitabilidade neuromuscular. os pacientes que receberem superdose devem ser cuidadosamente observados e receber tratamento de suporte. Na presença de insuficiência renal13, a hemodiálise17 ajudará na remoção de cloridrato de cefepima do organismo; a diálise peritoneal18 não é indicada nestes casos. pode ocorrer superdose acidental quando doses elevadas são administradas a pacientes com função renal2 reduzida (vide “PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS”).

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
2 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
3 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
4 Neutropenia: Queda no número de neutrófilos no sangue abaixo de 1000 por milímetro cúbico. Esta é a cifra considerada mínima para manter um sistema imunológico funcionando adequadamente contra os agentes infecciosos mais freqüentes. Quando uma pessoa neutropênica apresenta febre, constitui-se uma situação de “emergência infecciosa”.
5 Lactentes: Que ou aqueles que mamam, bebês. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
6 Pneumonia: Inflamação do parênquima pulmonar. Sua causa mais freqüente é a infecção bacteriana, apesar de que pode ser produzida por outros microorganismos. Manifesta-se por febre, tosse, expectoração e dor torácica. Em pacientes idosos ou imunodeprimidos pode ser uma doença fatal.
7 Trato Urinário:
8 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
9 Cutâneas: Que dizem respeito à pele, à cútis.
10 Septicemia: Septicemia ou sepse é uma infecção generalizada grave que ocorre devido à presença de micro-organismos patogênicos e suas toxinas na corrente sanguínea. Geralmente ela ocorre a partir de outra infecção já existente.
11 Meningite: Inflamação das meninges, aguda ou crônica, quase sempre de origem infecciosa, com ou sem reação purulenta do líquido cefalorraquidiano. As meninges são três membranas superpostas (dura-máter, aracnoide e pia-máter) que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.
12 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
13 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
14 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
15 Mg/dL: Miligramas por decilitro, unidade de medida que mostra a concentração de uma substância em uma quantidade específica de fluido.
16 Diálise: Quando os rins estão muito doentes, eles deixam de realizar suas funções, o que pode levar a risco de vida. Nesta situação, é preciso substituir as funções dos rins de alguma maneira, o que pode ser feito realizando-se um transplante renal, ou através da diálise. A diálise é um tipo de tratamento que visa repor as funções dos rins, retirando as substâncias tóxicas e o excesso de água e sais minerais do organismo, estabelecendo assim uma nova situação de equilíbrio. Existem dois tipos de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal.
17 Hemodiálise: Tipo de diálise que vai promover a retirada das substâncias tóxicas, água e sais minerais do organismo através da passagem do sangue por um filtro. A hemodiálise, em geral, é realizada 3 vezes por semana, em sessões com duração média de 3 a 4 horas, com o auxílio de uma máquina, dentro de clínicas especializadas neste tratamento. Para que o sangue passe pela máquina, é necessária a colocação de um catéter ou a confecção de uma fístula, que é um procedimento realizado mais comumente nas veias do braço, para permitir que estas fiquem mais calibrosas e, desta forma, forneçam o fluxo de sangue adequado para ser filtrado.
18 Diálise peritoneal: Ao invés de utilizar um filtro artificial para “limpar“ o sangue, é utilizado o peritônio, que é uma membrana localizada dentro do abdômen e que reveste os órgãos internos. Através da colocação de um catéter flexível no abdômen, é feita a infusão de um líquido semelhante a um soro na cavidade abdominal. Este líquido, que chamamos de banho de diálise, vai entrar em contato com o peritônio, e por ele será feita a retirada das substâncias tóxicas do sangue. Após um período de permanência do banho de diálise na cavidade abdominal, este fica saturado de substâncias tóxicas e é então retirado, sendo feita em seguida a infusão de novo banho de diálise. Esse processo é realizado de uma forma contínua e é conhecido por CAPD, sigla em inglês que significa diálise peritoneal ambulatorial contínua. A diálise peritoneal é uma forma segura de tratamento realizada atualmente por mais de 100.000 pacientes no mundo todo.
19 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
20 Choque: 1. Estado de insuficiência circulatória a nível celular, produzido por hemorragias graves, sepse, reações alérgicas graves, etc. Pode ocasionar lesão celular irreversível se a hipóxia persistir por tempo suficiente. 2. Encontro violento, com impacto ou abalo brusco, entre dois corpos. Colisão ou concussão. 3. Perturbação brusca no equilíbrio mental ou emocional. Abalo psíquico devido a uma causa externa.
21 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
22 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
23 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
24 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
25 Injeção intramuscular: Injetar medicamento em forma líquida no músculo através do uso de uma agulha e seringa.
26 Região Glútea:
27 Lactato: Sal ou éster do ácido láctico ou ânion dele derivado.
28 Eletrólitos: Em eletricidade, é um condutor elétrico de natureza líquida ou sólida, no qual cargas são transportadas por meio de íons. Em química, é uma substância que dissolvida em água se torna condutora de corrente elétrica.
29 Fisiológica: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
30 Encefalopatia: Qualquer patologia do encéfalo. O encéfalo é um conjunto que engloba o tronco cerebral, o cerebelo e o cérebro.

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