INFORMAÇÕES AO PACIENTE CLORIDRATO DE GENCITABINA
COMO ESTE MEDICAMENTO FUNCIONA?
Cloridrato de gencitabina é um medicamento utilizado na tentativa de bloquear o crescimento das células1 do tumor2, tentando fazer com que o tumor2 diminua ou pare de crescer.
POR QUE ESTE MEDICAMENTO FOI INDICADO?
Cloridrato de gencitabina pode ser utilizado para o tratamento dos seguintes tipos de câncer3:
- câncer3 da bexiga4, o qual esteja acometendo regiões próximas à bexiga4 ou que já tenha se espalhado para outras regiões do corpo (neste caso, é chamado de metastático).
- câncer3 do pâncreas5, o qual esteja acometendo regiões próximas ao pâncreas5 ou que já esteja acometendo outras regiões do organismo (neste caso, é chamado de metastático). Também pode ser utilizado para o câncer3 de pâncreas5 que não responde a outros tipos de tratamento.
- câncer3 de mama6, o qual não tenha possibilidade de ser retirado através de cirurgia ou que já tenha se espalhado para outras regiões do organismo (neste caso, é chamado de metastático).
- câncer3 de pulmão7 (do tipo chamado de “câncer de pulmão7 de células1 não-pequenas”), o qual esteja acometendo regiões próximas ao pulmão7 ou que já tenha se espalhado para outras regiões do organismo (neste caso, é chamado de metastático).
Outras Atividades Terapêuticas: cloridrato de gencitabina demonstrou ser um medicamento com atividade para o tratamento dos seguintes tipos de câncer3: de rins8, do trato biliar9, da vesícula biliar10, dos ovários11, de um tipo de câncer3 de pulmão7 chamado de “células pequenas”, do câncer3 de testículos12 que não responde a outros tratamentos e do câncer3 de colo13 de útero14.
QUANDO NÃO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?
CONTRA-INDICAÇÕES
Cloridrato de gencitabina não deve ser usado em pacientes alérgicos à gencitabina ou a qualquer um dos componentes da fórmula do medicamento.
PRECAUÇÕES e ADVERTÊNCIAS
Aplicar a dose de cloridrato de gencitabina em um período maior que o recomendado na bula ou em intervalos menores que o recomendado na bula pode fazer com que ocorram mais efeitos colaterais15 devido ao tratamento. Antes de cada dose de cloridrato de gencitabina, deve-se avaliar se existe alteração do número das células1 do sangue16, devido à possibilidade do tratamento com cloridrato de gencitabina causar a diminuição destas células1.
Antes de cada dose de cloridrato de gencitabina, também verificar através de exames de sangue16, se os rins8 e o fígado17 estão funcionando normalmente.
Cloridrato de gencitabina tem sido avaliado em estudos de fases I e II em vários tipos de tumores em crianças, e estes estudos não demonstraram ainda dados suficientes para estabelecer a eficácia e a segurança do seu uso na população pediátrica.
Em pacientes com alteração grave da função do fígado17 e dos rins8, o uso de cloridrato de gencitabina deve ser feito com cautela. Em idosos, a dose de cloridrato de gencitabina é a mesma utilizada para pacientes18 adultos.
O uso de cloridrato de gencitabina deve ser evitado em mulheres grávidas ou amamentando, devido ao risco de causar alterações no bebê.
Este medicamento é contra-indicado na faixa etária abaixo de 18 anos.
Este medicamento não deve ser usado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez19.
Informe ao médico o aparecimento de reações indesejáveis.
Informe a seu médico se você está fazendo uso de algum outro medicamento. Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde20.
Cloridrato de gencitabina causa sonolência leve a moderada podendo interferir na capacidade de julgamento, pensamento e ação.
Portanto, os pacientes devem evitar dirigir veículos ou operar maquinário até que tenham certeza de que seu desempenho não foi afetado.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Dependendo da dose de cloridrato de gencitabina utilizada para o tratamento do câncer3 pulmonar de células1 não-pequenas e com a administração simultânea (ou até 7 dias após) de altas doses de radioterapia21, foi observada uma inflamação22 intensa das mucosas23 (como na parte interna da boca24), esôfago25 e pulmões26, podendo ser fatal. Ainda não foi definido um método ideal para a administração segura de cloridrato de gencitabina com doses terapêuticas de radiação.
COMO DEVO USAR ESTE MEDICAMENTO?
Aspecto físico
Cloridrato de gencitabina é apresentado em frasco-ampola de vidro incolor, contendo cloridrato de gencitabina, equivalente a 200 mg ou 1 g de gencitabina base.
Características organolépticas
Cloridrato de gencitabina é um pó estéril liofilizado27 branco, somente para administração intravenosa.
Dosagem
Câncer3 de pulmão7 de células1 não-pequenas
Uso isolado
Adultos: A dose recomendada de cloridrato de gencitabina é de 1.000 mg/m2 administrada por via intravenosa em 30 minutos e deve ser repetida uma vez por semana durante três semanas, seguida de um período de descanso de uma semana.
Uso combinado a outro medicamento
Adultos: cloridrato de gencitabina em combinação com a cisplatina pode ser utilizado em um dos dois seguintes esquemas: cloridrato de gencitabina na dose de 1.250 mg/m2 administrado por via intravenosa em 30 minutos por 2 semanas seguidas, com descanso de 1 semana (ciclos de 21 dias); ou cloridrato de gencitabina na dose de 1.000 mg/m2 administrado por via intravenosa em 30 minutos, por 3 semanas seguidas e 1 semana de descanso (ciclos de 28 dias).
Câncer3 do pâncreas5
Adultos: cloridrato de gencitabina na dose de 1.000 mg/m2 administrada por via intravenosa em 30 minutos e deve ser repetida uma vez por semana por até sete semanas consecutivas, seguido por um período de descanso de uma semana.
Câncer3 da bexiga4
Uso isolado
Adultos: A dose recomendada de cloridrato de gencitabina é de 1.250 mg/m2, administrada por via intravenosa em 30 minutos, por 3 semanas seguidas e 1 semana de descanso (ciclo de 28 dias). Este ciclo de quatro semanas é então repetido.
Uso combinado
Adultos: A dose recomendada de cloridrato de gencitabina é de 1.000 mg/m2, administrada por via intravenosa em 30 minutos, por 3 semanas seguidas e 1 semana de descanso (ciclo de 28 dias) em combinação com a cisplatina.
Câncer3 de mama6
Uso isolado
Adultos: A dose recomendada de cloridrato de gencitabina é de 1.000-1.200 mg/m2, administrada por via intravenosa em 30 minutos, por 3 semanas seguidas e 1 semana de descanso (ciclo de 28 dias).
Uso combinado
Adultos: cloridrato de gencitabina em combinação ao paclitaxel: paclitaxel 175 mg/m2 administrado por via intravenosa por cerca de 3 horas a cada 21 dias; seguido por cloridrato de gencitabina 1.250 mg/m2, administrado por via intravenosa em 30 minutos, por 2 semanas seguidas, com descanso de 1 semana (ciclo de 21 dias).
Siga a orientação de seu médico. Respeite sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Não use o medicamento com o prazo de validade vencido. Antes de usar observe o aspecto do medicamento.
Como usar
Cloridrato de gencitabina é apresentado em pó estéril, em frascos de vidro incolor para uso intravenoso exclusivamente. O preparo e a aplicação do medicamento devem ser feitos exclusivamente por um profissional da área da saúde20 experiente e devidamente capacitado.
Deve-se ter cuidado com a manipulação e preparação das soluções de cloridrato de gencitabina.
É recomendado o uso de luvas na manipulação de cloridrato de gencitabina. Caso as soluções de cloridrato de gencitabina entrem em contato com a pele28 e mucosas23, lavar imediatamente a pele28 com água e sabão e enxaguar a mucosa29 com quantidades abundantes de água.
QUAIS OS MALES QUE ESTE MEDICAMENTO PODE CAUSAR?
São conhecidos os seguintes efeitos colaterais15 decorrentes do tratamento com cloridrato de gencitabina:
Podem ocorrer anemia30 e diminuição do número das células1 que fazem à defesa do organismo contra infecções31 e também das células1 que fazem o sangue16 coagular32. A diminuição da defesa do organismo pode causar febre33.
Podem também ocorrer alterações da função do fígado17, enjôo, vômito34, diarréia35 e inflamação22 da mucosa29 da boca24. Foi observado muito raramente o aumento do nível das enzimas do fígado17 e da bilirrubina36.
Pode haver eliminação leve de sangue16 e proteínas37 pela urina38, aumento da destruição de células1 do sangue16 (levando à anemia30 intensa), diminuição do número das células1 responsáveis pela coagulação39 do sangue16 e alteração no funcionamento dos rins8.
Pode ocorrer dificuldade para respirar e inflamação22 dos pulmões26.
Podem aparecer lesões40 usualmente leves na pele28, associadas com coceira. A perda do cabelo41 é comum. Foram observadas muito raramente reações intensas na pele28, tais como feridas e descamação42.
Reações alérgicas ocorrem raramente.
Sintomas43 como febre33, dor de cabeça44, calafrios45, dores musculares, fraqueza, diminuição do apetite, tosse, rinite46, mal-estar e suor abundante podem ocorrer.
Pode haver inchaço47, alteração da pressão sangüínea48 e das batidas do coração49 e, raramente, insuficiência cardíaca50. Foram observadas muito raramente gangrena51 e inflamação22 dos vasos sangüíneos52.
Toxicidade53 à radiação - Inflamação22 intensa nas mucosas23 (como a parte interna da boca24), esôfago25 e pulmões26. Foram observadas reações nos pacientes quando foi realizada radioterapia21 em doses terapêuticas.
O QUE FAZER SE ALGUÉM USAR UMA GRANDE QUANTIDADE DESTE MEDICAMENTO DE UMA SÓ VEZ?
Não há antídoto54 para superdose de cloridrato de gencitabina. No caso de suspeita de superdose, o paciente deve ser avaliado em relação ao número de células1 do sangue16 e deve receber terapia de suporte, se necessário.
ONDE E COMO DEVO GUARDAR ESTE MEDICAMENTO?
Cloridrato de gencitabina deve ser armazenado em temperatura ambiente (15 a 30ºC). Não colocar na geladeira. As soluções de cloridrato de gencitabina prontas para serem utilizadas podem ser mantidas em temperatura ambiente (15 a 30ºC) e devem ser administradas dentro de 24 horas.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE20
- CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS:
Descrição - O cloridrato de gencitabina é o monocloridrato de 2’-deoxi-2’,2’-difluorocitidina (isômero beta), isto é, um nucleosídeo análogo com atividade antitumoral. A fórmula molecular é C9H11F2N3O4•HCl. Seu peso molecular é de 299,66. A gencitabina é um sólido branco a branco-amarelado de natureza ácida. A base livre é solúvel em água, levemente solúvel em metanol e praticamente insolúvel em etanol e em solventes orgânicos polares.
Atividade citotóxica em modelos de cultura de células1 - Gencitabina exibe especificidade para a
fase celular, primariamente matando células1 que estão em processo de síntese do ADN (Fase S) e sob certas condições, bloqueando a progressão de células1 através da fase ligada a G1/S.
Metabolismo55 Celular e Mecanismo de Ação
- A gencitabina (dFdC) é metabolizada intracelularmente pelas quinases-nucleosídeo aos nucleosídeos ativos difosfato (dFdCDP) e trifosfato (dFdCTP). A ação citotóxica da gencitabina parece ser devida à inibição da síntese do ADN pela dupla ação do dFdCDP e do dFdCTP. Primeiro, o dFdCDP inibe a ribonucleotídeo redutase que é a única responsável pela catalisação das reações que geram os deoxinucleosídeos trifosfatos para a síntese do ADN. A inibição desta enzima56 pelo dFdCDP causa uma redução nas concentrações de deoxinucleosídeos em geral e em especial na de dCTP. Segundo, o dFdCTP compete com o dCTP para incorporação no ADN. Assim, a redução na concentração intracelular de dCTP potencializa a incorporação de dFdCTP no ADN (autopotencialização).
A epsilon-ADN-polimerase é incapaz de remover a gencitabina e restaurar o crescimento das cadeias de ADN. Após a gencitabina ser incorporada no ADN, é adicionado um nucleotídeo ao crescimento das cadeias de ADN.
Após esta adição, há uma inibição completa na síntese subseqüente de ADN (terminação mascarada de cadeia). Após a incorporação no ADN, a gencitabina parece então induzir ao processo programado de morte celular conhecido como apoptose57.
Propriedades Farmacocinéticas – Gencitabina é rapidamente retirada do plasma58, principalmente
pelo metabolismo55 do metabólito59 inativo, 2’-deoxi-2’,2’-difluorouradina (dFdU).
O metabólito59 ativo (trifosfato de gencitabina) pode ser extraído de células1 mononucleares de sangue16 periférico. A meia-vida da fase terminal do trifosfato de gencitabina das células1 mononucleares varia de 1,7 a 19,4 horas. Menos de 10% de uma dose intravenosa é recuperada na urina38 como gencitabina inalterada. Gencitabina e dFdU são os únicos compostos encontrados no plasma58 e compreendem 99% do material relacionado à droga recuperados na urina38. A ligação de gencitabina às proteínas37 plasmáticas é desprezível.
As análises de farmacocinética populacional de estudos de dose única e múltipla mostram que o volume de distribuição é significativamente influenciado pelo sexo. O volume de distribuição foi aumentado com o prolongamento das infusões.
O volume de distribuição da gencitabina foi de 50 L/m2 após infusões com duração inferior a 70 minutos, indicando que a gencitabina, após curto período de infusão não é extensivamente distribuída nos tecidos. Em longos períodos de infusão, o volume de distribuição aumentou para 370 L/m2, refletindo um lento equilíbrio da gencitabina no interior dos tecidos. O clearance sistêmico60 é afetado pelo sexo e pela idade. Estes efeitos resultam em diferenças na concentração plasmática de gencitabina e na velocidade de eliminação (meia-vida) da circulação61 sistêmica. O clearance sistêmico60 variou entre 30 e 90 L/h/m2 aproximadamente. Com o tempo de infusão recomendado, a meia-vida variou de 42 - 94 minutos, dependendo da idade e do sexo.