
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS INDAPEN SR
Atualizado em 28/05/2016
2. Associações que requerem precauções especiais:
- Medicamentos causadores de " torsades de pointes" :
- Antiarrítmicos de Classe Ia (quinidina, hidroquinidina, disopiramida);
- Antiarrítmicos de Classe III (amiodarona, sotalol, dofetilida, ibutilida);
- Alguns antipsicóticos: fenotiazinas (clorpromazina, ciamemazina,levomepromazina, tioridazina, trifluoperazina). Benzamidas (amisulpirida, sulpirida, sultopirida, tiapirida), butirofenonas (droperidol, haloperinol), outros (bepridil, cisaprida, difemanil, eritromicina intravenosa, halofantrina, mizolastina, pentamidina, esparfloxacina, moxifloxacina, vincamina intravenosa).
- Risco aumentado de arritmia3 ventricular, em particular " torsades de pointes" (a hipocalemia4 é um fator de risco5).A hipocalemia4 deve ser monitorada e corrigida, se necessário, antes de iniciar a associação com estes produtos. Devem-se monitorar os sinais1 clínicos, os eletrólitos6 plasmáticos e o ECG. Em casos de hipocalemia4, utilizar medicamentos sem a desvantagem de causar " torsades de pointes" .
- Medicamentos do tipo AINEs (via sistêmica), incluindo inibidores seletivos da COX-2 e salicilatos em doses elevadas (> 3 g/dia).
Possível redução do efeito anti-hipertensivo da indapamida.
Risco de insuficiência renal7 aguda no paciente desidratado (diminuição da filtração glomerular).
Hidratar o paciente, monitorar a função renal8 no início do tratamento.
- Inibidores da enzima9 conversora de angiotensina (ECA): risco de hipotensão10 súbita e/ou insuficiência renal7 aguda quando se inicia um tratamento com um inibidor da ECA nos pacientes com depleção11 sódica pré-existente (particularmente nos pacientes portadores de estenose12 da artéria renal13).
Na hipertensão arterial14 essencial, quando uma terapia prévia com diuréticos2 pode ter ocasionado depleção11 sódica, é necessário:
- interromper o diurético15 3 dias antes de iniciar o tratamento com um inibidor da ECA e reintroduzir um diurético15 hipocalemiante, se necessário;
- ou iniciar o tratamento com o inibidor da ECA em doses iniciais baixas e aumentar gradativamente.
Na insuficiência cardíaca congestiva16, iniciar o tratamento com uma dose muito baixa do inibidor da ECA, se possível, após redução da dose do diurético15 hipocalemiante associado.
Em todos os casos, monitorar a função renal8 (creatinina17 plasmática) nas primeiras semanas do tratamento com um inibidor da ECA.
- Outros agentes hipocalemiantes: anfotericina B (via intravenosa), glico e mineralocorticóides (via oral), tetracosactídeo, laxativos18 estimulantes:
Risco aumentado de hipocalemia4 (efeito aditivo). Monitorar a calemia e, se necessário, proceder à sua correção; este controle deve ser feito, principalmente, nos casos de tratamento concomitante com digitálicos. Utilizar laxativos18 não estimulantes.
- Baclofeno:
Aumento do efeito anti-hipertensivo.
Hidratar o paciente, monitorar a função renal8 no início do tratamento.
- Digitálicos:
Hipocalemia4 que favorece os efeitos tóxicos dos digitálicos. Monitorar a calemia, o ECG e, se necessário, reavaliar o tratamento.
3. Associações que devem ser avaliadas cuidadosamente:
- Diuréticos2 hipercalemiantes (amilorida, espironolactona, triantereno):
A associação racional, útil para determinados pacientes, não exclui a possibilidade do surgimento de uma hipocalemia4 ou, particularmente no paciente com insuficiência renal7 e no diabético, de uma hipercalemia19.
Monitorar a calemia, o ECG e, se necessário, reavaliar o tratamento.
- Metformina20:
Risco aumentado de ocorrência de acidose21 láctica22 devido à metformina20, desencadeada por uma eventual insuficiência renal7 funcional ligada aos diuréticos2 e, mais especificamente, aos diuréticos2 de alça.
Não utilizar a metformina20 quando os níveis sanguíneos de creatinina17 ultrapassarem 15 mg/L (135 µmol/L) no homem e 12 mg/L (110 µmol/L) na mulher.
- Produtos de contraste iodados:
Em caso de desidratação23 provocada pelos diuréticos2, há um risco aumentado de insuficiência renal7 aguda, particularmente quando da utilização de doses elevadas de produtos de contraste iodados.
Reidratar o paciente antes da administração do produto iodado.
- Antidepressivos imipramínicos (tricíclicos), neurolépticos24:
Efeito anti-hipertensivo e aumento do risco de hipotensão10 ortostática (efeito aditivo).
- Sais de cálcio:
Risco de hipercalemia19 pela redução da eliminação urinária de cálcio.
- Ciclosporina, tacrolimus
Risco de aumento dos níveis plasmáticos de creatinina17 sem modificação das taxas circulantes de ciclosporina, mesmo na ausência de depleção11 hidrossódica.
- Corticosteróides, tetracosactídeo (via oral):
Diminuição do efeito anti-hipertensivo (retenção hidrossódica dos corticosteróides).
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).
Complementos
1 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
2 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
3 Arritmia: Arritmia cardíaca é o nome dado a diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos batimentos cardíacos.
4 Hipocalemia: Concentração sérica de potássio inferior a 3,5 mEq/l. Pode ocorrer por alterações na distribuição de potássio (desvio do compartimento extracelular para intracelular) ou de reduções efetivas no conteúdo corporal de potássio por uma menor ingesta ou por perda aumentada. Fraqueza muscular e arritimias cardíacas são os sinais e sintomas mais comuns, podendo haver também poliúria, polidipsia e constipação. Pode ainda ser assintomática.
5 Fator de risco: Qualquer coisa que aumente a chance de uma pessoa desenvolver uma doença.
6 Eletrólitos: Em eletricidade, é um condutor elétrico de natureza líquida ou sólida, no qual cargas são transportadas por meio de íons. Em química, é uma substância que dissolvida em água se torna condutora de corrente elétrica.
7 Insuficiência renal: Condição crônica na qual o corpo retém líquido e excretas pois os rins não são mais capazes de trabalhar apropriadamente. Uma pessoa com insuficiência renal necessita de diálise ou transplante renal.
8 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
9 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
10 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
11 Depleção: 1. Em patologia, significa perda de elementos fundamentais do organismo, especialmente água, sangue e eletrólitos (sobretudo sódio e potássio). 2. Em medicina, é o ato ou processo de extração de um fluido (por exxemplo, sangue) 3. Estado ou condição de esgotamento provocado por excessiva perda de sangue. 4. Na eletrônica, em um material semicondutor, medição da densidade de portadores de carga abaixo do seu nível e do nível de dopagem em uma temperatura específica.
12 Estenose: Estreitamento patológico de um conduto, canal ou orifício.
13 Artéria Renal: Ramo da aorta abdominal que irriga os rins, glândulas adrenais e ureteres.
14 Hipertensão arterial: Aumento dos valores de pressão arterial acima dos valores considerados normais, que no adulto são de 140 milímetros de mercúrio de pressão sistólica e 85 milímetros de pressão diastólica.
15 Diurético: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
16 Insuficiência Cardíaca Congestiva: É uma incapacidade do coração para efetuar as suas funções de forma adequada como conseqüência de enfermidades do próprio coração ou de outros órgãos. O músculo cardíaco vai diminuindo sua força para bombear o sangue para todo o organismo.
17 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
18 Laxativos: Mesmo que laxantes. Que laxa, afrouxa, dilata. Medicamentos que tratam da constipação intestinal; purgantes, purgativos, solutivos.
19 Hipercalemia: É a concentração de potássio sérico maior que 5.5 mmol/L (mEq/L). Uma concentração acima de 6.5 mmol/L (mEq/L) é considerada crítica.
20 Metformina: Medicamento para uso oral no tratamento do diabetes tipo 2. Reduz a glicemia por reduzir a quantidade de glicose produzida pelo fígado e ajudando o corpo a responder melhor à insulina produzida pelo pâncreas. Pertence à classe das biguanidas.
21 Acidose: Desequilíbrio do meio interno caracterizado por uma maior concentração de íons hidrogênio no organismo. Pode ser produzida pelo ganho de substâncias ácidas ou perda de substâncias alcalinas (básicas).
22 Láctica: Diz-se de ou ácido usado como acidulante e intermediário químico; lática.
23 Desidratação: Perda de líquidos do organismo pelo aumento importante da freqüência urinária, sudorese excessiva, diarréia ou vômito.
24 Neurolépticos: Medicamento que exerce ação calmante sobre o sistema nervoso, tranquilizante, psicoléptico.