
INFORMAÇÕES TÉCNICAS OXALIPLATINA
CARACTERÍSTICAS
Farmacodinâmica
A oxaliplatina pertence a uma nova classe de sais da platina, na qual o átomo central de platina é envolvido por um oxalato e um 1,2-diaminociclohexano (dach) em posição trans. A oxaliplatina é um estéreo-isômero.
Assim como outros derivados da platina, a oxaliplatina atua sobre o DNA, formando ligações alquil que levam à formação de pontes inter e intra-filamentos, inibindo a síntese e posterior formação de novas moléculas nucléicas de DNA. A cinética1 de ligação da oxaliplatina com o DNA é rápida, ocorrendo no máximo em 15 minutos, enquanto que com a cisplatina essa ligação é bifásica, com uma fase tardia após 4 a 8 horas. No homem, observou-se a presença dos complexos de inclusão nos leucócitos2 1 hora após a administração. A replicação e posterior separação do DNA são inibidas, da mesma forma que, secundariamente, é inibida a síntese de RNA e das proteínas3 celulares.
A oxaliplatina é eficaz sobre certas linhas de tumores resistentes à cisplatina.
Farmacocinética
O pico plasmático de platina total é de 5,1 ± 0,8 mcg/mL e a área sob a curva (AUC4) de 0 a 48 horas é de 189 ± 45 mcg/mL/h, após administração por 2 horas de perfusão venosa de 130 mg/m2 de oxaliplatina. Ao final da perfusão, 50% da platina estão fixados nos eritrócitos5 e 50% se encontram no plasma6, sendo que 25% na forma livre e 75% ligados às proteínas3 plasmáticas. A ligação às proteínas3 aumenta progressivamente estabilizando-se em 95% no quinto dia após a administração.
A eliminação é bifásica com meia-vida terminal de cerca de 40 horas.
Um máximo de 50% da dose administrada são eliminados na urina7 em 48 horas, e 55% ao fim de 6 dias. A excreção fecal é pequena (5% da dose ao final de 11 dias).
Não há necessidade de adaptação posológica nos pacientes com insuficiência renal8 pois apenas a depuração da platina ultrafiltrável se mostrou diminuída nesses pacientes, não ocorrendo portanto aumento da toxicidade9.
A eliminação da platina dos eritrócitos5 é bastante lenta: no 22° dia o nível de platina intra-eritrocitária corresponde a 50% da concentração plasmática máxima, sendo que a maior parte da platina plasmática já foi eliminada nesse período. Ao longo do curso de ciclos sucessivos
de tratamento observou-se que não há aumento significativo dos níveis plasmáticos de platina total e ultrafiltrável, enquanto que há um acúmulo nítido e precoce de platina eritrocitária.
Em animais de laboratório, a oxaliplatina demonstra o perfil de toxicidade9 geral característico dos complexos da platina. Entretanto, nenhum órgão-alvo em particular foi identificado, a não ser a cardiotoxicidade no cão, própria desta espécie de animal. Digno de nota é que a oxaliplatina não apresenta a nefrotoxicidade10 da cisplatina nem a mielotoxicidade da carboplatina.