SUPERDOSAGEM LOMOTIL

Atualizado em 24/05/2016

A superdosagem acidental pode produzir narcose1 com depressão respiratória ou intoxicação
atropínica, particularmente em crianças. Sinais2 iniciais de superdosagem podem incluir
efeitos atropínicos, tais como: secura da pele3 e membranas mucosas4, midríase5, agitação
psicomotora6, insônia, vermelhidão, hipertermia e taquicardia7, seguidas de letargia8 e coma9,
reflexos hipotônicos, nistagmo10, pupila puntiforme e depressão respiratória. Entretanto,
efeitos atropínicos podem mascarar os efeitos da toxicidade11 do difenoxilato.
Uma vez que a depressão respiratória pode ocorrer até 30 horas após a ingestão de
difenoxilato e a despeito da resposta inicial a antagonistas dos narcóticos, trate todas as
superdosagens de Lomotil® (cloridrato de difenoxilato, sulfato de atropina) como sérias e
mantenha o paciente sob contínua observação médica no mínimo por 48 horas.
Caso ocorra depressão respiratória, deverá ser administrado o cloridrato de naloxona; se
esse não estiver disponível, deve-se utilizar cloridrato de nalorfina. Esse é um antídoto12
específico, porém, uma vez que a duração de sua ação é consideravelmente mais curta que
a do difenoxilato, podem ser necessárias injeções repetidas desse antídoto12; se necessário,
deverão ser procedidas medidas de permeabilização das vias aéreas e instituída a
ventilação13 artificial. Se o paciente não estiver em coma9, é indicado o uso de lavagem
gástrica e administração de pasta de carvão ativado.
Uma terapia apropriada de fluidos e eletrólitos14 deve ser também administrada para proteger
o paciente contra a desidratação15. Se ocorrer desidratação15 grave ou desequilíbrio eletrolítico,
o uso de Lomotil® deve ser suspenso e somente deve ser retomado após ter sido iniciada a
terapêutica16 corretiva apropriada. A inibição do peristaltismo17 induzida pelo fármaco18 pode
resultar em retenção hídrica a nível intestinal, o que pode agravar ainda mais a desidratação15
e o desequilíbrio eletrolítico.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Narcose: Alteração do estado de consciência devido à intoxicação por determinadas substâncias, como os narcóticos. Pode referir-se, contudo, mais especificamente, à narcose do azoto, entre os mergulhadores. A narcose por nitrogênio é a chamada “embriaguez das profundidades“, é um tipo de euforia causada pela alta quantidade de nitrogênio respirado pelo mergulhador em profundidade. Os primeiros sintomas da narcose acontecem a partir dos trinta metros de profundidade, dependendo da sensibilidade individual.
2 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
3 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
4 Mucosas: Tipo de membranas, umidificadas por secreções glandulares, que recobrem cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
5 Midríase: Dilatação da pupila. Ela pode ser fisiológica, patológica ou terapêutica.
6 Psicomotora: Própria ou referente a qualquer resposta que envolva aspectos motores e psíquicos, tais como os movimentos corporais governados pela mente.
7 Taquicardia: Aumento da frequência cardíaca. Pode ser devido a causas fisiológicas (durante o exercício físico ou gravidez) ou por diversas doenças como sepse, hipertireoidismo e anemia. Pode ser assintomática ou provocar palpitações.
8 Letargia: Em psicopatologia, é o estado de profunda e prolongada inconsciência, semelhante ao sono profundo, do qual a pessoa pode ser despertada, mas ao qual retorna logo a seguir. Por extensão de sentido, é a incapacidade de reagir e de expressar emoções; apatia, inércia e/ou desinteresse.
9 Coma: 1. Alteração do estado normal de consciência caracterizado pela falta de abertura ocular e diminuição ou ausência de resposta a estímulos externos. Pode ser reversível ou evoluir para a morte. 2. Presente do subjuntivo ou imperativo do verbo “comer.“
10 Nistagmo: Movimento involuntário, rápido e repetitivo do globo ocular. É normal dentro de certos limites diante da mudança de direção do olhar horizontal. Porém, pode expressar doenças neurológicas ou do sistema de equilíbrio.
11 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
12 Antídoto: Substância ou mistura que neutraliza os efeitos de um veneno. Esta ação pode reagir diretamente com o veneno ou amenizar/reverter a ação biológica causada por ele.
13 Ventilação: 1. Ação ou efeito de ventilar, passagem contínua de ar fresco e renovado, num espaço ou recinto. 2. Agitação ou movimentação do ar, natural ou provocada para estabelecer sua circulação dentro de um ambiente. 3. Em fisiologia, é o movimento de ar nos pulmões. Perfusão Em medicina, é a introdução de substância líquida nos tecidos por meio de injeção em vasos sanguíneos.
14 Eletrólitos: Em eletricidade, é um condutor elétrico de natureza líquida ou sólida, no qual cargas são transportadas por meio de íons. Em química, é uma substância que dissolvida em água se torna condutora de corrente elétrica.
15 Desidratação: Perda de líquidos do organismo pelo aumento importante da freqüência urinária, sudorese excessiva, diarréia ou vômito.
16 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
17 Peristaltismo: Conjunto das contrações musculares dos órgãos ocos, provocando o avanço de seu conteúdo; movimento peristáltico, peristalse.
18 Fármaco: Qualquer produto ou preparado farmacêutico; medicamento.

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