FARMACOCINÉTICA UTORAL

Atualizado em 24/05/2016
Pela administração intravenosa de Fluorouracila, detecta-se a droga não intacta no plasma1 após 3 horas.
Fluorouracila é distribuída nos tumores, mucosa intestinal2, medula óssea3, fígado4 e outros tecidos.
Estudos de distribuição em seres humanos e animais têm mostrado, usualmente, concentrações da droga ou de seus metabólitos5 superiores no tumor6 do que nos arredores deste tecido7, ou no tecido7 sadio. É também mostrado que há uma longa persistência de Fluorouracila em alguns tumores, mais do que nos tecidos normais do hospedeiro, talvez justificado pela diminuição do catabolismo8 da uracila. A partir destas informações, têm-se sugerido que Fluorouracila pode ter alguma especificidade contra alguns tumores em comparação com tecidos normais.
Apesar de sua baixa lipossolubilidade, a droga atravessa prontamente a barreira hemato-encefálica9 e distribui-se no líquido cerebrospinal e tecido7 cerebral.
Fluorouracila atravessa a placenta em ratos. Não é conhecido se Fluorouracila é distribuída no leite materno.
Após administração intravenosa, a meia-vida de eliminação de Fluorouracila no plasma1 é de 16 minutos (limite: de 8 a 20 minutos), sendo dose-dependente.
Uma pequena porção de Fluorouracila é metabolizada nos tecidos em 5-fluoro-2- desoxiuridina e, então, para 5-fluoro-2-desoxiuridina-5-monofosfato, o metabólito10 ativo da droga. A maior porção de Fluorouracila é degradada no fígado4.
Os metabólitos5 são excretados pela via respiratória como CO2 e na urina11 na formas de uréia12, a-fluoro-b-alanina, ácido a-fluoro-b-guanidorpropiônico e ácido a-fluoro-b-ureidopropiônico. De uma dose única de Fluorouracila, administrada por via intravenosa, aproximadamente 15‰ da dose é excretada na urina11, como droga inalterada, num prazo de 6 horas; sendo que mais de 90‰ desta é excretada na primeira hora.
Raras vezes, inesperadamente, muitas reações adversas, tais como, estomatites, diarréia13, neutropenia14 e neurotoxicidade, associadas à Fluorouracila, têm sido atribuídas à deficiência da atividade da dipirimidina desidrogenase.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
2 Mucosa Intestinal: Revestimento dos INTESTINOS, consistindo em um EPITÉLIO interior, uma LÂMINA PRÓPRIA média, e uma MUSCULARIS MUCOSAE exterior. No INTESTINO DELGADO, a mucosa é caracterizada por várias dobras e muitas células absortivas (ENTERÓCITOS) com MICROVILOSIDADES.
3 Medula Óssea: Tecido mole que preenche as cavidades dos ossos. A medula óssea apresenta-se de dois tipos, amarela e vermelha. A medula amarela é encontrada em cavidades grandes de ossos grandes e consiste em sua grande maioria de células adiposas e umas poucas células sangüíneas primitivas. A medula vermelha é um tecido hematopoiético e é o sítio de produção de eritrócitos e leucócitos granulares. A medula óssea é constituída de um rede, em forma de treliça, de tecido conjuntivo, contendo fibras ramificadas e preenchida por células medulares.
4 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
5 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
6 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
7 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
8 Catabolismo: Parte do metabolismo que se refere à assimilação ou processamento da matéria adquirida para fins de obtenção de energia. Diz respeito às vias de degradação, ou seja, de quebra das substâncias. Parte sempre de moléculas grandes, que contêm quantidades importantes de energia (glicose, triclicerídeos, etc). Estas substâncias são transformadas de modo a que restem, no final, moléculas pequenas, pobres em energia ( H2O, CO2, NH3 ), aproveitando o organismo a libertação de energia resultante deste processo. É o contrário de anabolismo.
9 Encefálica: Referente a encéfalo.
10 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
11 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
12 Ureia: 1. Resíduo tóxico produzido pelo organismo, resulta da quebra de proteínas pelo fígado. É normalmente removida do organismo pelos rins e excretada na urina. 2. Substância azotada. Composto orgânico cristalino, incolor, de fórmula CO(NH2)2 (ou CH4N2O), com um ponto de fusão de 132,7 °C.
13 Diarréia: Aumento do volume, freqüência ou quantidade de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação mais freqüente de alteração da absorção ou transporte intestinal de substâncias, alterações estas que em geral são devidas a uma infecção bacteriana ou viral, a toxinas alimentares, etc.
14 Neutropenia: Queda no número de neutrófilos no sangue abaixo de 1000 por milímetro cúbico. Esta é a cifra considerada mínima para manter um sistema imunológico funcionando adequadamente contra os agentes infecciosos mais freqüentes. Quando uma pessoa neutropênica apresenta febre, constitui-se uma situação de “emergência infecciosa”.

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