PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS CITALOR
Absorção: A atorvastatina é rapidamente absorvida após administração oral e concentrações plasmáticas máximas são atingidas dentro de 1 a 2 horas. A extensão da absorção e as concentrações plasmáticas de atorvastatina aumentam em proporção à dose de atorvastatina. A atorvastatina em comprimidos apresenta biodisponibilidade entre 95% a 99% em comparação à atorvastatina em solução. A biodisponibilidade absoluta da atorvastatina é de aproximadamente 14% e a disponibilidade sistêmica da atividade inibitória sobre a HMG-CoA redutase é de aproximadamente 30%. A baixa disponibilidade sistêmica é atribuída à depuração pré-sistêmica na mucosa1 gastrintestinal e/ou ao metabolismo2 hepático de primeira passagem.
Embora o alimento diminua a taxa e a extensão da absorção da droga em aproximadamente 25% e 9% respectivamente, como observado através da Cmáx e da AUC3, a redução no LDL4-C é similar quando a atorvastatina é administrada com ou sem alimentos. As concentrações plasmáticas de atorvastatina são mais baixas (aproximadamente 30% para Cmáx e AUC3) após a administração do medicamento à noite quando comparada com a administração pela manhã. Entretanto, a redução no LDL4-C é a mesma quando a droga é administrada a qualquer hora do dia (vide "Posologia").
Distribuição: O volume médio de distribuição da atorvastatina é de aproximadamente 381 litros. A atorvastatina apresenta uma taxa de ligação às proteínas5 plasmáticas igual ou superior a 98%. Uma proporção células6 vermelhas do sangue7/plasma8 de aproximadamente 0,25 indica uma baixa penetração da droga nos glóbulos vermelhos do sangue7 (eritrócitos9).
Metabolismo2: A atorvastatina é amplamente metabolizada a derivados orto e para-hidroxilados e a vários produtos de beta-oxidação. A inibição da HMG-CoA redutase pelos metabólitos10 orto e para-hidroxilados in vitro é equivalente àquela observada com a atorvastatina. Aproximadamente 70% da atividade inibitória sobre a HMG-CoA redutase é atribuída aos metabólitos10 ativos.
Estudos in vitro sugerem a importância do metabolismo2 da atorvastatina pelo citocromo hepático P450 3A4, compatível com a ocorrência de elevadas concentrações plasmáticas de atorvastatina em humanos após co-administração com eritromicina, um conhecido inibidor desta isoenzima. Estudos in vitro também indicaram que a atorvastatina é um fraco inibidor do citocromo P450 3A4. A co-administração de atorvastatina e terfenadina não produziu um efeito clinicamente significante nas concentrações plasmáticas da terfenadina, um composto predominantemente metabolizado pelo citocromo P450 3A4. Portanto, não se espera que a atorvastatina irá alterar significantemente a farmacocinética de outros substratos do citocromo P450 3A4. (vide "Interações Medicamentosas"). Em animais, o metabólito11 orto-hidroxilado sofre posteriormente glucuronidação.
Excreção: A atorvastatina e seus metabólitos10 são eliminados principalmente na bile12, após metabolismo2 hepático ou extra-hepático; entretanto, a droga parece não sofrer recirculação enterohepática. A meia-vida de eliminação plasmática média da atorvastatina em humanos é de aproximadamente 14 horas, mas a meia-vida da atividade inibitória para a HMG-CoA redutase é de 20 a 30 horas, devido à contribuição dos metabólitos10 ativos. Menos que 2% de uma dose de atorvastatina é recuperada na urina13 após administração oral.
Populações Especiais:
Idosos: As concentrações plasmáticas de atorvastatina se apresentam mais elevadas (aproximadamente 40% para Cmáx e 30% para AUC3) em indivíduos idosos sadios (65 anos de idade ou mais) do que em adultos jovens.
Os efeitos nos lípides foram comparáveis aos observados em populações de pacientes mais jovens utilizando doses iguais de atorvastatina.
Crianças: Não foram realizados estudos de farmacocinética em crianças.
Sexo: As concentrações plasmáticas de atorvastatina em mulheres são diferentes das observadas nos homens (aproximadamente 20% mais altas para Cmáx e 10% mais baixas para AUC3). Entretanto, não há diferenças clinicamente significantes do efeito nos lípides entre homens e mulheres.
Insuficiência Renal14: Disfunção renal15 não apresenta qualquer influência nas concentrações plasmáticas ou no efeito da atorvastatina como hipolipemiante. Portanto, não é necessário o ajuste de dose em pacientes com disfunção renal15 (vide "Posologia").
Hemodiálise16: Apesar de não terem sido realizados estudos em pacientes com insuficiência renal14 em estágio terminal, não é esperado que a hemodiálise16 aumente significantemente o clearance da atorvastatina, uma vez que esta droga é amplamente ligada às proteínas5 plasmáticas.
Insuficiência Hepática17: As concentrações plasmáticas de atorvastatina aumentam acentuadamente (aproximadamente 16 vezes na Cmáx e 11 vezes na AUC3) em pacientes com hepatopatia alcoólica crônica (Childs-Pugh B) (vide "Contra-Indicações").