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Toxicidade1 sistêmica aguda
Reações tóxicas originam-se principalmente dos Sistemas Nervoso Central e Cardiovascular.
Toxicidade1 no SNC2 é uma resposta gradativa com sinais3 e sintomas4 de gravidade ascendente. Os primeiros sintomas4 são parestesia5 perioral, dormência6 da língua7, tonturas8, hiperacusia e zumbido. Distúrbios visuais e tremores musculares são mais graves e precedem o aparecimento de convulsões generalizadas. Inconsciência9 e convulsões do tipo grande mal, podem aparecer em seguida e, podem durar alguns segundos até vários minutos. Hipóxia10 e hipercarbia ocorrem rapidamente após as convulsões devido ao aumento da atividade muscular, junto com interferência na respiração normal. Em casos graves pode ocorrer apnéia11. A acidose12 aumenta os efeitos tóxicos dos anestésicos locais.
A recuperação é devido à redistribuição e metabolismo13 do anestésico local a partir do SNC2. A recuperação pode ser rápida, a não ser que grandes quantidades do fármaco14 tenham sido administradas.
Os efeitos cardiovasculares são observados somente em casos com altas concentrações sistêmicas. Hipotensão15 grave, bradicardia16, arritmia17 e colapso18 cardiovascular podem ser os resultados em tais casos.
Os efeitos tóxicos cardiovasculares são geralmente precedidos por sinais3 de toxicidade1 no SNC2, a menos que o paciente esteja recebendo um anestésico geral ou esteja fortemente sedado com fármacos, tais como: benzodiazepínicos ou barbitúricos.
Tratamento da toxicidade1 aguda
O tratamento da toxicidade1 aguda deve ser instituído quando iniciarem as contrações musculares. Os fármacos e equipamentos necessários devem estar disponíveis imediatamente. Os objetivos do tratamento são manter a oxigenação, interromper as convulsões e dar suporte a circulação19.
Deve-se manter a oxigenação e, se necessário, ventilação20 assistida (máscara e balão).
Um anticonvulsivante deve ser administrado por i.v. se as convulsões não pararem espontaneamente em 15-30 segundos. A tiopentona sódica 1-3 mg/kg i.v., abortará rapidamente as convulsões. Como alternativa pode-se administrar diazepam 0,1 mg/kg de peso corpóreo i.v., embora sua ação seja lenta. Convulsões prolongadas podem comprometer a ventilação20 e oxigenação dos pacientes. Se isso acontecer, um relaxante muscular injetável (ex.: succinilcolina 1 mg/kg de peso corpóreo) facilitará a ventilação20, e a oxigenação pode ser controlada. Intubação endotraqueal primária pode ser considerada nestas situações.
Se for evidente depressão cardiovascular (hipotensão15, bradicardia16), deve ser administrada efedrina 5-10 mg intravenosa e sua administração pode ser repetida, se necessário, após 2-3 minutos.
Se ocorrer parada circulatória, deve-se instituir imediatamente ressuscitação cardiopulmonar. Oxigenação ótima, ventilação20 e manutenção da circulação19, como também, tratamento da acidose12, são de vital importância, já que hipóxia10 e acidose12 aumentariam a toxicidade1 sistêmica de anestésicos locais. A epinefrina (0,1-0,2 mg na forma de injeção21 intravenosa ou intracardíaca) deve ser administrada assim que possível e repetida, se necessário.
Em crianças, devem ser administradas doses proporcionais a idade e peso.