
POSOLOGIA DEPO-MEDROL
Por causa de possíveis incompatibilidades físicas, Depo-Medrol* (acetato de metilprednisolona) Suspensão Aquosa Estéril não deve ser diluído ou misturado com outras soluções. Agite bem antes de usar Depo-Medrol*. Os produtos de uso parenteral devem ser inspecionados quanto a partículas e descoloração antes do uso, sempre que a solução e o recipiente assim o permitam.
A) Administração para Efeito Local
O tratamento com Depo-Medrol* não descarta a necessidade das medidas convencionais geralmente adotadas. Embora esse método de tratamento melhore os sintomas1, isso não significa cura, e o hormônio2 não tem nenhum efeito sobre a causa da inflamação3.
1. Artrite reumatóide4 e Osteoartrite5: a dose para administração intra-articular depende do tamanho da articulação6 e varia em cada paciente, de acordo com a gravidade do processo. Nos casos crônicos, as injeções podem ser repetidas a intervalos de uma a cinco semanas, dependendo do grau de alívio obtido com a injeção7 inicial. As doses contidas na tabela seguinte são sugeridas como guia geral:
Tamanho da articulação6 Exemplos Limites de dosagem
Grande Joelho, tornozelo8, ombro 0,5 a 2,0 mL (20-80 mg de esteróide)
Mediana Cotovelo, punhos 0,25 a 1,0 mL (10-40 mg de esteróide)
Pequena Metacarpofalangeana,
interfalangeana,esterno9-
clavicular,acromioclavicular 0,1 a 0,25 mL ( 4-10 mg de esteróide)
Procedimento: recomenda-se examinar a anatomia da articulação6 afetada antes de aplicar uma injeção7 intra-articular. A fim de se obter um efeito antiinflamatório completo, é importante que a injeção7 seja administrada no espaço sinovial. Empregando a mesma técnica estéril usada para uma punção lombar, introduz-se rapidamente, na cavidade sinovial, uma agulha estéril de calibre adequado (com uma seringa10 seca). A infiltração com procaína é eletiva11. A aspiração de algumas gotas do líquido articular indica que a agulha penetrou no espaço articular. O local da injeção7 em cada articulação6 é determinado encontrando-se o lugar onde a cavidade sinovial é mais superficial e mais livre de vasos e nervos. Uma vez introduzida a agulha, substitui-se a seringa10 aspiradora por uma segunda seringa10 que contém a quantidade desejada da suspensão de Depo-Medrol*. Puxa-se, então, ligeiramente o êmbolo12 para aspirar o líquido sinovial13, para que se tenha certeza que a agulha ainda permanece no espaço sinovial. Após a injeção7, movimenta-se suavemente a articulação6, para auxiliar a mistura do líquido sinovial13 com a suspensão. O local da injeção7 deve ser coberto com um pequeno curativo estéril.
Os locais adequados para a injeção7 intra-articular são: joelho, tornozelo8, punho, cotovelo, ombro, quadril e articulações14 interfalangeanas. Já que, ocasionalmente, existe dificuldade para penetração na articulação do quadril15, deve-se tomar cuidado para evitar o encontro de grandes vasos sangüíneos16 na área. As articulações14 não apropriadas para a injeção7 são aquelas que se encontram anatomicamente inacessíveis, como as articulações14 da coluna vertebral17 e aquelas desprovidas de espaço sinovial (como, por exemplo, as articulações14 sacroilíacas). As falhas de tratamento são devido, em geral, à não penetração no espaço sinovial. Observa-se pouco ou nenhum benefício quando a injeção7 é aplicada nos tecidos que circundam as articulações14. Se houver falhas quando se tiver certeza que a injeção7 penetrou no espaço sinovial, o que pode ser comprovado pela aspiração do líquido, será inútil a repetição de injeções.
O tratamento local não altera o processo fundamental da doença e, sempre que possível, deve-se adotar uma terapêutica18 ampla, incluindo fisioterapia19 e correção ortopédica.
Após corticoideterapia intra-articular, deve-se evitar o uso excessivo das articulações14 nas quais se obteve melhora sintomática20. Qualquer negligência21 nesse sentido pode permitir aumento da deterioração das articulações14, fato que irá neutralizar os efeitos benéficos do corticóide.
Não se deve aplicar injeções em articulações14 instáveis. As injeções intra-articulares repetidas podem, em alguns casos, resultar em instabilidade da articulação6. Aconselha-se acompanhamento radiológico, em casos selecionados, para detecção de qualquer deterioração.
Se for utilizado anestésico local antes da injeção7 de Depo-Medrol*, deve-se ler a bula do anestésico cuidadosamente e tomar todas as precauções.
2. Bursite22: preparar de forma estéril a área que circunda o local da injeção7, nele injetando solução de cloridrato de procaína a 1% para se obter um botão anestésico. Introduzir na bolsa uma agulha de calibre adequado, acoplada a uma seringa10 seca e aspirar o líquido. Deixa-se a agulha no mesmo lugar e substitui-se a seringa10 aspiradora por outra seringa10 menor contendo a dose desejada. Após a injeção7, retira-se a agulha e aplica-se um pequeno curativo.
3. Miscelânea: gânglio23, tendinite24, epicondilite - No tratamento de afecções25 como tendinite24 ou tenossinovite, deve-se ter o cuidado de (após a aplicação do antisséptico26 adequado sobre a pele27) injetar a suspensão na bainha do tendão28 e não na substância do tendão28. Quando está estendido, o tendão28 pode ser apalpado com facilidade. Em casos de epicondilite, deve-se delinear a área mais sensível, com muito cuidado, e infiltrá-la com a suspensão. Para os gânglios29 das bainhas tendinosas a suspensão se injeta diretamente no cisto. Em muitos casos, uma única injeção7 proporciona uma acentuada diminuição no tamanho de tumores císticos e ainda pode fazê-los desaparecer. Devem ser observadas as precauções habituais de esterilidade30 com cada injeção7.
A dosagem no tratamento das diferentes afecções25 das estruturas tendinosas ou bursais, anteriormente descritas, varia conforme a afecção31 a ser tratada, entre 4 e 30 mg. A repetição das injeções pode ser necessária em afecções25 crônicas e/ou recidivantes32.
4. Injeções para Efeito Local em Afecções25 Dermatológicas: após limpeza com antisséptico26 apropriado, tal como álcool a 70%, injeta-se, na lesão33, de 20 a 60 mg do produto. Em casos de lesões34 extensas, pode ser necessário distribuir doses repetidas de 20 a 40 mg em injeções locais. Deve-se ter cuidado para não injetar material suficiente para causar isquemia35, o que pode determinar o aparecimento de pequena escara36. Geralmente uma a quatro injeções são aplicadas, a intervalos que variam de acordo com a lesão33 e a duração da melhora produzida pela injeção7 inicial.
B) Administração para Efeito Sistêmico37
A dosagem para via intramuscular varia conforme a afecção31 sob tratamento. Quando se deseja um efeito prolongado, pode ser multiplicada a dose oral diária por 7 e administrada em uma única injeção intramuscular38 por semana.
A dosagem deve ser individualizada conforme a gravidade da doença e a resposta do paciente. Para crianças, deverá reduzir-se a dose recomendada, levando-se em conta mais a gravidade da doença do que a proporcionalidade de peso corporal e idade.
O tratamento hormonal é auxiliar, e não substituto, do tratamento convencional. A dosagem deve ser diminuída ou descontinuada gradualmente quando o fármaco39 for administrado por mais de alguns dias. São fatores primordiais na determinação da dose: a gravidade, o prognóstico40 e a duração esperada da enfermidade e a reação do paciente ao medicamento. Se ocorrer um período de remissão espontânea em afecção31 crônica, o tratamento deve ser descontinuado. Durante tratamento prolongado, devem ser feitos estudos rotineiros de laboratório, a intervalos regulares, tais como exame de urina41, glicemia pós-prandial42 (duas horas após a refeição), além de medida da pressão arterial43 e peso corporal, bem como radiografia do tórax44. Em pacientes com história de úlcera45 ou dispepsia46 significativa é aconselhável tirar radiografia do trato gastrintestinal superior47.
Em pacientes com síndrome48 adrenogenital, uma única injeção intramuscular38 de 40 mg, a cada duas semanas, pode ser adequada. Para manutenção de pacientes com artrite reumatóide4, a dose semanal intramuscular variará de 40 a 120 mg de acetato de metilprednisolona. A dose habitual para pacientes49 com afecções25 dermatológicas que se beneficiam da corticoideterapia sistêmica é de 40 a 120 mg de acetato de metilprednisolona administrados por via intramuscular a intervalos de uma a quatro semanas. Em dermatite50 aguda grave por plantas irritantes, pode-se obter alívio dentro de 8 a 12 horas após a administração intramuscular de dose única de 80 a 120 mg. Em dermatite50 de contato crônica, podem ser necessárias injeções repetidas a intervalos de 5 a 10 dias. Em dermatite50 seborréica, uma dose semanal de 80 mg pode ser adequada para controlar a afecção31.
A administração intramuscular de 80 a 120 mg em pacientes asmáticos, pode causar melhora em 6 a 48 horas, persistindo por vários dias até duas semanas. Da mesma forma, em pacientes com rinite51 alérgica (febre do feno52), uma dose intramuscular de 80 a 120 mg pode resultar no alívio da coriza53 no período de seis horas, persistindo por vários dias até 3 semanas.
Se forem notados sinais54 de estresse associados à enfermidade, a dose deve ser aumentada. No caso de se desejar um efeito hormonal rápido, de máxima intensidade, recomenda-se a administração intravenosa de succinato sódico de metilprednisolona.
C) Administração intra-retal
Depo-Medrol*, em doses de 40 a 120 mg administrados como enemas55 de retenção ou por gotejamento contínuo, 3 a 7 vezes por semana, por duas ou mais semanas, demonstrou ser útil no tratamento de alguns pacientes com colite56 ulcerativa. Muitos casos podem ser controlados com 40 mg de Depo-Medrol* administrados em 30 a 300 mL de água, dependendo do grau de envolvimento da mucosa57 colônica inflamada. Naturalmente, as medidas terapêuticas convencionais devem ser instituídas.