PRECAUÇÕES FENITOÍNA

Atualizado em 28/05/2016

Tumorigenicidade: Tem sido descrito casos esporádicos de tumores malignos, que incluem o neuroblastoma, em crianças cujas mães foram submetidas ao tratamento com fenitoína, durante a gravidez1.Gravidez1: A fenitoína atravessa a placenta; Deve-se considerar a relação risco-benefício, embora não se tenha estabelecido uma relação causa-efeito definitiva entre as hidantoínas e os efeitos teratógenos2.
Nos últimos anos têm-se descrito uma maior incidência3 de anomalias congênitas4 em crianças cujas mães utilizaram anticonvulsivos durante a gravidez1, embora a maioria das mães epilépticas dão à luz, crianças normais. Tais anomalias incluem lábio leporino5, fenda no palato6, malformações7 cardíacas e a "síndrome8 fetal por hidantoína" (caracterizada por deficiência no crescimento pré natal, microcefalia9, anomalias crânio10-faciais, hipoplasia11 das unhas12 e deficiência mental associada ao desenvolvimento intra-uterino durante o tratamento). Não se está comprovado que estes medicamentos sejam a causa da "síndrome8 fetal por hidantoína, e acredita-se que provavelmente outros fatores influam em seu aparecimento.
Devido a alterações na absorção, da união às proteínas13 e no metabolismo14 dos anticonvulsivos do grupo das hidantoínas durante a gravidez1, as mulheres grávidas que estejam recebendo este tratamento podem experimentar um aumento na incidência3 das crises convulsivas. As concentrações séricas de hidantoína deverão ser monitorizadas e aumento nas doses poderão ser necessários.
Após o parto, pode ser necessário restaurar a posologia usual da paciente.
Parto: A exposição às hidantoínas antes do nascimento pode produzir um aumento do risco de hemorragia15 que ponha em perigo a vida do neonato16, normalmente nas 24 horas posteriores ao nascimento. As hidantoínas podem também produzir deficiência de vitamina17 K na mãe, o que acarreta um aumento da hemorragia15 durante o parto. O risco de hemorragia15 materna ou fetal pode reduzir-se administrando vitamina17 K hidrossolúvel profilaticamente à mãe um mês antes do parto e durante o mesmo e ao neonato16 mediante injeção18 intravenosa imediatamente após o nascimento.
Lactação19: A fenitoína é excretada no leite materno. O lactente20 pode ingerir quantidades significativas.
Pediatria: As crianças e os adultos jovens são mais susceptíveis de desenvolverem hiperplasia21 gengival.
Geriatria: Pacientes idosos, os gravemente enfermos e os que apresentam disfunção hepática22 podem requerer uma dose inicial mais baixa, com ajustes posteriores, devido ao lento metabolismo14 da fenitoína ou ao menor grau de ligação às proteínas13.
Odontologia: Uma complicação comum no tratamento com fenitoína é a hiperplasia21 gengival; normalmente inicia-se como gengivite23 ou inflamação24 das gengivas nos primeiros seis meses de tratamento. A incidência3 é maior nos pacientes com idade inferior a 23 anos do que nos pacientes com mais idade e a hiperplasia21 gengival severa é menos provável que apareça com doses menores de 500 mg diários. O crescimento excessivo do tecido25 parece ter como causa uma alteração no metabolismo14 do colágeno26. As porções das gengivas sem contato com os dentes não são afetadas. A afecção27 não exige a retirada obrigatória da droga e pode ser minimizada com uma boa higiene oral.
Uma pequena porcentagem de pacientes tratados com fenitoína são predispostos à metabolização lenta da droga. A metabolização lenta pode ser atribuída à disponibilidade limitada da enzima28 e à falta de indução; Isto parece ser determinado geneticamente.
O uso da fenitoína deve ser interrompido em caso de aparecimento de "rash29" cutâneo30. Se a erupção31 for esfoliativa, purpúrica ou bolhosa ou suspeitar-se de lupus32 eritematoso33, síndrome de Stevens-Johnson34 ou necrólise epidérmica tóxica35, o medicamento não deve ser administrado e deve-se levar em consideração uma terapia alternativa.
Em caso de aparecimento de "rash29" cutâneo30 leve (do tipo morbiliforme ou escarlatiniforme), o tratamento pode ser reinstituído após o seu desaparecimento. Se a erupção31 recidivar após a reintituição do tratamento, é contra-indicado posterior tratamento com fenitoína.
A relação risco-benefício deve ser avaliada nas seguintes situações clínicas:

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
2 Teratógenos: Agente teratogênico ou teratógeno é tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da gestação, malformações ou alterações funcionais ou ainda distúrbios neurocomportamentais, como retardo mental.
3 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
4 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
5 Lábio leporino: Alteração congênita na qual existe uma solução de continuidade no palato (céu da boca), que comunica a cavidade oral à nasal. Pode ser total (quando o palato duro, que é ósseo, está envolvido) ou parcial (quando apenas as partes moles, como lábios, gengiva, mucosas estão envolvidas).
6 Palato: Estrutura que forma o teto da boca. Consiste em palato duro anterior (PALATO DURO) e de palato mole posterior (PALATO MOLE).
7 Malformações: 1. Defeito na forma ou na formação; anomalia, aberração, deformação. 2. Em patologia, é vício de conformação de uma parte do corpo, de origem congênita ou hereditária, geralmente curável por cirurgia. Ela é diferente da deformação (que é adquirida) e da monstruosidade (que é incurável).
8 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
9 Microcefalia: Pequenez anormal da cabeça, geralmente associada à deficiência mental.
10 Crânio: O ESQUELETO da CABEÇA; compreende também os OSSOS FACIAIS e os que recobrem o CÉREBRO. Sinônimos: Calvaria; Calota Craniana
11 Hipoplasia: Desenvolvimento defeituoso ou incompleto de tecido ou órgão, geralmente por diminuição do número de células, sendo menos grave que a aplasia.
12 Unhas: São anexos cutâneos formados por células corneificadas (queratina) que formam lâminas de consistência endurecida. Esta consistência dura, confere proteção à extremidade dos dedos das mãos e dos pés. As unhas têm também função estética. Apresentam crescimento contínuo e recebem estímulos hormonais e nutricionais diversos.
13 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
14 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
15 Hemorragia: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
16 Neonato: Refere-se a bebês nos seus primeiros 28 dias (mês) de vida. O termo “recentemente-nascido“ refere-se especificamente aos primeiros minutos ou horas que se seguem ao nascimento. Esse termo é utilizado para enfocar os conhecimentos e treinamento da ressuscitação imediatamente após o nascimento e durante as primeiras horas de vida.
17 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
18 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
19 Lactação: Fenômeno fisiológico neuro-endócrino (hormonal) de produção de leite materno pela puérpera no pós-parto; independente dela estar ou não amamentando.Toda mulher após o parto tem produção de leite - lactação; mas, infelizmente nem todas amamentam.
20 Lactente: Que ou aquele que mama, bebê. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
21 Hiperplasia: Aumento do número de células de um tecido. Pode ser conseqüência de um estímulo hormonal fisiológico ou não, anomalias genéticas no tecido de origem, etc.
22 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
23 Gengivite: Condição em que as gengivas apresentam-se com sinais inflamatórios e sangramentos.
24 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
25 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
26 Colágeno: Principal proteína fibrilar, de função estrutural, presente no tecido conjuntivo de animais.
27 Afecção: Qualquer alteração patológica do corpo. Em psicologia, estado de morbidez, de anormalidade psíquica.
28 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
29 Rash: Coloração avermelhada da pele como conseqüência de uma reação alérgica ou infecção.
30 Cutâneo: Que diz respeito à pele, à cútis.
31 Erupção: 1. Ato, processo ou efeito de irromper. 2. Aumento rápido do brilho de uma estrela ou de pequena região da atmosfera solar. 3. Aparecimento de lesões de natureza inflamatória ou infecciosa, geralmente múltiplas, na pele e mucosas, provocadas por vírus, bactérias, intoxicações, etc. 4. Emissão de materiais magmáticos por um vulcão (lava, cinzas etc.).
32 Lúpus: 1. É uma inflamação crônica da pele, caracterizada por ulcerações ou manchas, conforme o tipo específico. 2. Doença autoimune rara, mais frequente nas mulheres, provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico. Nesta patologia, a defesa imunológica do indivíduo se vira contra os tecidos do próprio organismo como pele, articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro. Essas múltiplas formas de manifestação clínica, às vezes, podem confundir e retardar o diagnóstico. Lúpus exige tratamento cuidadoso por médicos especializados no assunto.
33 Eritematoso: Relativo a ou próprio de eritema. Que apresenta eritema. Eritema é uma vermelhidão da pele, devido à vasodilatação dos capilares cutâneos.
34 Síndrome de Stevens-Johnson: Forma grave, às vezes fatal, de eritema bolhoso, que acomete a pele e as mucosas oral, genital, anal e ocular. O início é geralmente abrupto, com febre, mal-estar, dores musculares e artralgia. Pode evoluir para um quadro toxêmico com alterações do sistema gastrointestinal, sistema nervoso central, rins e coração (arritmias e pericardite). O prognóstico torna-se grave principalmente em pessoas idosas e quando ocorre infecção secundária. Pode ser desencadeado por: sulfas, analgésicos, barbitúricos, hidantoínas, penicilinas, infecções virais e bacterianas.
35 Necrólise Epidérmica Tóxica: Sinônimo de Síndrome de Lyell. Caracterizada por necrólise da epiderme. Tem como características iniciais sintomas inespecíficos, influenza-símile, tais como febre, dor de garganta, tosse e queimação ocular, considerados manifestações prodrômicas que precedem o acometimento cutâneo-mucoso. Erupção eritematosa surge simetricamente na face e na parte superior do tronco, provocando sintomas de queimação ou dolorimento da pele. Progressivamente envolvem o tórax anterior e o dorso. O ápice do processo é constituído pela característica denudação da epiderme necrótica, a qual é destacada em verdadeiras lamelas ou retalhos, dentro das áreas acometidas pelo eritema de base. O paciente tem o aspecto de grande queimado, com a derme desnuda, sangrante, eritêmato-purpúrica e com contínua eliminação de serosidade, contribuindo para o desequilíbrio hidroeletrolítico e acentuada perda protéica. Graves seqüelas oculares e esofágicas têm sido relatadas.Constitui uma reação adversa a medicamentos rara. As drogas que mais comumente a causam são as sulfas, o fenobarbital, a carbamazepina, a dipirona, piroxicam, fenilbutazona, aminopenicilinas e o alopurinol.

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