EFICÁCIA TERAPÊUTICA REVECTINA
EstrongiloidíaseA estrongiloidíase é uma infecção1 parasitária que pode desenvolver quadros clínicos graves e
que, além do comprometimento intestinal, pode apresentar lesões2 cutâneas3,
broncopulmonares, hepáticas4, biliares, miocárdicas e mesentéricas5.
Estudos clínicos controlados que usaram o albendazol ou o tiabendazol como padrão,
efetuados em diversos países, comprovaram que a eficácia foi significativamente maior para a
ivermectina (dose única de 170 a 200 mcg/Kg) que para o albendazol (200 mg duas vezes ao
dia durante três dias), e equivalente ao tiabendazol administrado a 25 mg/Kg duas vezes ao
dia durante três dias.
Oncocercose
A oncocercose é uma filariose que compromete a pele6 e o aparelho visual, causada por
Onchocerca volvulus. É transmitida através de um vetor, o díptero simulídeo, conhecido
popularmente como "pium" ou "borrachudo". Nos estudos clínicos internacionais, a
ivermectina revelou ser melhor tolerada e mais segura e eficaz do que a dietilcarbamazina. No
Brasil, vem sendo utilizada desde 1995 pela Fundação Nacional de Saúde7, através do
Programa Brasileiro de Oncocercose, no território endêmico dos índios Yanomami.
A avaliação de ivermectina no tratamento da oncocercose é baseada nos resultados de estudos
clínicos que envolveram 1278 pacientes. Em um estudo duplo-cego8 controlado com placebo9
que envolveu pacientes adultos com oncocercose de moderada a grave, pacientes que
receberam uma dose única de 150 mcg/Kg de ivermectina apresentaram 83,2 a 99,5% de
redução no número de microfilárias da pele6 (média geométrica) 3 dias e 3 meses após a
aplicação, respectivamente. Uma redução marcante de mais de 90% foi mantida por até doze
meses após essa dose única. Como acontece com outras drogas microfilaricidas, houve
aumento no número de microfilárias na câmara anterior10 do olho11 no terceiro dia após o
tratamento em alguns pacientes. Contudo, após 3 e 6 meses da dose, uma parcela
significativamente maior de pacientes tratados com ivemerctina teve redução na contagem de
microfilárias na câmara anterior10, em relação aos pacientes tratados com placebo9.
Em um estudo aberto que envolveu pacientes pediátricos de 6 a 13 anos (n=103, faixa de peso
de 17 a 41 Kg), houve decréscimos semelhantes no número de microfilárias da pele6 até 12
meses após administração da droga.
Filariose
A filariose linfática humana, conhecida também como elefantíase no Brasil, é causada pelo
helminto12 Wuchereria bancrofti e transmitida por mosquitos do gênero Culex, nos quais as
microfilárias se desenvolvem e atingem o estágio infectante. Os vermes adultos vivem nos
linfonodos13 e vasos linfáticos, e as microfilárias são encontradas no sangue14 periférico. No
tratamento e controle da disseminação da filariose, a dietilcarbamazina apresenta resultados
relativamente fracos, associados ao elevado índice de reações adversas em relação à
ivermectina.
Escabiose15
A escabiose15 ou sarna16 humana é uma dermatose17 de alta incidência18 no Brasil, produzida pelo
ácaro Sarcoptes scabiei. A sarna16 crostosa ou norueguesa tem tido um aumento de incidência18,
principalmente em pacientes imunodeprimidos. A ivermectina apresenta bons índices de cura
da doença em relação às demais drogas utilizadas até hoje.
Pediculose
A pediculose é uma dermatose17 de alta incidência18 no Brasil, produzida pelo Pediculus
humanus capitis, que pode ser tratada com dose única de ivermectina, cuja administração por
via oral apresenta vantagens em relação aos tratamentos tópicos alternativos. A ivermectina
tem sido citada como a melhor escolha no tratamento dos casos resistentes.