EFICÁCIA TERAPÊUTICA REVECTINA

Atualizado em 28/05/2016

EstrongiloidíaseA estrongiloidíase é uma infecção1 parasitária que pode desenvolver quadros clínicos graves e
que, além do comprometimento intestinal, pode apresentar lesões2 cutâneas3,
broncopulmonares, hepáticas4, biliares, miocárdicas e mesentéricas5.
Estudos clínicos controlados que usaram o albendazol ou o tiabendazol como padrão,
efetuados em diversos países, comprovaram que a eficácia foi significativamente maior para a
ivermectina (dose única de 170 a 200 mcg/Kg) que para o albendazol (200 mg duas vezes ao
dia durante três dias), e equivalente ao tiabendazol administrado a 25 mg/Kg duas vezes ao
dia durante três dias.
Oncocercose
A oncocercose é uma filariose que compromete a pele6 e o aparelho visual, causada por
Onchocerca volvulus. É transmitida através de um vetor, o díptero simulídeo, conhecido
popularmente como "pium" ou "borrachudo". Nos estudos clínicos internacionais, a
ivermectina revelou ser melhor tolerada e mais segura e eficaz do que a dietilcarbamazina. No
Brasil, vem sendo utilizada desde 1995 pela Fundação Nacional de Saúde7, através do
Programa Brasileiro de Oncocercose, no território endêmico dos índios Yanomami.
A avaliação de ivermectina no tratamento da oncocercose é baseada nos resultados de estudos
clínicos que envolveram 1278 pacientes. Em um estudo duplo-cego8 controlado com placebo9
que envolveu pacientes adultos com oncocercose de moderada a grave, pacientes que
receberam uma dose única de 150 mcg/Kg de ivermectina apresentaram 83,2 a 99,5% de
redução no número de microfilárias da pele6 (média geométrica) 3 dias e 3 meses após a
aplicação, respectivamente. Uma redução marcante de mais de 90% foi mantida por até doze
meses após essa dose única. Como acontece com outras drogas microfilaricidas, houve
aumento no número de microfilárias na câmara anterior10 do olho11 no terceiro dia após o
tratamento em alguns pacientes. Contudo, após 3 e 6 meses da dose, uma parcela
significativamente maior de pacientes tratados com ivemerctina teve redução na contagem de
microfilárias na câmara anterior10, em relação aos pacientes tratados com placebo9.
Em um estudo aberto que envolveu pacientes pediátricos de 6 a 13 anos (n=103, faixa de peso
de 17 a 41 Kg), houve decréscimos semelhantes no número de microfilárias da pele6 até 12
meses após administração da droga.
Filariose
A filariose linfática humana, conhecida também como elefantíase no Brasil, é causada pelo
helminto12 Wuchereria bancrofti e transmitida por mosquitos do gênero Culex, nos quais as
microfilárias se desenvolvem e atingem o estágio infectante. Os vermes adultos vivem nos
linfonodos13 e vasos linfáticos, e as microfilárias são encontradas no sangue14 periférico. No
tratamento e controle da disseminação da filariose, a dietilcarbamazina apresenta resultados
relativamente fracos, associados ao elevado índice de reações adversas em relação à
ivermectina.
Escabiose15
A escabiose15 ou sarna16 humana é uma dermatose17 de alta incidência18 no Brasil, produzida pelo
ácaro Sarcoptes scabiei. A sarna16 crostosa ou norueguesa tem tido um aumento de incidência18,
principalmente em pacientes imunodeprimidos. A ivermectina apresenta bons índices de cura
da doença em relação às demais drogas utilizadas até hoje.
Pediculose
A pediculose é uma dermatose17 de alta incidência18 no Brasil, produzida pelo Pediculus
humanus capitis, que pode ser tratada com dose única de ivermectina, cuja administração por
via oral apresenta vantagens em relação aos tratamentos tópicos alternativos. A ivermectina
tem sido citada como a melhor escolha no tratamento dos casos resistentes.

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Complementos

1 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
2 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
3 Cutâneas: Que dizem respeito à pele, à cútis.
4 Hepáticas: Relativas a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
5 Mesentéricas: Relativo ao mesentério, ou seja, na anatomia geral o mesentério é uma dobra do peritônio que une o intestino delgado à parede posterior do abdome.
6 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
7 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
8 Estudo duplo-cego: Denominamos um estudo clínico “duplo cego†quando tanto voluntários quanto pesquisadores desconhecem a qual grupo de tratamento do estudo os voluntários foram designados. Denominamos um estudo clínico de “simples cego†quando apenas os voluntários desconhecem o grupo ao qual pertencem no estudo.
9 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
10 Câmara Anterior: Espaço localizado no olho, preenchido com humor aquoso, limitado anteriormente pela córnea e uma pequena porção da esclera, e posteriormente por uma pequena porção do corpo ciliar, pela íris e pela parte do cristalino que se apresenta através da pupila.
11 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
12 Helminto: Designação comum a diversas espécies de vermes endoparasitas, pertencentes aos filos dos platelmintos, asquelmintos e outros de afinidade taxonômica incerta; verme.
13 Linfonodos: Gânglios ou nodos linfáticos.
14 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
15 Escabiose: Doença contagiosa da pele causada nos homens pelo Sarcoptes scabiei e nos animais por diversos ácaros. Caracteriza-se por intenso prurido e eczema. Popularmente conhecida como sarna ou pereba.
16 Sarna: Doença produzida por um parasita chamado Sarcoptes scabiei. Infesta a superfície da pele produzindo coceira e vesículas branco peroladas juntamente com lesões por coçadura. Localiza-se mais freqüentemente nas pregas interdigitais, inguinais e submamárias. É contagiosa, passando de pessoa para pessoa por contato íntimo, e por isto muito freqüente em aglomerações humanas (asilos, creches, abrigos). Nestes casos toda a população deve ser tratada ao mesmo tempo.
17 Dermatose: Qualquer moléstia da pele e de seus anexos, especialmente quando caracterizada pela ausência de inflamação.
18 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.

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