INFORMAÇÕES TÉCNICAS REVIA 50MG-1FR. 30CPS

Atualizado em 28/05/2016
A Naltrexona é um congênere sintético da oximorfona, diferindo na estrutura pelo fato de o grupo metila no átomo de nitrogênio ser substituído pelo grupo ciclopropilmetila. O sal cloridrato é um composto cristalino1 branco, solúvel em água.
A Naltrexona é um antagonista2 opióide puro que atenua ou bloqueia completamente, reversivelmente, os efeitos subjetivos dos opióides administrados intravenosamente.
É indicada como parte do tratamento do alcoolismo e como antagonista2 no tratamento da dependência de opióides administrados exogenamente. A Naltrexona é indicada para proporcionar efeito terapêutico benéfico no programa de tratamento direcionado a viciados.
Quando é co-administrado com a morfina, em situação crônica, o produto bloqueia a dependência física à morfina, heroína e outros opióides.
A Naltrexona tem poucas ações intrínsecas além de suas propriedades de bloqueio aos opióides. Contudo, pode produzir alguma constrição3 da pupila, por um mecanismo desconhecido.
A administração da Naltrexona não está associada com o desenvolvimento de tolerância ou dependência. Em pacientes fisicamente dependentes de opióides, a Naltrexona precipita a sintomatologia de abstinência.
Os estudos clínicos indicam que 50 mg de Naltrexona bloqueiam os efeitos farmacológicos de 25 mg de heroína administrada intravenosamente por períodos de até 24 horas. Outros dados sugerem que dobrando a dose de Naltrexona, ocorre bloqueio por 48 horas e triplicando a dose, ocorre bloqueio por cerca de 72 horas.
A Naltrexona bloqueia os efeitos de opióides pela ligação competitiva (análoga à inibição competitiva de enzimas) aos receptores opióides. Isto faz com que o bloqueio produzido seja potencialmente superável, mas ocorrendo bloqueio cheio com Naltrexona, com a administração de doses muito altas de opióides, resultou em sintomas4 excessivos de liberação de histamina5 em pacientes experimentais.
O mecanismo de ação da Naltrexona no alcoolismo não é compreendido, contudo, o envolvimento do sistema endógeno opióide é sugerido nos resultados pré-clínicos. A Naltrexona, um antagonista2 opióide receptor, liga-se competitivamente a tais receptores e pode bloquear os efeitos dos opióides endógenos. Os antagonistas dos opióides têm mostrado a redução de consumo de álcool pelos animais e a Naltrexona tem mostrado a redução de consumo de álcool nos estudos clínicos.
A terapia com Naltrexona não é adversa e não causa reação do tipo-dissulfiram mesmo como resultado do uso de opióide ou com a ingestão de álcool.
Farmacocinética: A Naltrexona é um antagonista2 receptor opióide puro. Embora bem absorvida oralmente, está sujeita a metabolismo6 significativo de primeiro passo com biodisponibilidade oral estimada em 5 a 40%. Atribui-se a atividade da Naltrexona à droga e seu metabólito7 6-ß-naltrexol. A droga e seus metabólitos8 são excretados primariamente pelo rim9 (53% a 79% da dose), contudo, a excreção urinária de Naltrexona não modificada é de menos de 2% de uma dose oral e a excreção fecal é um meio de eliminação menor. Os valores da meia-vida de eliminação t1/2 para a Naltrexona e o 6-ß-naltrexol são de 4 horas e 13 horas respectivamente. A Naltrexona e o 6-ß-naltrexol são dose proporcionais em termos de AUC10 e Cmáx na faixa de 50 a 200 mg e não acumulável após doses diárias de 100 mg.
Absorção: Após absorção oral, a Naltrexona é rápida e quase completamente absorvida sendo cerca de 96% da dose absorvidas pelo trato gastrointestinal. Os níveis de pico plasmático da Naltrexona e do 6-ß-naltrexol ocorrem dentro de uma hora após ingestão da dose.
Distribuição: O volume de distribuição da Naltrexona após administração intravenosa é estimado em 1350 litros. Testes in vitro com plasma11 humano mostram que a Naltrexona é ligada em 21% às proteínas12 plasmáticas na faixa de dose terapêutica13.
Metabolismo6: O clearance sistêmico14, após administração intravenosa de Naltrexona é de aproximadamente 3,5 litros/minuto, que excede o fluxo de sangue15 hepático (1,2 litros/minuto). Isto sugere que a Naltrexona é uma droga muito extraível (> 98% metabolizada) e que os sítios extra-hepáticos de metabolismo6 da droga existem. O maior metabólito7 da Naltrexona é o 6-ß-naltrexol. Existem dois metabólitos8 menores que são o 2-hidroxi-3-metoxi-6-ß-naltrexol e o 2-hidroxi-3-metil-naltrexona. A Naltrexona e seus metabólitos8 são também conjugados para formar produtos metabólicos adicionais.
Eliminação: O clearance renal16 da Naltrexona varia de 30 a 127 ml/minuto e sugere que a eliminação renal16 é feita primariamente por filtração glomerular. Em comparação o clearance renal16 para o 6-ß-naltrexol varia de 230 a 369 ml/minuto, sugerindo um mecanismo adicional secretório renal16 tubular. A excreção urinária da Naltrexona não modificada é de cerca de 2% da dose oral; a excreção urinária do 6-ß-naltrexol não modificado e conjugado é de 43% da dose oral.
O perfil farmacocinético da Naltrexona sugere que a mesma e seus metabólitos8 podem sofrer reciclagem enterohepática.
Deficiência Hepática17 e Renal16: A Naltrexona parece ter sítios extra-hepáticos para a metabolização da droga e seu metabólito7 principal sofre secreção tubular ativa. Estudos adequados em paciente com deficiências hepática17 e renal16 graves ainda não foram realizados.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Cristalino: 1. Lente gelatinosa, elástica e convergente que focaliza a luz que entra no olho, formando imagens na retina. A distância focal do cristalino é modificada pelo movimento dos músculos ciliares, permitindo ajustar a visão para objetos próximos ou distantes. Isso se chama de acomodação do olho à distância do objeto. 2. Diz-se do grupo de cristais cujos eixos cristalográficos são iguais nas suas relações angulares gerais constantes 3. Diz-se de rocha constituída quase que totalmente por cristais ou fragmentos de cristais 4. Diz-se do que permite que passem os raios de luz e em consequência que se veja através dele; transparente. 5. Límpido, claro como o cristal.
2 Antagonista: 1. Opositor. 2. Adversário. 3. Em anatomia geral, que ou o que, numa mesma região anatômica ou função fisiológica, trabalha em sentido contrário (diz-se de músculo). 4. Em medicina, que realiza movimento contrário ou oposto a outro (diz-se de músculo). 5. Em farmácia, que ou o que tende a anular a ação de outro agente (diz-se de agente, medicamento etc.). Agem como bloqueadores de receptores. 6. Em odontologia, que se articula em oposição (diz-se de ou qualquer dente em relação ao da maxila oposta).
3 Constrição: 1. Ação ou efeito de constringir, mesmo que constrangimento (ato ou efeito de reduzir). 2. Pressão circular que faz diminuir o diâmetro de um objeto; estreitamento. 3. Em medicina, é o estreitamento patológico de qualquer canal ou esfíncter; estenose.
4 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Histamina: Em fisiologia, é uma amina formada a partir do aminoácido histidina e liberada pelas células do sistema imunológico durante reações alérgicas, causando dilatação e maior permeabilidade de pequenos vasos sanguíneos. Ela é a substância responsável pelos sintomas de edema e irritação presentes em alergias.
6 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
7 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
8 Metabólitos: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
9 Rim: Os rins são órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
10 AUC: A área sob a curva ROC (Receiver Operator Characteristic Curve ou Curva Característica de Operação do Receptor), também chamada de AUC, representa a acurácia ou performance global do teste, pois leva em consideração todos os valores de sensibilidade e especificidade para cada valor da variável do teste. Quanto maior o poder do teste em discriminar os indivíduos doentes e não doentes, mais a curva se aproxima do canto superior esquerdo, no ponto que representa a sensibilidade e 1-especificidade do melhor valor de corte. Quanto melhor o teste, mais a área sob a curva ROC se aproxima de 1.
11 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
12 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
13 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
14 Sistêmico: 1. Relativo a sistema ou a sistemática. 2. Relativo à visão conspectiva, estrutural de um sistema; que se refere ou segue um sistema em seu conjunto. 3. Disposto de modo ordenado, metódico, coerente. 4. Em medicina, é o que envolve o organismo como um todo ou em grande parte.
15 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
16 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
17 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.

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