FARMACODINÂMICA BREVIBLOC

Atualizado em 28/05/2016
Os estudos de farmacologia1 clínica em voluntários normais têm confirmado a atividade betabloqueadora do BREVIBLOC(, mostrando redução da freqüência cardíaca em repouso e durante exercício e atenuação dos aumentos de freqüência cardíaca induzidos pelo isoproterenol.
Os níveis sangüíneos do BREVIBLOC( correlacionam-se com a extensão de bloqueio beta. Após o término da infusão, observa-se uma recuperação substancial do bloqueio beta em 10-20 minutos.
Em estudos de eletrofisiologia humana, BREVIBLOC( produziu efeitos típicos de um betabloqueador: diminuição da freqüência cardíaca, aumento na duração do ciclo sinusal, prolongamento do tempo de recuperação do nódulo sinusal2, prolongamento do intervalo AH durante o ritmo sinusal normal e durante a freqüência atrial e um aumento na duração do cicio anterógrado de Wenckebach.
Em pacientes submetidos a angiografia3 radionuclídea, BREVIBLOC(, nas doses de 200 mcg/kg/min (0,2 mg/kg/min), produziu reduções na freqüência cardíaca, na pressão arterial sistólica4, no produto pressão/freqüência, fração de ejeção ventricular esquerda e direita e índice cardíaco em repouso, que foram semelhantes em magnitude aos produzidos pelo propranolol intravenoso (4 mg). Durante o exercício, o BREVIBLOC( produziu reduções na freqüência cardíaca, no produto pressão/freqüência e índice cardíaco, que foram também semelhantes àquelas produzidas pelo propranolol, mas provocou uma queda significativamente maior na pressão arterial sistólica4. Em pacientes submetidos à cateterização cardíaca5, a dose terapêutica6 máxima de 300 mcg/kg/min (0,3 mg/kg/min) do BREVIBLOC( produziu efeitos semelhantes e, além disso, houve aumentos clinicamente não-significativos na pressão diastólica7 final do ventrículo esquerdo e pressão capilar8 pulmonar encunhada. Trinta minutos após a descontinuação da infusão de BREVIBLOC(, todos os parâmetros hemodinâmicos haviam retomado aos níveis pré-tratamento.
A cardio-seletividade relativa do BREVIBLOC( foi demonstrada em 10 pacientes portadores de asma9 leve. As infusões de BREVIBLOC( (100, 200 e 300 mcg/kg/min (0, 1, 0,2 e 0,3 mg/kg/min) produziram aumentos não-significativos na resistência específica das vias aéreas, em comparação com placebo10. Na dose de 300 mcg/kg/min (0,3 mg/kg/min), BREVIBLOC( produziu um ligeiro aumento na sensibilidade broncomotora a estímulos de ar seco. Esses efeitos não foram clinicamente significativos, sendo BREVIBLOC( bem tolerado por todos os pacientes.
Seis dos pacientes também receberam propranolol intravenoso, sendo que dois apresentaram broncoespasmo11 sintomático12 com a dose de 1 mg, necessitando de tratamento com broncodilatador13. Um outro paciente, tratado com propranolol, também experimentou broncoespasmo11 induzido por ar seco. Nenhum efeito adverso pulmonar foi observado nos pacientes com DPOC que receberam doses terapêuticas de BREVIBLOC( para tratamento de taquicardia14 supraventricular (51 pacientes) ou em condições perioperatórias (32 pacientes).
Taquicardia14 Supraventricular
Em dois estudos comparativos controlados, multicêntricos, randomizados, duplo-cegos de BREVIBLOC( com placebo10 e propranolol, doses de manutenção de 50 a 300 mcg/kg/min (0,5 a 0,3 mg/kg/min) de BREVIBLOC( mostraram-se mais efetivas do que as de placebo10 e, aproximadamente, tão eficazes quanto o propranolol, 3-6 mg administrado em injeções em bolo, no tratamento da taquicardia14 supraventricular, principalmente fibrilação atrial e "flutter" atrial. A maioria desses pacientes desenvolveu essas arritmias15 no período pós-operatório. Cerca de 60-70% dos pacientes tratados com BREVIBLOC( apresentaram o efeito terapêutica6 desejado (uma redução de 20% na freqüência cardíaca, uma diminuição na freqüência cardíaca para menos do que 100 bpm, ou raramente, conversão a RSN), sendo que, aproximadamente, 95% dos que responderam, o fizeram na dose de 200 mcg/kg/min (0,2 mg/kg/min) ou menos. A dose eficaz média do BREVIBLOC( foi de, aproximadamente, 100-115 mcg/kg/min (0,1-0,115 mg/kg/min) nos dois estudos. Outros estudos multicêntricos controlados em relação ao estado basal apresentaram resultados essencialmente semelhantes. Na comparação com propranolol, aproximadamente 50% dos pacientes em ambos os grupos, BREVIBLOC( e propranolol, eram concomitantemente tratados com digoxina. As velocidades de resposta foram ligeiramente maiores com ambos os betabloqueadores nos pacientes tratados com digoxina.
Em todos os estudos ocorreram diminuições significativas da pressão arterial16 em 20-50% dos pacientes, que foram identificados tanto como relatos de reações adversas pelos investigadores, como pela observação de uma pressão sistólica17 inferior a 90 mmHg ou pressão diastólica7 menor do que 50 mmHg.
A hipotensão18 foi sintomática19 (principalmente diaforese20 ou tontura21) em aproximadamente 12% dos pacientes, tendo a terapia sido descontinuada em, aproximadamente, 11 % dos pacientes, cerca da metade dos quais estava sintomática19. Em comparação com o propranolol, a hipotensão18 foi aproximadamente 3 vezes mais freqüente com BREVIBLOC(, 53% vs. 17%. A hipotensão18 foi rapidamente reversível com a diminuição da velocidade de infusão ou após descontinuação da terapia com BREVIBLOC(. Tanto para BREVIBLOC( como para o propranolol, a hipotensão18 foi menos frequentemente relatada em pacientes recebendo digoxina concomitantemente.
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Farmacologia: Ramo da medicina que estuda as propriedades químicas dos medicamentos e suas respectivas classificações.
2 Nódulo Sinusal: Pequena massa de fibras musculares cardíacas modificadas, localizada na junção da VEIA CAVA SUPERIOR com o átrio direito. Os impulsos da contração provavelmente começam neste nó, propagam-se pelo átrio (ÁTRIO CARDÍACO) sendo então transmitidos pelo feixe de His (FEIXE ATRIOVENTRICULAR) para o ventrículo (VENTRÍCULO CARDÍACO).
3 Angiografia: Método diagnóstico que, através do uso de uma substância de contraste, permite observar a morfologia dos vasos sangüíneos. O contraste é injetado dentro do vaso sangüíneo e o trajeto deste é acompanhado através de radiografias seriadas da área a ser estudada.
4 Pressão arterial sistólica: É a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco, é também chamada de pressão máxima.
5 Cateterização cardíaca: Também conhecida como cinecoronariografia, angiografia coronária ou estudo hemodinâmico; ela é um exame invasivo que pode ser realizado de forma eletiva para confirmar a presença de obstruções das artérias coronárias ou avaliar o funcionamento das válvulas e do músculo cardíaco, especialmente quando está sendo programada uma intervenção (angioplastia, por exemplo) ou em situações de emergência, para determinar a exata localização da obstrução que está causando o infarto agudo do miocárdio e planejar a melhor estratégia de tratamento.
6 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
7 Pressão Diastólica: É a pressão mais baixa detectada no sistema arterial sistêmico, observada durante a fase de diástole do ciclo cardíaco. É também denominada de pressão mínima.
8 Capilar: 1. Na medicina, diz-se de ou tubo endotelial muito fino que liga a circulação arterial à venosa. Qualquer vaso. 2. Na física, diz-se de ou tubo, em geral de vidro, cujo diâmetro interno é diminuto. 3. Relativo a cabelo, fino como fio de cabelo.
9 Asma: Doença das vias aéreas inferiores (brônquios), caracterizada por uma diminuição aguda do calibre bronquial em resposta a um estímulo ambiental. Isto produz obstrução e dificuldade respiratória que pode ser revertida de forma espontânea ou com tratamento médico.
10 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
11 Broncoespasmo: Contração do músculo liso bronquial, capaz de produzir estreitamento das vias aéreas, manifestado por sibilos no tórax e falta de ar. É uma contração vista com freqüência na asma.
12 Sintomático: 1. Relativo a ou que constitui sintoma. 2. Que é efeito de alguma doença. 3. Por extensão de sentido, é o que indica um particular estado de coisas, de espírito; revelador, significativo.
13 Broncodilatador: Substância farmacologicamente ativa que promove a dilatação dos brônquios.
14 Taquicardia: Aumento da frequência cardíaca. Pode ser devido a causas fisiológicas (durante o exercício físico ou gravidez) ou por diversas doenças como sepse, hipertireoidismo e anemia. Pode ser assintomática ou provocar palpitações.
15 Arritmias: Arritmia cardíaca é o nome dado a diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos batimentos cardíacos.
16 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
17 Pressão sistólica: É a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco. É também chamada de pressão máxima.
18 Hipotensão: Pressão sanguínea baixa ou queda repentina na pressão sanguínea. A hipotensão pode ocorrer quando uma pessoa muda rapidamente de uma posição sentada ou deitada para a posição de pé, causando vertigem ou desmaio.
19 Sintomática: 1. Relativo a ou que constitui sintoma. 2. Que é efeito de alguma doença. 3. Por extensão de sentido, é o que indica um particular estado de coisas, de espírito; revelador, significativo.
20 Diaforese: Sudação, transpiração intensa.
21 Tontura: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.

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