INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE BROMETO DE ROCURÔNIO

Atualizado em 28/05/2016

Propriedades farmacodinâmicas
Brometo de rocurônio é um agente bloqueador neuromuscular não despolarizante de ação intermediária, com rápido início de ação, que apresenta todas as ações farmacológicas características desta classe de fármacos (curariforme). Brometo de rocurônio atua competindo pelos colinorreceptores nicotínicos da placa1 motora terminal. Esta ação é antagonizada pelos inibidores da acetilcolinesterase, tais como neostigmina, edrofônio e piridostigmina.

A DE90 (dose requerida para produzir uma depressão de 90% da transmissão neuromuscular do polegar à estimulação do nervo ulnar) durante a anestesia2 intravenosa é de aproximadamente 0,3 mg/kg de peso corporal.
Dentro de 60 segundos após a administração intravenosa de uma dose de 0,6 mg/kg de peso corporal de brometo de rocurônio (2 vezes a DE90 sob anestesia2 intravenosa) podem ser obtidas condições de intubação adequadas em quase todos os pacientes, dos quais 80% apresentam condições de intubação classificadas como excelentes. Dentro de 2 minutos estabelece-se uma paralisia3 muscular geral adequada para qualquer tipo de intervenção cirúrgica. A duração clínica do bloqueio (duração até a recuperação espontânea de 25% da transmissão neuromuscular) com esta dose é de 30 - 40 minutos. A duração total (tempo até a recuperação espontânea de 90% da transmissão neuromuscular) é de 50 minutos. O tempo médio para a recuperação espontânea de 25 a 75% da transmissão neuromuscular (índice de recuperação), depois de uma dose em bolo de brometo de rocurônio de 0,6 mg/kg de peso corporal, é de 14 minutos. Doses de brometo de rocurônio inferiores a 0,3 - 0,45 mg/kg de peso corporal (1-1 1/2 vezes a DE90) prolongam o início de ação e diminuem a duração da ação.
Após a administração de brometo de rocurônio em uma dose de 0,45 mg/kg de peso corporal obtêm-se condições de intubação aceitáveis após 90 segundos.
Após uma dose de 1,0 mg/kg de peso de brometo de rocurônio durante a indução de seqüência rápida de anestesia2, são obtidas condições adequadas de intubação dentro de 60 segundos em 93% dos pacientes sob anestesia2 propofol e em 96% dos pacientes sob anestesia2 com fentanil/tiopental. Destas, 70% são classificadas como excelentes. A duração clínica com esta dose aproxima-se de 1 hora, tempo em que o bloqueio neuromuscular pode ser revertido com segurança. Após uma dose de 0,6 mg/kg de peso de brometo de rocurônio durante a indução de seqüência rápida de anestesia2, são obtidas condições adequadas de intubação dentro de 60 segundos em 81% dos pacientes sob anestesia2 com propofol e 75% dos pacientes sob anestesia2 com fentanil/tiopental.
Com doses superiores a a 1mg/kg de peso as condições de intubação não melhoram apreciavelmente, no entanto, a duração de ação se prolonga. Doses superiores a 4 vezes a DE90 não foram estudadas.
A duração de ação da dose de manutenção de 0,15 mg/kg de peso corporal de brometo de rocurônio pode ser mais longa sob anestesia2 com enflurano e isoflurano em pacientes geriátricos e em pacientes com alterações hepáticas4 e/ou renais (aproximadamente 20 minutos) do que em pacientes sem deterioração das funções dos órgãos excretores sob anestesia2 intravenosa (aproximadamente 13 minutos). Não foram observados efeitos cumulativos (aumento progressivo da duração de ação) com repetidas doses de manutenção no nível recomendado.
Após infusão contínua na unidade de terapia intensiva5, o tempo para recuperação da razão de TOF para 0,7 depende do nível de bloqueio ao final da infusão. Após uma infusão contínua por 20 horas ou mais, a faixa média de tempo entre o retorno de T2 ao estímulo de TOF e a recuperação da razão de TOF para 0,7 é de aproximadamente 1,5 (1 - 5) horas em pacientes sem falência múltipla de órgãos e de 4 (1 - 25) horas em pacientes com falência múltipla de órgãos.
Em pacientes que serão submetidos à cirurgia cardiovascular, as alterações cardiovasculares mais comuns durante o início de ação do bloqueio máximo após uma dose de 0,6 - 0,9 mg/kg de peso de brometo de rocurônio são um aumento pequeno e clinicamente insignificante da freqüência cardíaca de até 9%, e um aumento da pressão sangüínea6 arterial média de até 16% em relação aos valores de controle.
A administração de inibidores da acetilcolinesterase, tais como neostigmina, piridostigmina ou edrofônio, antagoniza a ação de brometo de rocurônio.

Propriedades farmacocinéticas
Após a administração intravenosa de brometo de rocurônio, a concentração plasmática estabelece-se em três fases exponenciais.
Em adultos normais a média da meia-vida de eliminação (95% IC) é de 73 (66 - 80) minutos, o volume aparente de distribuição em condições de equilíbrio dinâmico é de 203 (193 - 214) ml/kg e o clearance plasmático é de 3,7 (3,5 - 3,9) ml/kg/min.
Em estudos clínicos controlados, o clearance plasmático mostrou-se diminuído em pacientes geriátricos e em pacientes com deficiências hepáticas4 ou renais. No entanto, na maioria dos estudos não foram alcançados os limites de significação estatística.
Em pacientes com doença hepática7, a média da meia-vida de eliminação prolonga-se em 30 minutos e a média do clearance plasmático é reduzida em 1 ml/kg/min.
Quando o brometo de rocurônio é administrado como infusão contínua para facilitar a ventilação8 mecânica por 20 horas ou mais, a média da meia-vida de eliminação e a média do volume aparente de distribuição no estado de equilíbrio dinâmico são aumentadas.
Em estudos clínicos controlados foi encontrada uma grande variabilidade entre os pacientes, relacionada à natureza e extensão da falência (múltipla) de órgãos e a características individuais do paciente. Em pacientes com falência múltipla de órgãos foram encontrados uma meia-vida média (± DP) de eliminação de 21,5 (± 3,3) horas, um volume aparente de distribuição de 1,5 (± 0,8) l/kg no estado de equilíbrio dinâmico e um clearance plasmático de 2,1 (± 0,8) ml/kg/min.
O brometo de rocurônio é excretado na urina9 e na bile10. A excreção na urina9 é de cerca de 40% dentro de 12 - 24 horas. Após a injeção11 de uma dose de brometo de rocurônio marcado com radioatividade a excreção do composto radioativo12 é, em média, de 47% na urina9 e 43% nas fezes após 9 dias. Aproximadamente 50% é recuperado inalterado.

DADOS DE ESTUDOS PRÉ-CLÍNICOS
Não há nenhum modelo animal apropriado para estudar as situações extremamente complexas de um paciente na unidade de terapia intensiva5. Assim, a segurança do uso de brometo de rocurônio na facilitação da ventilação8 mecânica na unidade de terapia intensiva5 baseia-se principalmente nos resultados obtidos em estudos clínicos.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Placa: 1. Lesão achatada, semelhante à pápula, mas com diâmetro superior a um centímetro. 2. Folha de material resistente (metal, vidro, plástico etc.), mais ou menos espessa. 3. Objeto com formato de tabuleta, geralmente de bronze, mármore ou granito, com inscrição comemorativa ou indicativa. 4. Chapa que serve de suporte a um aparelho de iluminação que se fixa em uma superfície vertical ou sobre uma peça de mobiliário, etc. 5. Placa de metal que, colocada na dianteira e na traseira de um veículo automotor, registra o número de licenciamento do veículo. 6. Chapa que, emitida pela administração pública, representa sinal oficial de concessão de certas licenças e autorizações. 7. Lâmina metálica, polida, usualmente como forma em processos de gravura. 8. Área ou zona que difere do resto de uma superfície, ordinariamente pela cor. 9. Mancha mais ou menos espessa na pele, como resultado de doença, escoriação, etc. 10. Em anatomia geral, estrutura ou órgão chato e em forma de placa, como uma escama ou lamela. 11. Em informática, suporte plano, retangular, de fibra de vidro, em que se gravam chips e outros componentes eletrônicos do computador. 12. Em odontologia, camada aderente de bactérias que se forma nos dentes.
2 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
3 Paralisia: Perda total da força muscular que produz incapacidade para realizar movimentos nos setores afetados. Pode ser produzida por doença neurológica, muscular, tóxica, metabólica ou ser uma combinação das mesmas.
4 Hepáticas: Relativas a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
5 Terapia intensiva: Tratamento para diabetes no qual os níveis de glicose são mantidos o mais próximo do normal possível através de injeções freqüentes ou uso de bomba de insulina, planejamento das refeições, ajuste em medicamentos hipoglicemiantes e exercícios baseados nos resultados de testes de glicose além de contatos freqüentes entre o diabético e o profissional de saúde.
6 Pressão sangüínea: Força exercida pelo sangue arterial por unidade de área da parede arterial. É expressa como uma razão (Exemplo: 120/80, lê-se 120 por 80). O primeiro número é a pressão sistólica ou pressão máxima. E o segundo número é a presão diastólica ou mínima.
7 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
8 Ventilação: 1. Ação ou efeito de ventilar, passagem contínua de ar fresco e renovado, num espaço ou recinto. 2. Agitação ou movimentação do ar, natural ou provocada para estabelecer sua circulação dentro de um ambiente. 3. Em fisiologia, é o movimento de ar nos pulmões. Perfusão Em medicina, é a introdução de substância líquida nos tecidos por meio de injeção em vasos sanguíneos.
9 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
10 Bile: Agente emulsificador produzido no FÍGADO e secretado para dentro do DUODENO. Sua composição é formada por s ÁCIDOS E SAIS BILIARES, COLESTEROL e ELETRÓLITOS. A bile auxilia a DIGESTÃO das gorduras no duodeno.
11 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
12 Radioativo: Que irradia ou emite radiação, que contém radioatividade.

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.