
REAÇÕES ADVERSAS CLORIDRATO DE DOXORRUBICINA
VIA INTRAVENOSA: MIELOSSUPRESSÃO E CARDIOTOXIDADE SÃO AS DUAS MAIORES REAÇÕES ADVERSAS (VIDE “PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS”).
ALOPECIA1 É A MAIS FREQÜENTE REAÇÃO ADVERSA E OCORRE EM 85% DOS CASOS TRATADOS. NO HOMEM SE ACOMPANHA DE UMA PARADA DO CRESCIMENTO DA BARBA. ISSO É HABITUALMENTE REVERSÍVEL NO FINAL DO TRATAMENTO. ESTOMATITE2 PODE OCORRER CERCA DE 5 -10 DIAS APÓS A ADMINISTRAÇÃO E É CARACTERIZADA POR ÁREAS DE EROSÃO MUITO DOLOROSAS AO LONGO DAS MARGENS DA LÍNGUA3 OU NA MUCOSA4 SUBLINGUAL. O ESQUEMA DE DOSAGEM EM QUE DOXORRUBICINA É ADMINISTRADO EM TRÊS DIAS CONSECUTIVOS CAUSA UMA INCIDÊNCIA5 E GRAVIDADE MAIORES DE ESTOMATITE2. NÁUSEA6, VÔMITO7 E DIARRÉIA8 PODEM OCORRER. HÁ RELATOS DE FEBRES, CALAFRIOS9 E URTICÁRIA10.
ANAFILAXIA11 PODE OCORRER.
LESÕES12 GRAVES DOS TECIDOS, INCLUSIVE NECROSE13, PODEM OCORRER SE HOUVER EXTRAVASAMENTO DE DOXORRUBICINA DURANTE A ADMINISTRAÇÃO; ESPECIALMENTE NOS CASOS DE VEIAS14 PEQUENAS OU QUANDO É UTILIZADA A MESMA VEIA DURANTE ADMINISTRAÇÕES REPETIDAS, TEM SIDO RELATADA ESCLEROSE15 VENOSA.
VIA INTRAVESICAL: PODEM OCORRER REAÇÕES ADVERSAS COMO HEMATÚRIA16, ARDOR17 E DOR NA BEXIGA18 E NA URETRA19, DISÚRIA20, ESTRANGÚRIA E MICÇÃO21 FREQÜENTE.
ESSAS REAÇÕES SÃO HABITUALMENTE DE INTENSIDADE MODERADA E DE CURTA DURAÇÃO.
- ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA:
Administração: cloridrato de doxorrubicina não é ativo por via oral e não deve ser administrada por via intramuscular ou intratecal. Sua administração deve ser feita somente por injeção22 intravenosa ou, no caso da tratamento loco-regional de tumores, por infusão intra-arterial lenta ou por administração tópica intravesical por meio de um catéter.
É recomendado que na administração por via intravenosa, a mesma seja feita através do tubo de um equipo de infusão, independentemente do gotejamento, após a verificação de que a agulha está corretamente na veia. Essa técnica diminui o risco de extravasamento perivenoso do medicamento e permite a lavagem da veia após a administração.
Cloridrato de doxorrubicina deve ser dissolvido em solução de cloreto de sódio a 0,9% ou em água para injeção22.
A concentração recomendada é de 2 mg/mL.
No caso de terapia intravesical a concentração recomendada é de 1 mg/mL.
Cloridrato de doxorrubicina deverá ser dissolvido em água para injeção22 à temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C).
Após a introdução do diluente, o conteúdo do frasco-ampola se dissolve sob agitação.
Tem sido demonstrado que a administração de uma dose única a cada três semanas reduz muito o efeito tóxico desagradável representando pelas mucosites23; de outro lado dividindo a dose em três dias sucessivos (20-25 mg/m2 em cada dia) consegue-se maior eficácia mesmo às custas de toxicidade24 mais elevada.
A dose será reduzida em pacientes que tenham sido tratados anteriormente com outros citotóxicos25 e em pacientes idosos.
Posologia
Via intravenosa: a dose é habitualmente calculada com base na área de superfície corpórea.
Quando usada como agente antitumoral isolado, a dose recomendada nos adultos é de 60-70 mg/m2 a cada três semanas.
Por outro lado, quando usada em associação com outros agentes antitumorais, a dose de doxorrubicina será reduzida para 25-50 mg/m2 a cada três semanas.
Se a função hepática26 se apresentar insuficiente, a dose de cloridrato de doxorrubicina será reduzida da acordo com a tabela seguinte.
A dose cumulativa de cloridrato de doxorrubicina por via intravenosa, independentemente do plano de dosagem, não deve ultrapassar 550 mg/m2 de área de superfície corpórea.
Apesar da excreção renal27 baixa a insuficiência28 moderada da função renal27 não requer habitualmente uma redução da dose recomendada.
Via intravesical: cloridrato de doxorrubicina é usado por administração intravesical no tratamento do carcinoma29 monocítico, tumores papilares de bexiga18 e carcinoma in situ30. Todavia, esta via não será utilizada no caso de tratamento de tumores invasivos que tenham penetrado na parede da bexiga18. A dose recomendada para tratamento tópico31 intravesical é de 50 mg por instilação, a ser administrada com intervalos variáveis de 1 semana a 1 mês.
A freqüência de administração e a duração ficam a critério médico, dependendo do tratamento ser profilático ou curativo.
Para evitar uma diluição excessiva pela urina32, o paciente será instruído no sentido de não ingerir qualquer líquido nas 12 horas que antecedam a instilação. Isto limitará a produção de urina32 para aproximadamente 50 mL por hora.
A exposição à solução medicamentosa durante 1 hora é geralmente suficiente e o paciente deve ser instruído a urinar somente ao término deste período de tempo.
Reconstituição
Para a reconstituição do conteúdo do frasco-ampola de cloridrato de doxorrubicina pó liófilo para solução 10 mg deve-se utilizar 5 mL de água para injeção22 e para o frasco-ampola de cloridrato de doxorrubicina pó liófilo para solução 50 mg deve-se utilizar 25 mL de água para injeção22.
A solução obtida após o acréscimo da água para injeção22 pode ser conservada ao abrigo da luz durante 24 horas em lugar fresco (entre 8°C e 15°C), ou durante 48 horas à temperatura entre 4°C e 10°C.
- SUPERDOSAGEM:
A superdosagem aguda com cloridrato de doxorrubicina aumenta os efeitos tóxicos de mucosite33, leucopenia34 e trombocitopenia35. Superdosagem crônica, com doses cumulativas excedendo 550 mg/m2 aumentam o risco de cardiomiopatia e de insuficiência cardíaca congestiva36. O tratamento de superdosagem aguda consiste no tratamento de pacientes gravemente mielodeprimidos com hospitalização, antibióticos, transfusão37 de plaquetas38 e granulócitos39 e tratamento sintomático40 da mucosite33. O tratamento da superdosagem crônica consiste no controle rigoroso de insuficiência cardíaca congestiva36 com digitálicos e diuréticos41.