REAÇÕES ADVERSAS CLORIDRATO DE DOXORRUBICINA

Atualizado em 28/05/2016

VIA INTRAVENOSA: MIELOSSUPRESSÃO E CARDIOTOXIDADE SÃO AS DUAS MAIORES REAÇÕES ADVERSAS (VIDE “PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS”).

ALOPECIA1 É A MAIS FREQÜENTE REAÇÃO ADVERSA E OCORRE EM 85% DOS CASOS TRATADOS. NO HOMEM SE ACOMPANHA DE UMA PARADA DO CRESCIMENTO DA BARBA. ISSO É HABITUALMENTE REVERSÍVEL NO FINAL DO TRATAMENTO. ESTOMATITE2 PODE OCORRER CERCA DE 5 -10 DIAS APÓS A ADMINISTRAÇÃO E É CARACTERIZADA POR ÁREAS DE EROSÃO MUITO DOLOROSAS AO LONGO DAS MARGENS DA LÍNGUA3 OU NA MUCOSA4 SUBLINGUAL. O ESQUEMA DE DOSAGEM EM QUE DOXORRUBICINA É ADMINISTRADO EM TRÊS DIAS CONSECUTIVOS CAUSA UMA INCIDÊNCIA5 E GRAVIDADE MAIORES DE ESTOMATITE2. NÁUSEA6, VÔMITO7 E DIARRÉIA8 PODEM OCORRER. HÁ RELATOS DE FEBRES, CALAFRIOS9 E URTICÁRIA10.

ANAFILAXIA11 PODE OCORRER.

LESÕES12 GRAVES DOS TECIDOS, INCLUSIVE NECROSE13, PODEM OCORRER SE HOUVER EXTRAVASAMENTO DE DOXORRUBICINA DURANTE A ADMINISTRAÇÃO; ESPECIALMENTE NOS CASOS DE VEIAS14 PEQUENAS OU QUANDO É UTILIZADA A MESMA VEIA DURANTE ADMINISTRAÇÕES REPETIDAS, TEM SIDO RELATADA ESCLEROSE15 VENOSA.

VIA INTRAVESICAL: PODEM OCORRER REAÇÕES ADVERSAS COMO HEMATÚRIA16, ARDOR17 E DOR NA BEXIGA18 E NA URETRA19, DISÚRIA20, ESTRANGÚRIA E MICÇÃO21 FREQÜENTE.

ESSAS REAÇÕES SÃO HABITUALMENTE DE INTENSIDADE MODERADA E DE CURTA DURAÇÃO.

- ADMINISTRAÇÃO E POSOLOGIA:

Administração: cloridrato de doxorrubicina não é ativo por via oral e não deve ser administrada por via intramuscular ou intratecal. Sua administração deve ser feita somente por injeção22 intravenosa ou, no caso da tratamento loco-regional de tumores, por infusão intra-arterial lenta ou por administração tópica intravesical por meio de um catéter.

É recomendado que na administração por via intravenosa, a mesma seja feita através do tubo de um equipo de infusão, independentemente do gotejamento, após a verificação de que a agulha está corretamente na veia. Essa técnica diminui o risco de extravasamento perivenoso do medicamento e permite a lavagem da veia após a administração.

Cloridrato de doxorrubicina deve ser dissolvido em solução de cloreto de sódio a 0,9% ou em água para injeção22.

A concentração recomendada é de 2 mg/mL.

No caso de terapia intravesical a concentração recomendada é de 1 mg/mL.

Cloridrato de doxorrubicina deverá ser dissolvido em água para injeção22 à temperatura ambiente (entre 15°C e 30°C).

Após a introdução do diluente, o conteúdo do frasco-ampola se dissolve sob agitação.

Tem sido demonstrado que a administração de uma dose única a cada três semanas reduz muito o efeito tóxico desagradável representando pelas mucosites23; de outro lado dividindo a dose em três dias sucessivos (20-25 mg/m2 em cada dia) consegue-se maior eficácia mesmo às custas de toxicidade24 mais elevada.

A dose será reduzida em pacientes que tenham sido tratados anteriormente com outros citotóxicos25 e em pacientes idosos.


Posologia

Via intravenosa: a dose é habitualmente calculada com base na área de superfície corpórea.

Quando usada como agente antitumoral isolado, a dose recomendada nos adultos é de 60-70 mg/m2 a cada três semanas.

Por outro lado, quando usada em associação com outros agentes antitumorais, a dose de doxorrubicina será reduzida para 25-50 mg/m2 a cada três semanas.

Se a função hepática26 se apresentar insuficiente, a dose de cloridrato de doxorrubicina será reduzida da acordo com a tabela seguinte.



A dose cumulativa de cloridrato de doxorrubicina por via intravenosa, independentemente do plano de dosagem, não deve ultrapassar 550 mg/m2 de área de superfície corpórea.

Apesar da excreção renal27 baixa a insuficiência28 moderada da função renal27 não requer habitualmente uma redução da dose recomendada.



Via intravesical: cloridrato de doxorrubicina é usado por administração intravesical no tratamento do carcinoma29 monocítico, tumores papilares de bexiga18 e carcinoma in situ30. Todavia, esta via não será utilizada no caso de tratamento de tumores invasivos que tenham penetrado na parede da bexiga18. A dose recomendada para tratamento tópico31 intravesical é de 50 mg por instilação, a ser administrada com intervalos variáveis de 1 semana a 1 mês.

A freqüência de administração e a duração ficam a critério médico, dependendo do tratamento ser profilático ou curativo.

Para evitar uma diluição excessiva pela urina32, o paciente será instruído no sentido de não ingerir qualquer líquido nas 12 horas que antecedam a instilação. Isto limitará a produção de urina32 para aproximadamente 50 mL por hora.

A exposição à solução medicamentosa durante 1 hora é geralmente suficiente e o paciente deve ser instruído a urinar somente ao término deste período de tempo.


Reconstituição

Para a reconstituição do conteúdo do frasco-ampola de cloridrato de doxorrubicina pó liófilo para solução 10 mg deve-se utilizar 5 mL de água para injeção22 e para o frasco-ampola de cloridrato de doxorrubicina pó liófilo para solução 50 mg deve-se utilizar 25 mL de água para injeção22.

A solução obtida após o acréscimo da água para injeção22 pode ser conservada ao abrigo da luz durante 24 horas em lugar fresco (entre 8°C e 15°C), ou durante 48 horas à temperatura entre 4°C e 10°C.


- SUPERDOSAGEM:

A superdosagem aguda com cloridrato de doxorrubicina aumenta os efeitos tóxicos de mucosite33, leucopenia34 e trombocitopenia35. Superdosagem crônica, com doses cumulativas excedendo 550 mg/m2 aumentam o risco de cardiomiopatia e de insuficiência cardíaca congestiva36. O tratamento de superdosagem aguda consiste no tratamento de pacientes gravemente mielodeprimidos com hospitalização, antibióticos, transfusão37 de plaquetas38 e granulócitos39 e tratamento sintomático40 da mucosite33. O tratamento da superdosagem crônica consiste no controle rigoroso de insuficiência cardíaca congestiva36 com digitálicos e diuréticos41.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Alopécia: Redução parcial ou total de pêlos ou cabelos em uma determinada área de pele. Ela apresenta várias causas, podendo ter evolução progressiva, resolução espontânea ou ser controlada com tratamento médico. Quando afeta todos os pêlos do corpo, é chamada de alopécia universal.
2 Estomatite: Inflamação da mucosa oral produzida por infecção viral, bacteriana, micótica ou por doença auto-imune. É caracterizada por dor, ardor e vermelhidão da mucosa, podendo depositar-se sobre a mesma uma membrana brancacenta (leucoplasia), ou ser acompanhada de bolhas e vesículas.
3 Língua:
4 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
5 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
6 Náusea: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc.
7 Vômito: É a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Pode ser classificado como: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
8 Diarréia: Aumento do volume, freqüência ou quantidade de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação mais freqüente de alteração da absorção ou transporte intestinal de substâncias, alterações estas que em geral são devidas a uma infecção bacteriana ou viral, a toxinas alimentares, etc.
9 Calafrios: 1. Conjunto de pequenas contrações da pele e dos músculos cutâneos ao longo do corpo, muitas vezes com tremores fortes e palidez, que acompanham uma sensação de frio provocada por baixa temperatura, má condição orgânica ou ainda por medo, horror, nojo, etc. 2. Sensação de frio e tremores fortes, às vezes com bater de dentes, que precedem ou acompanham acessos de febre.
10 Urticária: Reação alérgica manifestada na pele como elevações pruriginosas, acompanhadas de vermelhidão da mesma. Pode afetar uma parte ou a totalidade da pele. Em geral é autolimitada e cede em pouco tempo, podendo apresentar períodos de melhora e piora ao longo de vários dias.
11 Anafilaxia: É um tipo de reação alérgica sistêmica aguda. Esta reação ocorre quando a pessoa foi sensibilizada (ou seja, quando o sistema imune foi condicionado a reconhecer uma substância como uma ameaça ao organismo). Na segunda exposição ou nas exposições subseqüentes, ocorre uma reação alérgica. Essa reação é repentina, grave e abrange o corpo todo. O sistema imune libera anticorpos. Os tecidos liberam histamina e outras substâncias. Esse mecanismo causa contrações musculares, constrição das vias respiratórias, dificuldade respiratória, dor abdominal, cãimbras, vômitos e diarréia. A histamina leva à dilatação dos vasos sangüíneos (que abaixa a pressão sangüínea) e o vazamento de líquidos da corrente sangüínea para os tecidos (que reduzem o volume de sangue) o que provoca o choque. Ocorrem com freqüência a urticária e o angioedema - este angioedema pode resultar na obstrução das vias respiratórias. Uma anafilaxia prolongada pode causar arritmia cardíaca.
12 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
13 Necrose: Conjunto de processos irreversíveis através dos quais se produz a degeneração celular seguida de morte da célula.
14 Veias: Vasos sangüíneos que levam o sangue ao coração.
15 Esclerose: 1. Em geriatria e reumatologia, é o aumento patológico de tecido conjuntivo em um órgão, que ocorre em várias estruturas como nervos, pulmões etc., devido à inflamação crônica ou por razões desconhecidas. 2. Em anatomia botânica, é o enrijecimento das paredes celulares das plantas, por espessamento e/ou pela deposição de lignina. 3. Em fitopatologia, é o endurecimento anormal de um tecido vegetal, especialemnte da polpa dos frutos.
16 Hematúria: Eliminação de sangue juntamente com a urina. Sempre é anormal e relaciona-se com infecção do trato urinário, litíase renal, tumores ou doença inflamatória dos rins.
17 Ardor: 1. Calor forte, intenso. 2. Mesmo que ardência. 3. Qualidade daquilo que fulge, que brilha. 4. Amor intenso, desejo concupiscente, paixão.
18 Bexiga: Órgão cavitário, situado na cavidade pélvica, no qual é armazenada a urina, que é produzida pelos rins. É uma víscera oca caracterizada por sua distensibilidade. Tem a forma de pêra quando está vazia e a forma de bola quando está cheia.
19 Uretra: É um órgão túbulo-muscular que serve para eliminação da urina.
20 Disúria: Dificuldade para urinar. Pode produzir ardor, dor, micção intermitente, etc. Em geral corresponde a uma infecção urinária.
21 Micção: Emissão natural de urina por esvaziamento da bexiga.
22 Injeção: Infiltração de medicação ou nutrientes líquidos no corpo através de uma agulha e seringa.
23 Mucosites: Inflamações de membranas mucosas, produzidas por uma infecção ou lesão secundária à radioterapia, quimioterapia, carências nutricionais, etc.
24 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
25 Citotóxicos: Diz-se das substâncias que são tóxicas às células ou que impedem o crescimento de um tecido celular.
26 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
27 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
28 Insuficiência: Incapacidade de um órgão ou sistema para realizar adequadamente suas funções.Manifesta-se de diferentes formas segundo o órgão comprometido. Exemplos: insuficiência renal, hepática, cardíaca, respiratória.
29 Carcinoma: Tumor maligno ou câncer, derivado do tecido epitelial.
30 Carcinoma in situ: Também denominado âcâncer não invasivoâ, é o primeiro estágio em que o câncer não originário das células sanguíneas pode ser classificado. No carcinoma in situ, as células cancerosas estão somente na camada da qual elas se desenvolveram e ainda não se espalharam para outras camadas do órgão de origem. São tumores em sua maioria curáveis se tratados antes que progridam para a fase de câncer invasivo.
31 Tópico: Referente a uma área delimitada. De ação limitada à mesma. Diz-se dos medicamentos de uso local, como pomadas, loções, pós, soluções, etc.
32 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
33 Mucosite: Inflamação de uma membrana mucosa, produzida por uma infecção ou lesão secundária à radioterapia, quimioterapia, carências nutricionais, etc.
34 Leucopenia: Redução no número de leucócitos no sangue. Os leucócitos são responsáveis pelas defesas do organismo, são os glóbulos brancos. Quando a quantidade de leucócitos no sangue é inferior a 6000 leucócitos por milímetro cúbico, diz-se que o indivíduo apresenta leucopenia.
35 Trombocitopenia: É a redução do número de plaquetas no sangue. Contrário de trombocitose. Quando a quantidade de plaquetas no sangue é inferior a 150.000/mm, diz-se que o indivíduo apresenta trombocitopenia (ou plaquetopenia). As pessoas com trombocitopenia apresentam tendência de sofrer hemorragias.
36 Insuficiência Cardíaca Congestiva: É uma incapacidade do coração para efetuar as suas funções de forma adequada como conseqüência de enfermidades do próprio coração ou de outros órgãos. O músculo cardíaco vai diminuindo sua força para bombear o sangue para todo o organismo.
37 Transfusão: Introdução na corrente sangüínea de sangue ou algum de seus componentes. Podem ser transfundidos separadamente glóbulos vermelhos, plaquetas, plasma, fatores de coagulação, etc.
38 Plaquetas: Elemento do sangue (não é uma célula porque não apresenta núcleo) produzido na medula óssea, cuja principal função é participar da coagulação do sangue através da formação de conglomerados que tamponam o escape do sangue por uma lesão em um vaso sangüíneo.
39 Granulócitos: Leucócitos que apresentam muitos grânulos no citoplasma. São divididos em três grupos, conforme as características (neutrofílicas, eosinofílicas e basofílicas) de coloração destes grânulos. São granulócitos maduros os NEUTRÓFILOS, EOSINÓFILOS e BASÓFILOS.
40 Sintomático: 1. Relativo a ou que constitui sintoma. 2. Que é efeito de alguma doença. 3. Por extensão de sentido, é o que indica um particular estado de coisas, de espírito; revelador, significativo.
41 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.

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