INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS STARFORM

Atualizado em 28/05/2016

NateglinidaEstudos in vitro indicam que a nateglinida é metabolizada principalmente pela enzima1 CYP 2C9 do citocromo P450 (70 %) e, em menor extensão, pela CYP 3A4 (30 %). A nateglinida é um potencial inibidor da CYP 2C9 in vivo, tal como se deduz da sua capacidade de inibição do metabolismo2 da tolbutamida in vitro. Com base nas experiências in vitro, não é esperada nenhuma inibição das reações metabólicas da CYP 3A4. De uma forma geral, estes resultados sugerem um baixo potencial para interações medicamentosas farmacocinéticas clinicamente significativas.
A nateglinida não tem efeito clinicamente relevante nas propriedades farmacocinéticas da varfarina (um substrato para CYP 3A4 e CYP 2C9), diclofenaco (um substrato para CYP 2C9), troglitazona (um indutor da CYP 3A4) ou digoxina. Desta forma, nenhum ajuste é necessário em conseqüência da administração concomitante da nateglinida com digoxina, varfarina ou diclofenaco. De forma semelhante, também não se verificou interação farmacocinética clinicamente significativa da nateglinida com outros agentes antidiabéticos orais3, tais como a metformina4 ou glibenclamida.
A nateglinida está muito ligada às proteínas5 plasmáticas (98 %), principalmente à albumina6. Estudos de deslocação in vitro com fármacos muito ligados as proteínas5, tais como furosemida, propranolol, captopril, nicardipina, pravastatina, glibenclamida, varfarina, fenitoína, ácido acetilsalícilico, tolbutamida e metformina4, não mostram influência na extensão da ligação da nateglinida às proteínas5. Da mesma forma, a nateglinida não tem influência nas ligações do propranolol, glibenclamida, nicardipina, varfarina, fenitoína, ácido acetilsalícilico e tolbutamida, às proteínas5 séricas.
Algumas drogas influenciam o metabolismo2 da glicose7 e, portanto, possíveis interações devem ser consideradas pelo médico.
A ação hipoglicemiante8 dos agentes antidiabéticos orais3 pode ser potencializada por determinados fármacos, incluindo agentes antiinflamatórios não esteróides, salicilatos, inibidores da monoaminoxidase9 e agentes bloqueadores beta adrenérgicos10 não seletivos.
A ação hipoglicemiante8 dos agentes antidiabéticos orais3 pode ser reduzida por certas drogas, incluindo tiazidas, corticosteróides, produtos para a tiróide e simpatomiméticos.
Quando estes fármacos são administrados a pacientes ou retirados de pacientes medicados com nateglinida, o paciente deve ser cuidadosamente observado quanto a alterações no controle da glicemia11.
Metformina4
•  Álcool: envenamento agudo12 por álcool aumenta o risco de acidose13 lática14, especialmente nos casos de jejum, mal nutrição15 e insuficiência hepática16. O álcool pontencializa o efeito da metformina4 sobre o metabolismo2 de lactato17.
•  Contrastes à base de iodo: vide "Contra-indicações".
•  A metformina4 pode interagir com a cimetidina (antagonista18-H2). Tem sido relatado que concentrações plasmáticas da metformina4 aumentam, quando ambas são administradas concomitantemente, desta forma, uma redução da dose da metformina4 pode ser necessária para diminuir o risco de acidose13 lática14.
•  Derivados cumarínicos: uma interação pode ocorrer com anticoagulantes19. Tem sido relatado que com o uso concomitante da metformina4, a eliminação de cumarínicos é aumentada, desta forma pode ser necessário um possível aumento na dose do anticoagulante20.
•  Interferência com a absorção de vitamina21 B12 pode conduzir à anemia22 em pacientes que tenham predisposição.
•  Os níveis sangüíneos da metformina4 podem ser diminuídos por goma guar e inibidores da alfa-glicosidase.
•  A metformina4 pode ser administrada concomitantemente com sulfoniluréias23. Nenhuma interação direta com outros anti-diabéticos orais é conhecida. Entretanto, a administração concomitante de substâncias que podem diminuir os níveis sangüíneos de glicose7 podem causar hipoglicemias se a dose da metformina4 não for ajustada. Estas hipoglicemias não são causadas pelo uso da metformina4, mas pelo efeito cumulativo de substâncias que diminuem a glicose7 no sangue24.
•  É importante lembrar que durante a terapêutica25 concomitante com outras substâncias que podem modificar os níveis de glicose7 sangüíneo, a dose da metformina4 pode ter que ser ajustada.
•  Uma eliminação aumentada de fenoprocumona foi relatada.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
2 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
3 Antidiabéticos orais: Quaisquer medicamentos que, administrados por via oral, contribuem para manter a glicose sangüínea dentro dos limites normais. Eles podem ser um hipoglicemiante, se forem capazes de diminuir níveis de glicose previamente elevados, ou um anti-hiperglicemiante, se agirem impedindo a elevação da glicemia após uma refeição.
4 Metformina: Medicamento para uso oral no tratamento do diabetes tipo 2. Reduz a glicemia por reduzir a quantidade de glicose produzida pelo fígado e ajudando o corpo a responder melhor à insulina produzida pelo pâncreas. Pertence à classe das biguanidas.
5 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
6 Albumina: Proteína encontrada no plasma, com importantes funções, como equilíbrio osmótico, transporte de substâncias, etc.
7 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
8 Hipoglicemiante: Medicamento que contribui para manter a glicose sangüínea dentro dos limites normais, sendo capaz de diminuir níveis de glicose previamente elevados.
9 Inibidores da monoaminoxidase: Tipo de antidepressivo que inibe a enzima monoaminoxidase (ou MAO), hoje usado geralmente como droga de terceira linha para a depressão devido às restrições dietéticas e ao uso de certos medicamentos que seu uso impõe. Deve ser considerada droga de primeira escolha no tratamento da depressão atípica (com sensibilidade à rejeição) ou agente útil no distúrbio do pânico e na depressão refratária. Pode causar hipotensão ortostática e efeitos simpaticomiméticos tais como taquicardia, suores e tremores. Náusea, insônia (associada à intensa sonolência à tarde) e disfunção sexual são comuns. Os efeitos sobre o sistema nervoso central incluem agitação e psicoses tóxicas. O término da terapia com inibidores da MAO pode estar associado à ansiedade, agitação, desaceleração cognitiva e dor de cabeça, por isso sua retirada deve ser muito gradual e orientada por um médico psiquiatra.
10 Adrenérgicos: Que agem sobre certos receptores específicos do sistema simpático, como o faz a adrenalina.
11 Glicemia: Valor de concentração da glicose do sangue. Seus valores normais oscilam entre 70 e 110 miligramas por decilitro de sangue (mg/dl).
12 Agudo: Descreve algo que acontece repentinamente e por curto período de tempo. O oposto de crônico.
13 Acidose: Desequilíbrio do meio interno caracterizado por uma maior concentração de íons hidrogênio no organismo. Pode ser produzida pelo ganho de substâncias ácidas ou perda de substâncias alcalinas (básicas).
14 Lática: Diz-se de ou ácido usado como acidulante e intermediário químico; láctica.
15 Nutrição: Incorporação de vitaminas, minerais, proteínas, lipídios, carboidratos, oligoelementos, etc. indispensáveis para o desenvolvimento e manutenção de um indivíduo normal.
16 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.
17 Lactato: Sal ou éster do ácido láctico ou ânion dele derivado.
18 Antagonista: 1. Opositor. 2. Adversário. 3. Em anatomia geral, que ou o que, numa mesma região anatômica ou função fisiológica, trabalha em sentido contrário (diz-se de músculo). 4. Em medicina, que realiza movimento contrário ou oposto a outro (diz-se de músculo). 5. Em farmácia, que ou o que tende a anular a ação de outro agente (diz-se de agente, medicamento etc.). Agem como bloqueadores de receptores. 6. Em odontologia, que se articula em oposição (diz-se de ou qualquer dente em relação ao da maxila oposta).
19 Anticoagulantes: Substâncias ou medicamentos que evitam a coagulação, especialmente do sangue.
20 Anticoagulante: Substância ou medicamento que evita a coagulação, especialmente do sangue.
21 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
22 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
23 Sulfoniluréias: Classe de medicamentos orais para tratar o diabetes tipo 2 que reduz a glicemia por ajudar o pâncreas a fabricar mais insulina e o organismo a usar melhor a insulina produzida.
24 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
25 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.

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