PRECAUÇÕES SANDIMMUN NEORAL

Atualizado em 28/05/2016

SANDIMMUN NEORAL deve ser prescrito somente por médicos com experiência em
terapia imunossupressora e que possam proporcionar seguimento adequado, inclusive
exame físico completo regular, medição da pressão arterial1 e controle dos parâmetros de
segurança laboratoriais. Os receptores de transplante que estão recebendo o
medicamento devem ser controlados em locais com laboratório adequado e recursos
médicos de apoio. O médico responsável pela terapia de manutenção deve receber
informação completa para o seguimento do paciente.
Quando SANDIMMUN NEORAL é usado com outros agentes imunossupressores, há risco
de imunossupressão2 excessiva, que pode levar ao aumento da suscetibilidade a infecções3 e
ao possível desenvolvimento de linfomas.
Como complicação freqüente e potencialmente séria, pode ocorrer aumento de
creatinina4 e uréia5 séricas durante as primeiras semanas de tratamento com SANDIMMUN
NEORAL. Essas alterações funcionais são dose-dependentes e reversíveis, respondendo em
geral à redução da dose. Durante o tratamento prolongado, alguns pacientes podem
desenvolver alterações estruturais nos rins6 (por exemplo, fibrose7 intersticial8) que, em
pacientes de transplante renal9, devem ser diferenciadas das alterações causadas por rejeição
crônica. SANDIMMUN NEORAL pode também causar aumentos dose-dependentes e
reversíveis da bilirrubina10 sérica e, ocasionalmente, das enzimas hepáticas11. A monitoração
cuidadosa dos parâmetros adequados para avaliar-se as funções hepática12 e renal9 é
necessária. Valores anormais podem necessitar de redução da dose.
Para monitorar os níveis de ciclosporina no sangue13 total, dá-se preferência ao uso do
anticorpo14 monoclonal específico (medida da droga original), embora se possa igualmente
usar o método HPLC que também mede a droga original. Quando se usar plasma15 ou soro16,
deve-se seguir um protocolo de separação padrão (tempo e temperatura). Para a
monitoração inicial dos pacientes de transplante hepático deve-se usar o anticorpo14
monoclonal específico ou fazer determinações paralelas, usando-se o anticorpo14 monoclonal
específico e o anticorpo14 monoclonal não específico para garantir-se uma posologia que
proporcione imunossupressão2 adequada.
Deve-se lembrar também que a concentração de ciclosporina no sangue13, plasma15 ou soro16 é
apenas um dos muitos fatores que contribuem para o estado clínico do paciente. Os
resultados, portanto, serviriam somente como orientação para a terapia, no contexto de
outros parâmetros laboratoriais e clínicos.
É necessário o controle regular da pressão arterial1 durante o tratamento com
SANDIMMUN NEORAL; no caso de desenvolvimento de hipertensão17, deve-se instituir
tratamento anti-hipertensivo adequado.
Como em algumas raras ocasiões observou-se que SANDIMMUN NEORAL induz leve
aumento reversível dos lipídios sangüíneos, aconselha-se a realização de determinações de
lipídios antes do tratamento e após o primeiro mês de terapia. Caso se observe aumento dos
lipídios, deve-se considerar redução da dose e/ou restrição de gorduras na dieta.
Pacientes sob tratamento com SANDIMMUN NEORAL devem evitar a ingestão de dietas
com alto teor de potássio e não devem ser tratados com medicamentos que
contenham potássio ou diuréticos18 poupadores de potássio.
Como ocasionalmente SANDIMMUN NEORAL causa hipercalemia19 ou pode agravar a
hipercalemia19 pré-existente, recomenda-se o controle do potássio sérico, especialmente nos
pacientes com disfunção renal9 acentuada.
É necessário cuidado ao se tratar pacientes com hiperuricemia.
Durante o tratamento com SANDIMMUN NEORAL a vacinação pode ser menos eficaz;
por isso, deve-se evitar o uso de vacinas vivas atenuadas.
SANDIMMUN NEORAL deve ser mantido fora do alcance de crianças.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
2 Imunossupressão: Supressão das reações imunitárias do organismo, induzida por medicamentos (corticosteroides, ciclosporina A, etc.) ou agentes imunoterápicos (anticorpos monoclonais, por exemplo); que é utilizada em alergias, doenças autoimunes, etc. A imunossupressão é impropriamente tomada por alguns como sinônimo de imunodepressão.
3 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
4 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
5 Ureia: 1. Resíduo tóxico produzido pelo organismo, resulta da quebra de proteínas pelo fígado. É normalmente removida do organismo pelos rins e excretada na urina. 2. Substância azotada. Composto orgânico cristalino, incolor, de fórmula CO(NH2)2 (ou CH4N2O), com um ponto de fusão de 132,7 °C.
6 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
7 Fibrose: 1. Aumento das fibras de um tecido. 2. Formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização ou de degenerescência fibroide.
8 Intersticial: Relativo a ou situado em interstícios, que são pequenos espaços entre as partes de um todo ou entre duas coisas contíguas (por exemplo, entre moléculas, células, etc.). Na anatomia geral, diz-se de tecido de sustentação localizado nos interstícios de um órgão, especialmente de vasos sanguíneos e tecido conjuntivo.
9 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
10 Bilirrubina: Pigmento amarelo que é produto da degradação da hemoglobina. Quando aumenta no sangue, acima de seus valores normais, pode produzir uma coloração amarelada da pele e mucosas, denominada icterícia. Pode estar aumentado no sangue devido a aumento da produção do mesmo (excesso de degradação de hemoglobina) ou por dificuldade de escoamento normal (por exemplo, cálculos biliares, hepatite).
11 Enzimas hepáticas: São duas categorias principais de enzimas hepáticas. A primeira inclui as enzimas transaminasas alaninoaminotransferase (ALT ou TGP) e a aspartato aminotransferase (AST ou TOG). Estas são enzimas indicadoras do dano às células hepáticas. A segunda categoria inclui certas enzimas hepáticas como a fosfatase alcalina (FA) e a gamaglutamiltranspeptidase (GGT) as quais indicam obstrução do sistema biliar, quer seja no fígado ou nos canais maiores da bile que se encontram fora deste órgão.
12 Hepática: Relativa a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
13 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
14 Anticorpo: Proteína circulante liberada pelos linfócitos em reação à presença no organismo de uma substância estranha (antígeno).
15 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
16 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
17 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
18 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
19 Hipercalemia: É a concentração de potássio sérico maior que 5.5 mmol/L (mEq/L). Uma concentração acima de 6.5 mmol/L (mEq/L) é considerada crítica.

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