POSOLOGIA GLIVEC

Atualizado em 28/05/2016

Posologia  para  LMC
A dosagem recomendada de Glivec é 400 mg/dia para pacientes1 com LMC em fase crônica, e 600 mg/dia para pacientes1 em fase acelerada ou em crise blástica (independente de ser primeira ou segunda linha de tratamento).
O tratamento deve prosseguir desde que o paciente continue a ser beneficiado.
Um aumento na dose, de 400 mg para 600 mg ou 800 mg em pacientes com a doença em fase crônica, ou de 600 mg para um máximo de 800 mg ao dia em pacientes em fase acelerada ou em crise blástica, pode ser considerado na ausência de reações adversas graves à droga e de trombocitopenia2 ou neutropenia3  grave não-relacionadas à leucemia4 , nas seguintes circunstâncias: progressão da doença (a qualquer tempo), falha em atingir resposta hematológica satisfatória após pelo menos 3 meses de tratamento, falha em atingir resposta citogenética após 12 meses de tratamento, ou perda da resposta hematológica e/ou citogenética previamente atingidas.

Posologia  para  GIST

A dose recomendada de Glivec é 400 mg/dia para pacientes1 com GIST maligno não-operável e, ou metastático.
Um aumento na dose administrada ao paciente, de 400 mg para 600 mg ou 800 mg, pode ser considerado na ausência de reações adversas à droga, se as avaliações tiverem demonstrado uma resposta insuficiente à terapia.
O tratamento com Glivec em pacientes com GIST deverá continuar até que seja constatada progressão da doença.

Ajustes de dose em decorrência de reações adversas em pacientes com LMC e em pacientes com GIST

Reações adversas não hematológicas

Caso se desenvolva uma reação adversa não hematológica grave com a utilização de Glivec, o tratamento deve ser interrompido até o evento ser resolvido. Depois disso, o tratamento pode ser reiniciado conforme apropriado, dependendo da gravidade inicial da reação.

Caso ocorra aumento dos níveis de bilirrubina5 > 3 x o limite superior normal (LSN) ou dos níveis de transaminases hepáticas6 > 5 x LSN, o tratamento com Glivec deve ser descontinuado até que os níveis de bilirrubina5 retornem a valores < 1,5 x LSN e os níveis de transaminases a valores < 2,5 x LSN. O tratamento com Glivec poderá então continuar numa dose diária menor, reduzindo-se a dose de 400 mg para 300 mg ou a dose de 600 mg para 400 mg.

Reações adversas hematológicas

A redução da dose ou a interrupção do tratamento para neutropenia3 e trombocitopenia2 graves são recomendadas tal como indicado na tabela abaixo.

Ajustes da dose em decorrência de neutropenia3 e trombocitopenia2

LMC em fase crônica e GIST (dose inicial 400 mg)
CAN < 1,0 x 109/L e/ou  plaquetas7 < 50 x 109/L
1. Suspender Glivec até CAN ? 1,5 x 109/L e as plaquetas7 ? 75 x 109/L.
2. Reiniciar o tratamento com Glivec na dose anterior (de antes da reação adversa grave).
3. Se houver recorrência8 de CAN < 1,0 x 109/L e/ou plaquetas7 < 50 x 109/L, repetir a etapa 1 e reiniciar Glivec em dose reduzida de 300 mg.

LMC em fase acelerada e em crise blástica (dose inicial 600 mg)
1CAN < 0,5 x 109/L e/ou plaquetas7 < 10 x 109/L
1. Verificar se a citopenia está relacionada à leucemia4 (por mielograma9 ou por biópsia10 de medula óssea11).
2. Se a citopenia não estiver relacionada à leucemia4, reduzir a dose de Glivec para 400 mg.
3. Se a citopenia persistir por 2 semanas, reduzir para 300 mg.
4. Se a citopenia persistir por 4 semanas e ainda assim não estiver relacionada à leucemia4, suspender Glivec até CAN ? 1 x 109/L e plaquetas7 ? 20 x 109/L, depois, reiniciar o tratamento com dose de 300 mg.

CAN = contagem absoluta de neutrófilos12
1ocorrendo após pelo menos 1 mês de tratamento

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Para pacientes: Você pode utilizar este texto livremente com seus pacientes, inclusive alterando-o, de acordo com a sua prática e experiência. Conheça todos os materiais Para Pacientes disponíveis para auxiliar, educar e esclarecer seus pacientes, colaborando para a melhoria da relação médico-paciente, reunidos no canal Para Pacientes . As informações contidas neste texto são baseadas em uma compilação feita pela equipe médica da Centralx. Você deve checar e confirmar as informações e divulgá-las para seus pacientes de acordo com seus conhecimentos médicos.
2 Trombocitopenia: É a redução do número de plaquetas no sangue. Contrário de trombocitose. Quando a quantidade de plaquetas no sangue é inferior a 150.000/mm³, diz-se que o indivíduo apresenta trombocitopenia (ou plaquetopenia). As pessoas com trombocitopenia apresentam tendência de sofrer hemorragias.
3 Neutropenia: Queda no número de neutrófilos no sangue abaixo de 1000 por milímetro cúbico. Esta é a cifra considerada mínima para manter um sistema imunológico funcionando adequadamente contra os agentes infecciosos mais freqüentes. Quando uma pessoa neutropênica apresenta febre, constitui-se uma situação de “emergência infecciosa”.
4 Leucemia: Doença maligna caracterizada pela proliferação anormal de elementos celulares que originam os glóbulos brancos (leucócitos). Como resultado, produz-se a substituição do tecido normal por células cancerosas, com conseqüente diminuição da capacidade imunológica, anemia, distúrbios da função plaquetária, etc.
5 Bilirrubina: Pigmento amarelo que é produto da degradação da hemoglobina. Quando aumenta no sangue, acima de seus valores normais, pode produzir uma coloração amarelada da pele e mucosas, denominada icterícia. Pode estar aumentado no sangue devido a aumento da produção do mesmo (excesso de degradação de hemoglobina) ou por dificuldade de escoamento normal (por exemplo, cálculos biliares, hepatite).
6 Hepáticas: Relativas a ou que forma, constitui ou faz parte do fígado.
7 Plaquetas: Elemento do sangue (não é uma célula porque não apresenta núcleo) produzido na medula óssea, cuja principal função é participar da coagulação do sangue através da formação de conglomerados que tamponam o escape do sangue por uma lesão em um vaso sangüíneo.
8 Recorrência: 1. Retorno, repetição. 2. Em medicina, é o reaparecimento dos sintomas característicos de uma doença, após a sua completa remissão. 3. Em informática, é a repetição continuada da mesma operação ou grupo de operações. 4. Em psicologia, é a volta à memória.
9 Mielograma: Exame para avaliação da medula óssea.
10 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
11 Medula Óssea: Tecido mole que preenche as cavidades dos ossos. A medula óssea apresenta-se de dois tipos, amarela e vermelha. A medula amarela é encontrada em cavidades grandes de ossos grandes e consiste em sua grande maioria de células adiposas e umas poucas células sangüíneas primitivas. A medula vermelha é um tecido hematopoiético e é o sítio de produção de eritrócitos e leucócitos granulares. A medula óssea é constituída de um rede, em forma de treliça, de tecido conjuntivo, contendo fibras ramificadas e preenchida por células medulares.
12 Neutrófilos: Leucócitos granulares que apresentam um núcleo composto de três a cinco lóbulos conectados por filamenos delgados de cromatina. O citoplasma contém grânulos finos e inconspícuos que coram-se com corantes neutros.

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