
INFORMAÇÃO TÉCNICA DOMPERIDONA
Características
O produto domperidona apresenta-se como comprimido circular branco e biconvexo. Os distúrbios digestivos provocados por uma discinesia esôfago1-gastro-duodenal pós-prandial, correspondem hoje a uma das síndromes mais frequentes que se apresentam na prática clínica. Por suas manifestações funcionais - distensão gástrica, azia2, pirose3, ou mesmo dores epigástricas - esta síndrome4 traduz, frequentemente, uma desarmonia motora do esfíncter5 inferior do esôfago1, das contrações antrais e do ritmo de abertura e fechamento do esfíncter5 pilórico. Consequentemente à sua ação antidopaminérgica, a domperidona restaura a harmonia rítmica motora do esôfago1, estômago6 e duodeno7, possibilitando a reorganização da sequência das etapas digestivas. Além disso, domperidona possui potente ação antiemética.
Farmacodinâmica
O medicamento contém domperidona, um antagonista8 da dopamina9 com propriedades antieméticas. A domperidona não atravessa imediatamente a barreira hematoencefálica. Nos usuários de domperidona, especialmente em adultos, os efeitos extrapiramidais são muito raros, mas a domperidona estimula a liberação de prolactina10 a partir da hipófise11. Seus efeitos antieméticos12 podem ser devidos a uma combinação de um efeito periférico (gastrocinético) com o antagonismo dos receptores dopaminérgicos, na zona quimiorreceptora de gatilho, que fica fora da barreira hematoencefálica. Estudos em animais e as baixas concentrações encontradas no cérebro13 indicam um efeito periférico predominante da domperidona nos receptores dopaminérgicos. Estudos em humanos mostram que a domperidona aumenta a pressão esofágica inferior, melhora a motilidade antroduodenal e acelera o esvaziamento gástrico. Não há qualquer efeito sobre a secreção gástrica.
Metabolismo14 e Farmacocinética
Nos indivíduos em jejum, a domperidona é rapidamente absorvida após a administração oral, com pico de concentração plasmática em 30(trinta) a 60(sessenta) minutos. A baixa biodisponibilidade absoluta da domperidona oral (aproximadamente 15%) é devida a um extensivo metabolismo14 na primeira passagem pela parede intestinal e fígado15. Apesar da biodisponibilidade da domperidona ser aumentada nos indivíduos normais quando tomada após as refeições, pacientes com queixas gastrintestinais devem tomar a domperidona 15(quinze)-30(trinta) minutos antes das refeições. A redução da acidez gástrica16 perturba a absorção da domperidona. A biodisponibilidade oral é diminuída pela administração prévia e concomitante de cimetidina e bicarbonato de sódio. O tempo o pico de absorção é ligeiramente retardado e a AUC17 levemente aumentada quando o medicamento é tomado por via oral após as refeições. A domperidona oral não parece se acumular, ou induzir seu próprio metabolismo14; o pico do nível plasmático após 90(noventa) minutos é de 21 ng/mL após 2(duas) semanas de administração oral de 30mg por dia, ele é quase o mesmo que o pico de 18 ng/mL após a primeira dose. A ligação às proteínas18 plasmáticas da domperidona é de 91-93%. Os estudos de distribuição com a droga radiomarcada em animais mostrou uma ampla distribuição tecidual, nas baixas concentrações no cérebro13. Pequenas quantidades da droga atravessam a placenta em ratas. A domperidona sofre um rápido e extenso metabolismo14 hepático pela hidroxilação e a Ndealquilação. Experimentos do metabolismo14 in vitro com inibidores diagnósticos revelaram que o CYP3A4 é a principal forma do citocromo P-450 envolvida na N-dealquilação da domperidona, enquanto que o CYP3A4, o CYP1A2 e o CYP3E1 estão envolvidos na hidroxilação aromática da domperidona. As excreções urinária e fecal são respectivamente de
31 e 66% da dose oral. A proporção de droga excretada inalterada é pequena (10% da excreção fecal e aproximadamente 1% da excreção urinária). A meia-vida plasmática após a dose oral única é 7(sete)-9(nove) horas em indivíduos saudáveis, mas é prolongada em pacientes com insuficiência renal19 grave.
Dados pré-clínicos
Foram observados efeitos teratogênicos20 em ratas, em uma dose alta, tóxica para a mãe 40 (quarenta) vezes maior do que a dose recomendada para humanos. Teratogenicidade não foi observada em camundongos e coelhos. Estudos eletrofisiológicos in vitro e in vivo mostraram que a domperidona, em concentrações altas, pode prolongar o intervalo QTc.