INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS CLO

Atualizado em 28/05/2016
Interações resultando em contraindicações
Inibidores da MAO1:
não administrar CLO® por pelo menos 2 semanas após a interrupção de tratamento com inibidores da MAO1 (há risco de sintomas2 graves, tais como crise hipertensiva, hiperpirexia, e os sintomas2 consistentes com a síndrome da serotonina3 como mioclonia4, crise de agitação, delírio5 e corna). Inibi dores da MAO1, que também são potentes inibidores de CYP2D6 in vivo, como a moclobemida, são contraindicados para administração concomitante com clomipramina (vide "Contraindicações"). O mesmo se aplica quando da administração de um inibidor da MAO1 após tratamento prévio com CLO®. Nesses casos, o tratamento com CLO® ou com um inibidor da MAO1 deverá ser inicialmente administrado em pequenas doses e gradualmente aumentado e seus efeitos monitorizados (vide "Contraindicações").
Há evidências que sugerem que CLO® pode ser administrado 24 horas após um inibidor reversível da MAO1-A, tal como a moclobemida, mas o período de washout6 (intervalo) de duas semanas deve ser observado se um inibidor da MAO1-A for administrado após a utilização de CLO®.
Interações resultando em uso concomitante não recomendado
Antiarrítmicos
(como quinidina e propafenona): são potentes inibidores de CYP2D6, não devem ser usados em associação com antidepressivos tricíclicos.
Diuréticos7: os diuréticos7 podem levar a hipocalemia8, que aumenta alternadamente o risco de prolongamento do intervalo QTc e "torsades de pointes". A hipocalemia8 deve, portanto ·ser tratada antes da administração de CLO® (vide "Posologia e Precauções e advertências").
Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS):_são inibidores de CYP2D6, como fluoxetina, paroxetina ou sertralina e de outros incluindo CYPIA2 e CYP2Cl9 (ex. fluvoxamina), também podem aumentar as concentrações plasmáticas de clomipramina, com os efeitos adversos correspondentes. Os níveis séricos de clomipramina no estado de equilíbrio (steady-state) aumentaram aproximadamente 4 (quatro) vezes pela administração concomitante de fluvoxamina, N-desmetilclomipramina diminuiu em aproximadamente 2 (duas) vezes. Em adição, a comedicação com ISRSs pode levar a efeitos aditivos no sistema serotonérgico (vide "Agentes serotonérgicos"e "Posologia e Advertências e Precauções").
Agentes serotonérgicos: a síndrome da serotonina3 pode possivelmente ocorrer quando a clomipramina é administrada com comedicações serotonérgicas como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs), inibidores da recaptação noradrenérgica e da serotonina (ISRSNas), antidepressivos tricíclicos ou lítio (vide "Posologia e Precauções e advertências"). Antes e após o tratamento com fluoxetina um período de washout6 (intervalo) de duas a três semanas é aconselhável.
Interações a serem consideradas
Interações resultando em aumento do efeito de CLO®.

A administração concomitante de inibidores de CYP2D6 pode levar a um aumento na concentração dos dois componentes ativos, em até aproximadamente 3 (três) vezes em pacientes com um fenótipo9 metabolizador extensivo de debrisoquina/esparteína, convertendo-os a um fenótipo9 metabolizador pobre. Espera-se que a administração concomitante de inibidores de CYPIA2, CYP2C19 e CYP3A4 aumente as concentrações de clomipramina e diminua as concentrações de N-desmetilclomipramina, não afetando necessariamente a farmacologia10 geral.
Terbinafina: a coadministração de CLO® com terbinafina, um potente inibidor da CYP2D6, pode resultar na exposição aumentada e acúmulo da clomipramina e de seu metabólito11 N-demetilado. Portanto, ajustes de dose de CLO® podem ser necessários quando coadministrado com terbinafina.
Cimetidina: a administração concomitante com o antagonista12 de receptor de histamina2 (H2), cimetidina (inibidor de várias enzimas do citocromo P450, incluindo CYP2D6, CYP3A4) pode aumentar as concentrações plasmáticas de antidepressivos tricíclicos, dos quais a dose deve, portanto, ser reduzida.
Contraceptivos orais: não foi documentada nenhuma interação entre o uso crônico13 de contraceptivos orais (15 ou 30 microgramas de etinilestradiol diariamente) e CLO® (25 mg diariamente r Estrógenos não são conhecidos como inibidores de CYP2D6, a principal enzima14 envolvida no clearance da clomipramina, e, portanto nenhuma interação é esperada. Entretanto, em alguns casos foram observados efeitos colaterais15 e resposta terapêutica16 aumentados com altas doses de estrógenos (50 microgramas diários) e o antidepressivo tricíclico imipramina, não sendo clara a relevância desses casos para a clomipramina e regimes de baixas doses de estrógenos. É recomendado o monitoramento da resposta terapêutica16 dos antidepressivos tricíclicos com regimes de altas doses de estrógeno17 (50 microgramas diários), e o ajuste de dose pode ser necessário.
Antipsicóticos: a administração concomitante de antipsicóticos (ex. fenotiazinas) pode resultar em níveis plasmáticos aumentados de antidepressivos tricíclicos, limiar de convulsão18 mais baixo e convulsões. A combinação com tioridazina pode produzir arritmias19 cardíacas graves.
Metilfenidato: também pode aumentar as concentrações de antidepressivos tricíclicos por inibir potencialmente seu metabolismo20 e uma redução da dose do antidepressivo tricíclico pode ser necessária.
Valproato: a administração concomitante de valproato com clomipramina pode causar a inibição do CYP2C e I ou enzimas UGT, resultando em aumento dos níveis séricos da clomipramina e desmetilclomipramina.
Toranja, suco de toranja (grapefruit), ou suco de cranberry: a administração concomitante de CLO® com toranja, suco de toranja, ou suco de cranberry pode aumentar as concentrações plasmáticas de clomipramina.
Interações, resultando em diminuição do efeito do CLO®
Rifampicina:
indutor de CYP3A e CYP2C, pode diminuir as concentrações de clomipramina se administrada concomitante com drogas conhecidas por induzir as enzimas do citocromo P450; principalmente CYP3A4, CYP2C19 podem acelerar o metabolismo20 e diminuir a eficácia do CLO®.
Anticonvulsivantes: indutores de CYP3A e CYP2C, por exemplo barbitúricos, carbamazepina, fenobarbital e fenitoína, podem diminuir as concentrações de clomipramina se administrados concomitante com drogas conhecidas por induzir as enzimas do citocromo P450; principalmente CYP3A4, CYP2C19 podem acelerar o metabolismo20 e diminuir a eficácia do CLO®.
Cigarro: indutores conhecidos de CYPIA2 (ex. nicotina/componentes do cigarro) diminuem as concentrações plasmáticas de fármacos tricíclicos. Em fumantes, as concentrações plasmáticas de clomipramina no estado de equilíbrio (steady-state) estavam 2 (duas) vezes diminuídas comparadas com não fumantes (não houve alterações na N-desmetilclomipramina).
Colestipol e colestiramina: a administração concomitante de resinas de troca iônica como a colestiramina ou colestipol podem reduzir os níveis plasmáticos de clomipramina. O escalonamento da dose de clomipramina e resinas, de modo que a droga seja administrada pelo menos 2 horas antes ou 4-6 horas após a administração de resinas, é recomendado.
Erva de São João: a administração concomitante de CLO® com hipericão durante o tratamento pode diminuir as concentrações plasmáticas de clomipramina.
Interações que afetam outras drogas
Agentes anticolinérgicos:
antidepressivos tricíclicos podem potencializar os efeitos desses fármacos (ex.: fenotiazina, agentes antiparkinsonianos, anti-histamínicos, atropina, biperideno) nos olhos21, sistema nervoso central22, intestino e bexiga23.
Bloqueadores de neurônios24 adrenérgicos25: CLO® pode diminuir ou anular o efeito anti-hipertensivo da guanetidina, betanidina, reserpina, clonidina e alfametildopa. Pacientes. que necessitem de comedicação para hipertensão26 deverão, portanto, ser tratados com anti-hipertensivos de mecanismo de ação diferente (ex.: vasodilatadores ou betabloqueadores).
Depressores do SNC27: os antidepressivos tricíclicos podem potencializar o efeito do álcool e de outras substâncias depressoras centrais (ex.: barbitúricos, benzodiazepínicos ou anestésicos gerais).
Drogas simpatomiméticas: CLO® pode potencializar os efeitos cardiovasculares da adrenalina28, noradrenalina29, isoprenalina, efedrina e fenilefrina (ex.: anestésicos locais).
Anticoagulantes30: alguns antidepressivos tricíclicos podem potencializar o efeito anticoagulante31 de drogas cumarínicas como varfarina, e isto pode se dar através da inibição de seu metabolismo20 (CYP2C9). Não há evidência da capacidade da clomipramina em inibir o metabolismo20 dos anticoagulantes30, como a varfarina, entretanto, o monitoramento cuidadoso da protrombina32 plasmática é aconselhável para essa classe de fármaco33.
A clomipramina é também um inibidor in vitro (Ki = 2,2 microM) e in vivo da atividade de CYP2D6 (oxidação da esparteína) e portanto, pode causar concentrações aumentadas de compostos administrados concomitantemente que são primariamente depurados pelo CYP2D6 em metabolizadores extensivos:
Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Mão: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
2 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
3 Síndrome da serotonina: Síndrome serotoninérgica ou síndrome da serotonina é caracterizada por uma tríade de alterações do estado mental (ansiedade, agitação, confusão mental, hipomania, alucinações e coma), das funções motoras (englobando tremores, mioclonias, hipertonia, hiperreflexia e incoordenação) e do sistema nervoso autônomo (febre, sudorese, náuseas, vômitos, diarreia e hipertensão). Ela pode ter causas diversas, mas na maioria das vezes ocorre por uma má interação medicamentosa, quando dois ou mais medicamentos que elevam a neurotransmissão serotoninérgica por meio de distintos mecanismos são utilizados concomitantemente ou em overdose.
4 Mioclonia: Contração muscular súbita e involuntária que se verifica especialmente nas mãos e nos pés, devido à descarga patológica de um grupo de células nervosas.
5 Delírio: Delirio é uma crença sem evidência, acompanhada de uma excepcional convicção irrefutável pelo argumento lógico. Ele se dá com plena lucidez de consciência e não há fatores orgânicos.
6 Período de washout: Período de eliminação, ou seja, um planejamento de washout entre as intervenções, a fim de esperar a cessação de um possível efeito residual de uma intervenção.
7 Diuréticos: Grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de diluição da urina. Eles depletam os níveis de água e cloreto de sódio sangüíneos. São usados no tratamento da hipertensão arterial, insuficiência renal, insuficiência cardiaca ou cirrose do fígado. Há dois tipos de diuréticos, os que atuam diretamente nos túbulos renais, modificando a sua atividade secretora e absorvente; e aqueles que modificam o conteúdo do filtrado glomerular, dificultando indiretamente a reabsorção da água e sal.
8 Hipocalemia: Concentração sérica de potássio inferior a 3,5 mEq/l. Pode ocorrer por alterações na distribuição de potássio (desvio do compartimento extracelular para intracelular) ou de reduções efetivas no conteúdo corporal de potássio por uma menor ingesta ou por perda aumentada. Fraqueza muscular e arritimias cardíacas são os sinais e sintomas mais comuns, podendo haver também poliúria, polidipsia e constipação. Pode ainda ser assintomática.
9 Fenótipo: Características apresentadas por um indivíduo sejam elas morfológicas, fisiológicas ou comportamentais. Também fazem parte do fenótipo as características microscópicas e de natureza bioquímica, que necessitam de testes especiais para a sua identificação, como, por exemplo, o tipo sanguíneo do indivíduo.
10 Farmacologia: Ramo da medicina que estuda as propriedades químicas dos medicamentos e suas respectivas classificações.
11 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.
12 Antagonista: 1. Opositor. 2. Adversário. 3. Em anatomia geral, que ou o que, numa mesma região anatômica ou função fisiológica, trabalha em sentido contrário (diz-se de músculo). 4. Em medicina, que realiza movimento contrário ou oposto a outro (diz-se de músculo). 5. Em farmácia, que ou o que tende a anular a ação de outro agente (diz-se de agente, medicamento etc.). Agem como bloqueadores de receptores. 6. Em odontologia, que se articula em oposição (diz-se de ou qualquer dente em relação ao da maxila oposta).
13 Crônico: Descreve algo que existe por longo período de tempo. O oposto de agudo.
14 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
15 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
16 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
17 Estrógeno: Grupo hormonal produzido principalmente pelos ovários e responsáveis por numerosas ações no organismo feminino (indução da primeira fase do ciclo menstrual, desenvolvimento dos ductos mamários, distribuição corporal do tecido adiposo em um padrão feminino, etc.).
18 Convulsão: Episódio agudo caracterizado pela presença de contrações musculares espasmódicas permanentes e/ou repetitivas (tônicas, clônicas ou tônico-clônicas). Em geral está associada à perda de consciência e relaxamento dos esfíncteres. Pode ser devida a medicamentos ou doenças.
19 Arritmias: Arritmia cardíaca é o nome dado a diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos batimentos cardíacos.
20 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
21 Olhos:
22 Sistema Nervoso Central: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
23 Bexiga: Órgão cavitário, situado na cavidade pélvica, no qual é armazenada a urina, que é produzida pelos rins. É uma víscera oca caracterizada por sua distensibilidade. Tem a forma de pêra quando está vazia e a forma de bola quando está cheia.
24 Neurônios: Unidades celulares básicas do tecido nervoso. Cada neurônio é formado por corpo, axônio e dendritos. Sua função é receber, conduzir e transmitir impulsos no SISTEMA NERVOSO. Sinônimos: Células Nervosas
25 Adrenérgicos: Que agem sobre certos receptores específicos do sistema simpático, como o faz a adrenalina.
26 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
27 SNC: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
28 Adrenalina: 1. Hormônio secretado pela medula das glândulas suprarrenais. Atua no mecanismo da elevação da pressão sanguínea, é importante na produção de respostas fisiológicas rápidas do organismo aos estímulos externos. Usualmente utilizado como estimulante cardíaco, como vasoconstritor nas hemorragias da pele, para prolongar os efeitos de anestésicos locais e como relaxante muscular na asma brônquica. 2. No sentido informal significa disposição física, emocional e mental na realização de tarefas, projetos, etc. Energia, força, vigor.
29 Noradrenalina: Mediador químico do grupo das catecolaminas, liberado pelas fibras nervosas simpáticas, precursor da adrenalina na parte interna das cápsulas das glândulas suprarrenais.
30 Anticoagulantes: Substâncias ou medicamentos que evitam a coagulação, especialmente do sangue.
31 Anticoagulante: Substância ou medicamento que evita a coagulação, especialmente do sangue.
32 Protrombina: Proteína plasmática inativa, é a precursora da trombina e essencial para a coagulação sanguínea.
33 Fármaco: Qualquer produto ou preparado farmacêutico; medicamento.

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