INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS VEROTINA

Atualizado em 25/05/2016

Fármacos metabolizados pelo sistema P4502D6: Como a fluoxetina é um inibidor potencial da isoenzima do citocromo P450, deve-se ter cuidado ao prescrever fluoxetina a pacientes que já estejam recebendo esses fármacos e avaliar a necessidade de diminuição da dose da medicação original. No caso de fármacos com reduzido índice terapêutico (ex.: antidepressivos tricíclicos, carbamazepina, flecainida e vimblastina) o tratamento deve ser iniciado com o limite mais baixo de dose. A fluoxetina pode inibir o metabolismo1 da tioridazina, elevando seus níveis plasmáticos, e com isso, aumentar o risco de reações graves relacionadas ao prolongamento do intervalo QT pela tioridazina, como arritmias2 ventriculares sérias e morte súbita. Por isso, essa coadministração não é indicada. É necessária a suspensão da fluoxetina, no mínimo 5 semanas antes de iniciar a tioridazina.

Fármacos com ação no SNC3: Foram observadas alterações nos níveis plasmáticos da fenitoína, carbamazepina, haloperidol, clozapina, diazepam, alprazolam, lítio, imipramina, desipramina e em alguns casos manifestações clínicas de toxicidade4. Recomendada a utilização de esquemas conservadores de titulação de fármacos concomitantes e monitorização do estado clínico.

Fármacos fortemente ligados às proteínas5 plasmáticas: Como a fluoxetina está firmemente ligada às proteínas5 plasmáticas, sua administração a um paciente que esteja utilizando outro fármaco6 firmemente ligado às proteínas5 plasmáticas pode causar mudança nas concentrações plasmáticas desses fármacos.

Varfarina: Efeitos anticoagulantes7 alterados (valores de laboratório e/ou sinais8 clínicos e sintomas9), incluindo sangramento, sem um padrão consistente, foram reportados com pouca freqüência quando a fluoxetina e a varfarina foram co-administradas. O tratamento com varfarina deve ser cuidadosamente monitorado quanto à coagulação10 no início ou término do tratamento com a fluoxetina.

Fármacos que interferem na homeostase (antiinflamatórios não esteroidais - AINES, ácido acetilsalicílico, varfarina, etc.): A liberação de serotonina pelas plaquetas11 desempenha um papel importante na homeostase. Estudos epidemiológicos, caso-controle e coorte12 demonstraram associação entre o uso de fármacos psicotrópicos13 (que interferem na recaptação da serotonina) e a ocorrência de sangramento gastrintestinal aumentado, também demonstrado durante o uso concomitante de um fármaco6 psicotrópico14 com um AINE ou ácido acetilsalicílico. Os pacientes devem ser advertidos sobre o uso concomitante desses fármacos com fluoxetina.

Tratamento eletroconvulsivo: Houve raros relatos de convulsões prolongadas em pacientes usando fluoxetina e tratamento eletroconvulsivo.

Meia-vida de eliminação: Devido à fluoxetina e seu metabólito15 principal, norfluoxetina, possuírem uma longa meia-vida de eliminação, a administração de fármacos que interajam com essas substâncias pode produzir conseqüências ao paciente após a interrupção do tratamento com a VEROTINA.

Triptofano: Ocorreram raras reações do tipo gastrintestinal e agitação.

Outros: Deve-se ter cuidado quando da co-administração da fluoxetina e fármacos como clindamicina, fluconazol, halotano, isoflurano, espiramicina e trimetroprima: pode ocorrer prolongamento do intervalo QT no ECG.

Antes de consumir qualquer medicamento, consulte seu médico (http://www.catalogo.med.br).

Complementos

1 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
2 Arritmias: Arritmia cardíaca é o nome dado a diversas perturbações que alteram a frequência ou o ritmo dos batimentos cardíacos.
3 SNC: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
4 Toxicidade: Capacidade de uma substância produzir efeitos prejudiciais ao organismo vivo.
5 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
6 Fármaco: Qualquer produto ou preparado farmacêutico; medicamento.
7 Anticoagulantes: Substâncias ou medicamentos que evitam a coagulação, especialmente do sangue.
8 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
9 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
10 Coagulação: Ato ou efeito de coagular(-se), passando do estado líquido ao sólido.
11 Plaquetas: Elemento do sangue (não é uma célula porque não apresenta núcleo) produzido na medula óssea, cuja principal função é participar da coagulação do sangue através da formação de conglomerados que tamponam o escape do sangue por uma lesão em um vaso sangüíneo.
12 Coorte: Grupo de indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
13 Psicotrópicos: Que ou o que atua quimicamente sobre o psiquismo, a atividade mental, o comportamento, a percepção, etc. (diz-se de medicamento, droga, substância, etc.). Alguns psicotrópicos têm efeito sedativo, calmante ou antidepressivo; outros, especialmente se usados indevidamente, podem causar perturbações psíquicas.
14 Psicotrópico: Que ou o que atua quimicamente sobre o psiquismo, a atividade mental, o comportamento, a percepção, etc. (diz-se de medicamento, droga, substância, etc.). Alguns psicotrópicos têm efeito sedativo, calmante ou antidepressivo; outros, especialmente se usados indevidamente, podem causar perturbações psíquicas.
15 Metabólito: Qualquer composto intermediário das reações enzimáticas do metabolismo.

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